A França, assim como outros países europeus, se prepara para mais uma série de lockdowns iminentes ao passo que os dirigentes do Presidente Emannuel Macron dizem que a mais “nova variante”, Omicron, “se espalha na velocidade da luz pela Europa”. O espírito de Natal parece não ter em nada afetado a tentativa de governos de separar as pessoas e de cancelar momentos importantes que trazem esperança e novas perspectivas, e existem aqueles que até mesmo defendem que “cancelar o Natal seria o mais humano e decente a se fazer”, à medida em que a “segurança de todos” está em jogo. Pode não ser uma medida muito acertada para um governo que está à beira do colapso há meses, mas é por esse prisma que Macron planeja insistir na base de sua candidatura à reeleição no ano que vem (2022), e, infelizmente… não é algo que está totalmente fora da realidade.
É mais que verdade que o povo francês causou mais do que uma série de “tumultos” em 2021 e 2020, como consequência dos desmandos em relação ao coronavírus ocasionados pela União Europeia e endossados pelo Governo Francês como um protocolo final. Contudo, infelizmente, ainda existe uma maioria silenciosa e extremamente manipulável na França e na Europa, que está acomodada demais aos novos padrões para romper o ciclo ditatorial que se instaurou no mundo. A França, como um grande exemplo, é um dos principais agentes que poderiam romper tal inércia, especialmente se aproximando de Eleições Gerais no início de 2022, porém há uma latência no comportamento francês que muito preocupa.
Ainda existem aqueles que protestam contra os acontecimentos recentes, mas a realidade é que os picos de revolta na França há alguns séculos não têm grandes resultados, pois os governantes franceses descobriram como arrefecer tais movimentos, trazendo a eles um misto de fatores externos, sorte e pequenas concessões. A situação geral da política na França caminha há passos embriagados já há muito tempo, mas a grande estratégia de dirigentes como Macron é deixar o cenário ainda mais caótico com o objetivo de inviabilizar qualquer alternativa sustentável ao status quo. Para tal, utilizam-se de uma mistura de jogos sujos na política interna – queimando velhos nomes que um dia tiveram expressividade nacional e buscando enterrar reputações de seus oponentes mais significativos – de palavras de ordem e promessas vazias na esfera macroscópica – exaltando grandes “cruzadas” em “prol da humanidade”, como “defesa climática”, “representatividade” e “saúde” – e de uma boa dose de caos externo – valendo-se de movimentos oportunistas de adversários geopolíticos com grande potencial destrutivo para fechar ainda mais o círculo de concentração de poder. Não que não existam motivos de preocupação em relação à situação do Leste Europeu, por exemplo, ou em relação ao nível de insegurança no qual a Europa se insere hoje, o que de fato existem, e muitos. Contudo, esses elementos de “sorte” para políticos da classe de Macron acabam criando uma grande distração em relação ao verdadeiro objetivo: a manutenção de poder.
Por esse motivo, não se assustem se virem O-Macron mantendo suas garras sobre a França em 2022. É óbvio que este cenário é algo que ninguém em plena sanidade mental quer ver concretizado, mas, mais uma vez, o Governo da França tem se esquivado relativamente bem do mal que vem causando, especialmente se valendo de distrações “de maior porte” que a política nacional. Sendo assim, apesar de sua péssima colocação política e de uma popularidade deplorável, Macron tem ainda chances de infectar a França (e toda a Europa) por mais alguns anos. Somando-se tudo isso à ausência de protagonismo que a Alemanha deve enfrentar após a saída oficial da Chanceler Oriental, à incapacidade política, física e mental da liderança dos Estados Unidos, à falta de coesão do parlamentarismo italiano, e ao excesso de “tato” da política Britânica, podemos estar às vésperas de uma Europa totalmente acovardada por trás de um Macronismo extremamente indesejado, mas ao mesmo tempo extremamente infeccioso, que possibilitará aos adversários da Civilização Ocidental um caminho por fim exposto e direto a sua fundação.
Sabe, essa “maioria silenciosa e extremamente manipulável” também me preocupa. Mas, falo da massa brasileira embora, numa certa medida, a francesa tb seja motivo de apreensão reflexa (o que acontece na Europa necessariamente “vem” para o Brasil). Em todo caso, vamos continuar contando com a surpresa dessa mesma maioria silenciosa!