Os Estados Unidos da América divulgaram imagens dos testes de seu novo projeto naval que promete revolucionar a corrida por drones de uso militar.
Há milênios a capacidade de dominar os mares tem sido determinantes em diversos conflitos na história humana, desde o Império Persa, o auge da civilização Grega, passando pelo Império Romano, o reino Português, e os Impérios britânicos e espanhol. Mesmo após o advento da aviação militar e a sua importância estratégica nos campos de batalha, o domínio e a supremacia dos mares continuam sendo determinantes para determinar o sucesso militar e até mesmo mercantil das grandes potências mundiais.
A guerra em curso na Ucrânia desde fevereiro de 2022, tem sido um campo de testes práticos e efetivos de diversas armas e veículos, sendo os drones um novo marco na indústria bélica e nas estratégias de combate. Apresentando diversas formas de aplicação em batalha e demonstrando fraquezas de defesas que precisarão serem revistas a partir de agora, com destaque especial para os tanques, principalmente do lado russo, que não contam com blindagem reforçada nas torres, levando o exército a criar improvisações para proteger os veículos dos drones.
Ainda no campo de batalha ucraniano, uma nova modalidade de drones também tem se destacado, trata-se dos drones navais, atuando principalmente no mar negro. Drones marítimos, que também podem ser chamados de drones navais, são pequenas embarcações não tripuladas operadas na superfície da água ou submersos.
Eles são fabricados em todas as formas e tamanhos, sendo usados para uma variedade de tarefas, incluindo monitoramento ambiental, transporte de cargas e até mesmo ataques a embarcações militares ou não. Os recursos mais comuns em drones navais são, entre outros, explosivos embutidos e câmeras que transmitem imagens para a pessoa que os controla.
Alvos de longo alcance são normalmente pré-programados nos drones quando lançados. Eles são então guiados remotamente por um humano conforme ele se aproxima do alvo.
O uso de drones navais pela Ucrânia, a um custo relativamente baixo, marca uma nova era para a guerra no mar. A tática representa um risco crescente para a Rússia, segundo alguns analistas.
Em comparação com as embarcações militares normais, os drones são mais difíceis de detectar no radar porque são mais baixos e fazem muito menos barulho.
Justamente neste campo, a Marinha dos Estados Unidos está empenhada em manter a sua supremacia tecnológica dos mares. No último dia 02 de maio, foi divulgado que o projeto Manta Ray da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), alcançou um marco significativo ao concluir testes em escala real.
O protótipo Manta Ray, produzido pela gigante da aviação norte-americana Northrop Grumman, faz parte de um projeto da Marinha dos EUA para desenvolver uma nova classe de drones subaquáticos capazes de realizar missões muito mais longas. A embarcação autônoma, que ofuscou o pequeno barco com o qual foi fotografada, foi projetada para se mover pelo oceano por longos períodos sem supervisão ou necessidade de reabastecimento.
A nave também consegue ancorar no fundo do mar e “hibernar” em um modo de baixa potência, de acordo com Northrop Grumman. Ele também foi projetado para ser facilmente transportado ao redor do mundo para rápida implantação.
Os testes ocorreram na costa do sul da Califórnia nos últimos três meses.
Apesar dos poucos detalhes disponíveis e segredos em torno do projeto, alguns pontos importantes já são conhecidos sobre o projeto:
Objetivo: O objetivo do programa Manta Ray é demonstrar tecnologias críticas para uma nova classe de UUVs capazes de operar por longos períodos, cobrindo grandes distâncias, sem a necessidade de suporte logístico ou manutenção humanos.
Tecnologias-Chave: O programa Manta Ray planeja avançar tecnologias-chave que beneficiarão futuros designs de UUVs. Isso inclui técnicas de gerenciamento de energia para operações de UUV e técnicas de coleta de energia submarina em profundidades operacionalmente relevantes, sistemas de propulsão submarina de baixo consumo e alta eficiência, e novos meios de detecção e classificação de perigos ou ameaças de contra-detecção submarina.
Testes: O programa Manta Ray atingiu um marco importante com um teste de “splash” em água ao largo de Oahu, Havaí, para verificar sensores, desempenho hidrodinâmico do veículo e comportamentos-chave de autonomia do corpo do planador. A Northrop Grumman, uma das empresas envolvidas no projeto, completou a montagem de um protótipo em tamanho real do Manta Ray.
Características Únicas: O protótipo Manta Ray da Northrop Grumman integra várias características únicas para apoiar a visão da DARPA de criar uma “surpresa estratégica”. Isso inclui autonomia, capacidade de transporte para equipamentos para suportar diferentes missões, funções de economia de energia e modularidade — o que significa que o design pode ser desmontado e remontado.
Analistas de defesa especularam que a Marinha dos EUA quer desenvolver um drone capaz de longas missões para vasculhar os mares em busca de submarinos russos e chineses.