Os EUA condenaram o decreto de Putin que autoriza o uso de armas nucleares em caso de ataques convencionais. Enquanto isso, a OTAN iniciou exercícios militares na Finlândia, a 200 quilômetros da fronteira com a Rússia.

A assinatura do presidente russo Vladimir Putin na terça-feira no documento que confirma as mudanças em sua doutrina nuclear apertou o laço em um momento difícil. Do outro lado do mundo, nos Estados Unidos, o governo de Joe Biden deu um passo delicado há alguns dias ao autorizar a Ucrânia a usar “armas de longo alcance dos EUA” contra a Rússia, provocando uma reação em cadeia na diplomacia internacional.

A Casa Branca afirma que a assinatura do decreto russo “é mais da mesma retórica irresponsável da Rússia que temos visto nos últimos dois anos”. No entanto, apesar da decisão de Putin de usar armas nucleares no caso de um ataque de um país não nuclear, não há dúvida de que a decisão de Biden coloca mais lenha na fogueira. Apenas dois meses antes de deixar a presidência, antes de Donald Trump assumir o cargo em 20 de janeiro, o líder democrata autorizou Kiev a usar o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) contra o território russo.

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Será que Biden pretende preparar a mesa para uma Terceira Guerra Mundial? Alguns analistas acreditam que sim. Como Trump quer acabar com a invasão russa na Ucrânia assim que assumir o cargo, o objetivo do atual presidente democrata é que seu sucessor não consiga impedir a escalada. Suspeitamente, Alex Soros, filho e herdeiro do magnata globalista George Soros, também entra em cena. Depois que Biden deu o sinal verde para o uso desses mísseis, ele escreveu em sua conta no X: “Esta é uma ótima notícia!”

A OTAN está se preparando para a Terceira Guerra Mundial?

A Finlândia foi um dos últimos países a aderir à OTAN e um dos primeiros a se preparar para uma possível escalada da guerra na Ucrânia. A apenas 200 quilômetros da fronteira com a Rússia, o país nórdico, juntamente com a Aliança Atlântica, iniciou exercícios militares com 3.600 soldados de 28 estados-membros. Esses são os primeiros exercícios militares de grande escala a serem realizados no país desde que ele se juntou ao bloco em abril de 2023.

Moscou, é claro, está observando cada passo que os aliados ocidentais da Ucrânia dão. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, referiu-se ao uso de mísseis ATACMS autorizado por Biden, alegando que os EUA estão buscando “escalar” o conflito. Se assim for, a OTAN estaria se preparando para aplicar seu princípio fundamental de defesa coletiva, segundo o qual “um ataque armado a um ou mais deles na Europa ou na América do Norte seria considerado um ataque a todos”.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan está levando a mensagem de Putin para o Ocidente. Durante a cúpula do G20 no Brasil, ele instou a OTAN a “refletir” sobre a doutrina nuclear modificada da Rússia. Em uma coletiva de imprensa, ele declarou o seguinte:

“Antes de tudo, não há nada de positivo em usar armas nucleares em uma guerra. Com os mísseis que a Ucrânia usou recentemente, você vê o que acontece, o que pode acontecer. Isso certamente não é uma coisa boa.

Abrigos antibomba na Rússia e mísseis alemães para a Ucrânia

Vídeos de novos abrigos antibombas na Rússia estão circulando nas mídias sociais e, com eles, a informação de que o país começou a produção em massa. Eles foram projetados para abrigar 54 pessoas cada e proteger contra radiação nuclear. O Instituto de Pesquisa do Ministério de Emergências não relacionou seu anúncio às tensões atuais, mas a coincidência é clara.

Por fim, de acordo com o Kyiv Post, a Alemanha também poderia se juntar aos EUA para autorizar a Ucrânia a usar seus mísseis de longo alcance contra o solo russo com seus mísseis Taurus, a pedido do Partido Democrático Livre (FDP).