Para entender o que estamos vivenciando atualmente, temos que entender o passado e, como vamos falar a respeito da perseguição através da grande mídia, é de suma importância que o passado seja estudado porque ele está se repetindo.
O que mais existe nas redações hoje são jornalistas como Miriam. Parte culpa da faculdade, parte estímulo do dinheiro público. Mas, esse método não é novidade. Na verdade, ele teve início em 1780 e se estendeu até 1830, mas sua prática nunca foi efetivamente abandonada.
Esse período é conhecido como “primeiro jornalismo”. Entre aspas porque, o que conhecemos como jornalismo hoje, começou bem antes de 1789, por exemplo com o chamado Actas Diurnas da Antiga Roma, mas o que nos interessa é o ‘primeiro jornalismo’ que está sendo usado atualmente. “Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.”, já dizia Edmund Burke e, as redações se aproveitam da falta de conhecimento histórico da população para manipulá-la.
Ele tem como base a estrutura do Acta Diurna pela periocidade e atualizações diárias. Mas a sua atividade atendia núcleos de poder econômico e financeira da época mercantilista. Seu contexto social e político era a Revolução Francesa que usava o lema: LIBERDADE E IGUALDADE.
As características mais marcantes (e aqui voltamos ao passado), eles possuíam um cunho eminentemente opinativo e doutrinador e estavam mais preocupados em disseminar ideologias políticas do que transmitir a notícia de fato. Como dizia Marcondes Filho:
“É uma imprensa partidária, em que os jornalistas eram políticos e o jornal, seu porta-voz”. Seu único objetivo era defender bandeiras políticas e, os textos, estavam repletos de críticas e opiniões. Em todas as redações (embora fossem poucas na época) estavam repletas de escritores, intelectuais e políticos. Os jornais eram financiados pelos partidos políticos ou candidatos a cargos públicos e davam ênfase às notícias política, tratando a política como comércio.
Era uma imprensa partidária, baseada na crítica política com o intuito de beneficiar, promover e defender políticos e ideologias, sob regime econômico das elites.
Até 1808 apenas alguns jornais impressos em Portugal circulavam pelo Brasil e a instalação de tipografias era proibida. Todas as tentativas de se criar jornais no país era severamente reprimidas pela Metrópole. A situação muda quando a Corte se transfere para o Brasil.
Uma das medidas tomadas por D. João na ocasião de sua chegada ao Brasil foi a fundação da Imprensa Régia no Rio de Janeiro, estabelecida em decreto de 13 de maio daquele ano e foi abolida, naquele momento, a proibição de se criarem tipografias no país.
Tinha uma censura prévia imposta pelo rei, que foi anulada em 1821, às vésperas da Independência, mas a Imprensa Regia era propagada normalmente. Sua função era imprimir e divulgar os atos normativos e administrativos reais, além de documentos diplomáticos e registros das repartições públicas.
Tanto que, o primeiro jornal considerado genuinamente brasileiro, mas era publicado em Londres, o Correio Braziliense, foi arduamente combatido pela Coroa, que chegou até a patrocinar, em 1811, a criação de outro veículo para anular a sua influência, O Investigador Português, produzido e vendido em Londres por dois médicos lusitanos.
O motivo era que, o Correio produzia um conteúdo doutrinário, preocupado mais em fazer proselitismo político-ideológico do que noticiar os fatos.
Logo depois surgiu A Gazeta do Rio de Janeiro. Foi o primeiro jornal escrito e impresso no Brasil. Tratava-se, portanto, de um jornal oficial, limitado a publicar comunicados da Coroa e atrelado aos interesses régios. Seu caráter era essencialmente informativo e sem caráter doutrinário.
Uma das vantagens era que, enquanto o Correio possuía periodicidade mensal e preço alto, A Gazeta do Rio de Janeiro circulava duas vezes por semana e era barato, o que o tornou rapidamente popular. Em 1823 seu nome foi alterado para Diário do Governo.
Em 1811 surgiu o primeiro jornal não oficial impresso no Brasil, conhecido como A Idade de Ouro no Brasil e fazia apologia ao rei e ao regime absolutista.
Com essa difusão da imprensa, começaram a surgir os “opositores” ao governo, como o Preciso. A leitura de obras de cunho iluminista e libertário se expandiu, fazendo com que mais pessoas aderissem à causa separatista.
Diversos jornais nasceram para fazer defender a posição dos liberais: Diário Constitucional, Revérbero Constitucional Fluminense, A Malagueta e, a reação da Coroa foi impor a censura das provas tipográficas, em vez do material impresso, e proibição de qualquer publicação que versasse sobre política, religião ou a figura do rei que não fosse da maneira laudatória da imprensa áulica.
