Fernandez, que também foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernandez (2019-2023), havia sido absolvida nesse caso em outubro de 2021, mas um tribunal de apelações anulou essa decisão em setembro de 2023, após a ex-presidente entrar com o recurso que foi rejeitado pela Suprema Corte na quinta-feira.

Buenos Aires, 5 dez (EFE) – O Supremo Tribunal de Justiça da Argentina rejeitou nesta quinta-feira um recurso apresentado pela ex-presidente Cristina Fernández (2007-2015) em um caso no qual ela é acusada de encobrir o atentado à AMIA ao assinar um memorando de entendimento com o Irã em 2013, pelo qual agora deverá ser julgada.

A decisão foi confirmada à EFE por fontes do Tribunal, que destacaram, no entanto, que falta ainda a assinatura final da sentença para que esta seja oficializada.

Fernandez, que também foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernandez (2019-2023), havia sido absolvia nesse caso em outubro de 2021, mas um tribunal de apelações anulou essa decisão em setembro de 2023, após a ex-presidente entrar com o recurso que foi rejeitado pela Suprema Corte na quinta-feira.

A Argentina assinou o memorando com o Irã para facilitar a investigação sobre o atentado a bomba de 1994 contra a sede da Associação Mutual Israelita-Argentina (AMIA) em Buenos Aires, no qual morreram 85 pessoas e pelo qual vários iranianos são acusados, mas o judiciário está investigando se foi de fato um encobrimento de várias autoridades iranianas.

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O caso foi iniciado após uma denúncia do promotor Alberto Nisman, que havia sido nomeado para investigar o atentado e que morreu em circunstâncias suspeitas em janeiro de 2015, um dia antes de apresentar evidências que, segundo ele, provariam um encobrimento por parte do governo de Cristina Fernández.

A morte de Nisman, inicialmente considerada um suicídio, foi posteriormente investigada como um possível homicídio, mas nenhum autor claro foi ainda identificado.

Embora o Hezbollah, aliado do Irã, tenha sido acusado por várias investigações de ser responsável tanto pelo atentado à AMIA quanto pelo atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires dois anos antes, ambos os casos permanecem em aberto no sistema judiciário argentino, que também tem mandados de prisão para vários ex-funcionários iranianos pelo ataque à Mutualista Judaica.