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Campanha presidencial de Gustavo Petro recebeu dinheiro ilegal de criminosos, delata o filho do presidente

Preso no último sábado, 29 de julho, após denúncia de sua ex-esposa Day Vásquez, Nicolás Petro teria embolsado dinheiro doado por contrabandistas e narcotraficantes para a campanha presidencial de seu pai, Gustavo Petro, em 2022. A denúncia foi feita na revista Semana em uma entrevista que rapidamente virou um caso judicial.

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A audiência para definir a medida de segurança contra Nicolás Petro começou neste dia 03 de agosto, e logo após as apresentações formais, o promotor do caso, Mario Burgo, pediu a palavra e disse ao juiz responsável que pediria uma medida restritiva de liberdade para o filho do presidente, após ouvir uma confissão dos crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Em delação voluntária ocorrida na terça-feira, 01, Nicolás informou, segundo o promotor, que teria recebido uma grande soma de dinheiro de Santander Lópesierra (conhecido como o homem de Malboro) Gabriel Hilsaca Acosta e Oscar Camacho. Parte deste dinheiro foi utilizado em benefício próprio e “outra parte dele foi investida na campanha presidencial do ano de 2022”, disse o procurador. Além disso, o procurador disse que Nicolás prometeu entregar todas as provas a este respeito.

Nicolás Petro teria recebido 400 milhões de Pesos colombianos (cerca de R$480.000,00) em dinheiro de Lópesierra, condenado por tráfico de drogas. O ministério Público também revelou que a investigação conseguiu chegar a estes fatos após Day Vásquez deixar seu celular e conteúdo à disposição da justiça. Day reconheceu a veracidade das informações e admitiu que ela mesma guardava esse dinheiro em malas, mochilas e no cofre que era vigiado por câmeras de vigilância na casa de Nicolás.

Além destes valores, Vásquez revelou que o ex-marido recebeu “altas somas” de dinheiro de empresários em Cúcuta.

Agora, o filho do presidente está formalmente ligado a uma investigação criminal pelos crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. O Ministério Público apresenta os argumentos para que ele seja encaminhado para prisão domiciliar.

Esta não foi a primeira denúncia de dinheiro ilícito

No início do mês de junho, a revista Semana revelou com exclusividade, áudios vazados de Armando Benedetti (ex-embaixador da Colômbia na Venezuela e ex-chefe de campanha de Gustavo Petro), que ameaçava diretamente a Sra. Laura Sarabia, então chefe de gabinete de Petro. Nos áudios, Benedetti reage com fúria o descaso do presidente Petro e de Sarabia com ele, que não teria sido recebido pelo presidente no gabinete presidencial após horas de espera. Em uma das mensagens, Benedetti afirma ter conseguido 15 bilhões de pesos para a campanha e os votos decisivos na região da Costa. O detalhe é a descrição da possível origem do dinheiro “Com tanta coisa suja que eu sei, todos nós estamos ferrados”.

A revista Semana também apresentou outros áudios em que Benedetti ameaça expor o esquema de corrupção na campanha presidencial: “Na hora que eu falar quem deu o dinheiro aqui na Costa (região da Colômbia), eu sei o que é aquele caralho, você não sabe porra nenhuma de história, leia como começou o filho da puta [do processo] 8.000 (escândalo ocorrido no governo do presidente Ernesto Samper, acusado de receber financiamento do narcotráfico em 1995)e por que começou, aí está a chave para tudo que vai acontecer com você, e se você acha que é chantagem, você acha que é chantagem, é uma resposta a uma forma de filho da puta sua, é uma resposta a uma filho da putice, ainda não é chantagem”.

Soma-se a estes casos, o desentendimento público através da imprensa de Gustavo Petro com o Francisco Barbosa, Procurador Geral da Colômbia. Barbosa chegou a dizer abertamente na imprensa que Petro estava tentando comandar o ministério Público, passando por cima da constituição. Afirmou que “Gustavo Petro foi eleito presidente da República e não como ditador”. Barbosa chegou afirmar em entrevista coletiva para a imprensa que, se algo acontecesse com ele, o culpado seria o Presidente da República Gustavo Petro.

Ainda é cedo para prever quais serão os caminhos que Gustavo Petro irá trilhar, mas é certo que os últimos três meses estão colocando a estabilidade de seu governo em cheque, que balança a cada dia.

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