Contudo, no Primeiro Reinado, os Órgãos de imprensa continuaram exercendo pressão sobre o governo para dar andamento à redação de uma Constituição brasileira.
Três vertentes de imprensa circulavam no país: A conservadora, que apoiava o imperador D. Pedro I, a monarquia constitucional que queria a elaboração de uma Constituição menos autoritária, além das prerrogativas do Legislativo, continuavam a ser defendidas por jornais de cunho liberal mais moderado e o que chamamos hoje de esquerda radical, cujo figurava o Tífis Pernambucano. Foi criado em 1823, era um feroz opositor do absolutismo – campanha aguerrida pela dissolução da Constituinte e pregava a Proclamação da República.
Logo entramos no Período da Regência, onde este possuía um feitio mais democrático e liberal, que se traduzia em uma ampla liberdade de imprensa, mas, à medida que as crises políticas se sucederam, a linha conservadora gradualmente recuperou a proeminência.
Com o relaxamento da censura se iniciou o surgimento de uma imprensa descomprometida com a verdade dos fatos e a disseminação de mentiras e ofensas. O que chamamos hoje de grande mídia e blogs de esquerda.
Os jornais brasileiros desse período já inventavam notícias, difamavam e injuriavam os adversários políticos, devassando sem pudor as suas vidas particulares e de suas famílias, trocando entre si todo tipo de ataque verbal, que muitas vezes resvalava para a agressão física pura e simples.
Neste período nasceram os pasquins. Eram jornais baratos, escritos em linguagem vulgar e chula, dirigidos à população menos culta e semiletrada, como os artesãos, os trabalhadores braçais e os ex-escravos.
À medida que as insurreições nas províncias eram sufocadas com violência, a ala conservadora voltou-se contra a oposição de esquerda e forçou a linha liberal moderada a preparar a manobra que levou ao chamado Golpe da Maioridade, em que D. Pedro II foi declarado maior de idade antes de completar 15 anos e, portanto, apto a assumir o trono, o que ocorreu em 23 de julho de 1840. Começava então o Segundo Reinado, uma das fases mais prósperas do jornalismo brasileiro.
Neste período a economia estava pujante nas mãos de D. Pedro II. Os latifundiários cafeeiros, instalados sobretudo no Sudeste, nas províncias de São Paulo e Rio de Janeiro, emergiram como as novas forças econômicas do país e um pacto tácito entre conservadores e liberais permitiu que o imperador exercesse o seu reinado sem grandes oposições iniciais, apaziguando momentaneamente as disputas políticas entre as duas facções rivais.
Contudo, a imprensa brasileira começou a estruturar-se em bases empresariais e capitalistas, e à medida que superavam as restrições do período colonial, elas foram cada vez mais atraídas para o modelo urbano europeu. Nesta fase ocorreu a emancipação das mulheres e diversos informes e jornais voltados para este público. Essa corrente marcou o surgimento e a popularização da literatura romântica nas páginas de jornais e revistas.
Enquanto a imprensa conservadora prosperava em decorrência da calmaria política e do desenvolvimento econômico, o movimento abolicionista se fortalecia, sobretudo na imprensa estudantil. Diversos veículos passaram a defender abertamente o fim da escravidão, como A Reforma, surgida no Rio de Janeiro, em 1869, e que pregava a reforma ou a revolução.
Ainda sob o governo de D. Pedro II que permitiu uma imprensa totalmente livre, a escravidão passou a ser exibida sem censura, através de textos e imagens (desenhos), pressionando o fim da prática.
Com a libertação dos escravos, o Segundo Reinado perdeu o seu último pilar de sustentação e, os cafeicultores passaram então a apoiar a implantação da República, que ocorreria finalmente em 15 de novembro de 1889. O jornal A Provincia de São Paulo, em 1º de janeiro de 1890, alterou o seu nome e se tornou O Estado de São Paulo.
Entramos na República Velha que manteve os moldes de impressa do Segundo Reinado e, logo passamos para o Período Republicano, onde ascensão da burguesia industrial, que já se desenhava desde o início da República, ganhou ímpeto a partir dos primeiros anos do século XX, com o processo de industrialização.
O jornalismo, que já vinha se estruturando solidamente como empresa, elevou-se ao nível dos empreendimentos de grande vulto e, os veículos de grande porte rapidamente sufocaram os pequenos, que saíram de circulação definitivamente ou foram absorvidos, incapazes de competir, em termos financeiros, com o avanço da grande imprensa no país.
Essa situação gerou um descompasso entre o jornalismo que passou a ser então praticado, de cunho mais capitalista, modernizante e industrial, e a elite política dominante, predominantemente latifundiária, escorada na chamada Política do Café com Leite.
