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Aborto

Aborto é mesmo questão de saúde pública?

“Não só eu sou contra o aborto como toda mulher que eu casei eram contra o aborto; e eu acho que quase todo mundo é contra o aborto. Não só porque nós somos defensores da vida, mas também porque deve ser uma coisa muito desagradável e muito dolorida alguém fazer um aborto.”

Este foi o texto de Lula em sua campanha eleitoral para a presidência da República. O então candidato fez este ato de forma desesperada porque a ala conservadora trouxe à baila um vídeo de 1989, utilizado pela campanha de Fernando Collor, em que Miram Cordeiro, ex-mulher de Lula, o acusou de oferecer dinheiro em troca de que ela realizasse um aborto:

“Como é que eu posso apoiar um homem que me ofereceu dinheiro, quando soube que eu estava grávida de um filho dele, para eu abortar? (…) No dia seguinte, ele me encontrou e já veio com o dinheiro. Ele me disse: ‘Miriam, esse filho não pode nascer’”

O vídeo ainda mostra uma reportagem do Jornal do Brasil publicada em 26 de Abril de 1989, com o seguinte título: “Lula tem filha cuja existência nunca revelava”.

Lula, na campanha de 2022, fez de tudo para se mostrar moderado, conservador, defensor da vida. Contudo, o ditado “Quem não te conhece, que te compre” nunca foi tão verdadeiro. A defesa do aborto não está só na essência de Lula, mas do próprio Partido dos Trabalhadores e da esquerda como um todo.

Exatos oito meses antes do pleito, Lula esteve em um evento em São Paulo onde defendia a prática, alegando ser uma “questão de saúde pública”:

“Aqui no Brasil, por exemplo, as mulheres pobres morrem tentando fazer aborto porque é proibido, o aborto é ilegal (…) quando, na verdade, deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho (…) e essa pauta da família, essa pauta dos valores, é uma coisa muito atrasada.”

Tanto que, agora eleito, Lula nomeia Nísia Trindade como Ministra da Saúde, que é defensora do aborto, e “foi mais rápido do que eu pensava”, parafraseando o pastor Silas Malafaia, ao abordar este assunto em seu Twitter.

A esquerda se utiliza de algumas retóricas para defender o assassinato de bebês no ventre: “Vamos legalizar, afinal, o aborto acontece de qualquer jeito…mulheres morrem no aborto clandestino…se legalizar, elas serão orientadas e muitas vão desistir…”. Destruirei estes pontos.

Uma das estratégias utilizadas pela esquerda é inflar números; aliás, Lula é mestre em citar números aleatórios, que são prontamente desmentidos em cinco minutos em uma “googada”. Contudo, quando se trata de aborto, o esquema é um pouco mais complexo, embora não impossível de se desvendar.

Via de regra, utilizam-se do relatório Abortion Worldwide/2017, produzido pelo Instituto Guttmacher, cujo período analisado é entre 1989-1992, e “atualizado” em 2015, com estimativa de 1995-2013. A professora universitária e ativista Débora Diniz costuma dizer que são realizados 500 mil abortos em solo nacional; contudo, embora seja um número inflado, é menor do que de qualquer país desenvolvido e com a prática legalizada.

Como a esquerda chega nesses números absurdos? Através de uma equação, no mínimo, confusa:

LS = (Número de internações por abortamento) x 5 x 1,125 x 0,75

Onde:

5 = puro “chute”. Na cabeça das abortistas, sem qualquer base, a cada 5 abortos, 1 resulta em internação. Contudo, utilizam o fator 5.
1,125 = percentual de abortos espontâneos em relação ao total
0,75 = subnotificações dos abortos provocados

Mostrarei através de dados do DataSUS/2016 que esta fórmula é absurda:

ABORTO ESPONTÂNEO91.81347%
ABORTO POR RAZÕES MÉDICAS (ABORTO LEGAL)1.6591%
OUTRAS GAVIDEZES QUE TERMINAM EM ABORTO103.95853%
TOTAL197.430

Vamos aplicar estes números à fórmula:

197.430 x 5 x 1,125 x 0,75 = 832.908 abortos

Diniz, Medeiros e Medeiro (2010 e 2016) verificaram duas “taxas de internação”. Observem:

Aplicando estes dados e corrigindo a fórmula:

LS = (Número de intervenções por ABORTO LEGAL) x 1,81 x 0,25

Onde:

1,81 = percentual de abortos espontâneos em relação ao total
0,25 = subnotificações dos abortos provocados (pesquisas mostram que, em média, 75% dos casos de aborto que ocorrem no Brasil são ESPONTÂNEOS. Logo, o correto não seria utilizar 0,75 na fórmula, mas 0,25)

(197.430-1.659) x 1,81 x 0,25 = 88.586

Outra estratégia dos abortistas é mentir descaradamente afirmando que mulheres negras e pobres devem ter o mesmo “direito” de abortar. Lula, inclusive, disse que mulheres ricas abortam em Paris. Contudo, o aborto é o método perfeito para promover a eugenia e a morte dos negros.

Margaret Sanger, na sua obra “Pivot of Civilization”, disse, referindo-se aos negros:

“Eles são (…) ervas daninhas da humanidade, reprodutores irresponsáveis, geram serem humanos que jamais deveriam ter vindo ao mundo.”

Dados do CDC americano de 2016 mostram que 38% das mulheres que realizaram o procedimento eram negras, mesmo sendo os negros 12% da população do país. Podemos chamar isso de genocídio?

Mais uma falácia destes movimentos é dizer que após um aborto legal, mulheres poderão ser orientadas acerca de métodos contraceptivos e que isso evitaria novos abortos. Nada mais longe da realidade!

Dados do CDC americano de 2016 apuraram 623.471 abortos. Destes:

Ou seja: 43,8% era REINCIDENTE.

E a questão mais grave é: o aborto legal é “seguro”. De onde tiraram isso? As feministas histéricas dizem aos quatro ventos que mulheres morrem por conta dos abortos clandestinos. Nenhuma delas contam que o que mata é o procedimento em si.

Não abordarei os modos de como o procedimento é feito por entender que é chocante demais. Peço que cada leitor pesquise e veja por si mesmo a gravidade da situação. Falarei somente dos efeitos colaterais do aborto:

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