As autoridades de Aurora, Colorado, identificaram mais de uma dúzia de pessoas dentro de uma das unidades do prédio onde o Trem de Aragua cometeu atos de violência, que foram levadas sob custódia protetora enquanto seu envolvimento em um caso recente de sequestro e tortura de residentes está sendo determinado.

Denver (EUA), 17 dez (EFE) – Quatorze pessoas foram presas na terça-feira em Aurora (Colorado) depois de supostamente sequestrar e torturar moradores de um complexo de apartamentos que já foi palco de violência relacionada à gangue transnacional Tren de Aragua, que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou pelo aumento da criminalidade e prometeu deportá-los.

O chefe de polícia de Aurora, Todd Chamberlain, disse em uma coletiva de imprensa que na noite de segunda-feira um casal foi sequestrado e torturado em seu apartamento por um grupo de membros de gangues, a maioria homens.

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Horas depois, nas primeiras horas da manhã de terça-feira, as vítimas conseguiram convencer seus agressores de que não os denunciariam à polícia se fossem libertados. Depois de liberadas, elas foram para a casa de amigos e ligaram para as autoridades para relatar o que havia acontecido.

“Uma das vítimas foi esfaqueada e tinha um ferimento de faca. Isso se enquadra na categoria de tortura? Para mim, sim”, enfatizou Chamberlain.

As autoridades identificaram mais de uma dúzia de pessoas dentro de uma das unidades do edifício, que foram levadas sob custódia por precaução enquanto seu envolvimento no ataque está sendo determinado.

“Não descansaremos até verificarmos que todos os envolvidos nesse incidente estão sob custódia”, disse o chefe de polícia, que esclareceu que nenhum dos suspeitos foi formalmente preso, pois a investigação está em andamento e o trabalho está sendo feito para identificar exatamente quem é o responsável.

“Estou usando todos os recursos à minha disposição para verificar quem são esses indivíduos, qual foi seu envolvimento no crime e quais são suas identidades”, disse Chamberlain, acrescentando que a polícia conta com o apoio do Departamento de Segurança Interna (DHS), Investigações de Segurança Interna (HSI) e Imigração e Fiscalização Alfandegária (ICE).

Durante a coletiva de imprensa, ele confirmou que o incidente foi um ato de “100% de atividade de gangue”, embora ainda não tenha sido confirmado se os suspeitos estão ligados ao Trem de Aragua, uma organização criminosa transnacional de origem venezuelana.

“É difícil identificar os membros dessa gangue, pois eles não têm marcas ou sinais distintivos”, explicou o chefe de polícia.

O complexo The Edge at Lowry foi identificado pelas autoridades como um ponto de criminalidade persistente devido a problemas de gerenciamento e manutenção que transformaram a propriedade em um “ímã” para atividades criminosas, de acordo com as autoridades.

Em outubro passado, Trump visitou Aurora, Colorado, e em seu discurso retratou-a como uma cidade “invadida” pelo Trem de Aragua. As autoridades locais refutaram essa narrativa, acusando o republicano de “grande exagero”.

O presidente eleito usou o nome da cidade para batizar a Operação Aurora, uma ação que o ajudará a cumprir suas promessas de deportação em massa.

O incidente de segunda-feira reacendeu as preocupações sobre a segurança na área e seu impacto na comunidade local. Apesar da seriedade dos eventos, Chamberlain enfatizou que esses são “pontos críticos” semelhantes aos enfrentados por outras grandes cidades dos EUA e não um problema generalizado em Aurora.

“Não estamos nos esquivando do problema. Estamos enfrentando-o e vamos resolvê-lo”, concluiu Chamberlain, reiterando o compromisso das autoridades com a segurança dos residentes.