Perdendo o caráter informativo e ganhando os moldes capitalistas e politicamente interessados, para calar as vozes opositoras, governo passou a subornar a opinião favorável dos jornais abertamente, sem o mínimo resquício de pudor.
Seguimos a história até a Era Vargas. Um período obscuro, violento e censurador. Getúlio Vargas, simpatizante do nazismo, deu início ao empastelamento de jornais.
A prática consiste em uma forma de ‘linchamento’ jornalística, que visa calar adversários e suprimir opiniões. Por vezes, os ‘linchadores’ incendiavam o local para aniquilar a capacidade de sobrevivência do jornal adversário. Destruíam a tipografia, a impressora, os estoques de papel, o prédio, e não raro atacavam os jornalistas que porventura estivessem refugiados no prédio.
Segundo o ‘Observatório da Imprensa’, um dos empastelamentos mais dramáticos, mas pouco referido pelos historiadores, foi o dos jornais Liberdade e Gazeta da Tarde (8 de março de 1897), como represália pelo apoio que supostamente ofereciam aos insurgentes de Canudos. Como os republicanos atribuíam aos monarquistas as vitórias do ‘fanático’ Antônio Conselheiro, resolveram calar os dois jornais da antiga Capital Federal (Rio de Janeiro).
A Era Vargas aconteceu entre 1930 e 1945 e sua relação com a imprensa foi conflituosa e agressiva. Durante o Estado Novo, Vargas controlava a imprensa através do DIP. Em fevereiro de 1932 numa época em que o Brasil podia ser chamado de o país dos “tenentes”, ocorreu o empastelamento do Diário Carioca, jornal que apoiara com entusiasmo os revolucionários de 1930, mas se mostrou desiludido logo nos primeiros meses do Governo Provisório, passando a defender a constitucionalização do país. A destruição do jornal por elementos ligados ao Clube 3 de Outubro desencadeou uma crise entre os revolucionários. Maurício Cardoso, então ministro da Justiça, exigiu a apuração das responsabilidades, mas Vargas mostrou-se reticente. Diante disso, Maurício Cardoso, juntamente com outros políticos gaúchos, afastou-se do governo.
Em 1937, Vargas achou que era uma boa ideia abolir a liberdade de expressão da Constituição. Todos os meios de comunicação e artísticos foram submetidos à censura prévia. A imprensa, praticamente estatizada, ganhou o título de “utilidade pública”, o que obrigava todos os jornais a publicar comunicados do governo. O não-cumprimento dessa exigência levava à prisão o diretor do jornal. O responsável pela prisão era o DIP.
O DIP brasileiro pode ser visto como a Gestapo de Hitler. Logo atuarão contra aqueles displicentes que não confiam em uma vacina experimental e não aceitaram ser as vítimas de Mengele, hoje representado pelas indústrias farmacêuticas.
Chegamos a 2022.
“Nunca antes na história desse país” se presenciou um Supremo tão agressivo e draconiano. Voraz para calar vozes dissidentes, estão repetindo o conhecido e temido “empastelamento de jornais”, idealizado na chamada “Era Vargas”.
A imprensa, comprada e prostituída age como garotos de recados de partidos e políticos mediante gordos pagamentos. O Antagonista é assessoria do Moro, Folha de SP do PT, O Globo de quem comprar o espaço, assim como o Estadão, Veja e IstoÉ. Pagou, levou. Já dizia Juca Chaves: “A imprensa é muito séria, se você pagar eles até publicam a verdade”.
Até pouco tempo eles tinham o poder da narrativa e o monopólio da informação e, com o advento das redes sociais, perderam a credibilidade, a narrativa e o monopólio. Suas bandeiras ideológicas (sempre a esquerda, com as falsas bandeiras de liberdade e igualdade) não tem mais tanta influência e, os grandes grupos econômicos e a elite burocrata sabem que precisam nos calar e nos descredibilizar.
Por isso os inquéritos, as perseguições, as agências de fact checking – chegando ao absurdo de um moleque dizer se um Nobel está falando a verdade ou não -, e, por fim, o Congresso Nacional e o Judiciário bem como o Tribunal Superior Eleitoral fazerem uso dessas agências de checagem que não possuem qualquer procedência e CHECAM PIADAS – os famosos memes -, para calar as vozes dissonantes que atrapalham a tomada definitiva do Poder e, de uma forma ou de outra, esclarece a população sobre o que há ‘por trás da notícia’.
Para qual período voltamos? Arrisco na Era Vargas. Um período cheio de obscuridade, violência, perseguições, processos Kafkianos com o silêncio e convencia de um Congresso vendido e corrupto.