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América Latina

Cuba: A espada da revolução na América

Cuba A espada da revolução na America

Manter o regime de Cuba é de extrema importância para o movimento revolucionário vermelho mundial. Muitos menosprezam o papel de Cuba e o nivelam a um país miserável caribenho. Encarar Cuba como um simples regime comunista implantado em um pequeno país, como muitos exemplos espalhados pelo mundo é um grande e verdadeiro erro.

Para entender a importância do país e sua influência na geopolítica da América, seu papel estratégico e como esta pequena ilha possui tanta influência e respeito político, ideológico de governos como o da China, Irã e Rússia é preciso voltar no tempo.

Em 01 de janeiro de 1959, Fidel Castro, Raúl Castro e Ernesto “Che” Guevara alçavam a pequena ilha a um patamar acima na história do século XX. Instauravam com sucesso o primeiro regime comunista baseado na tomada do poder pelas armas, com a força do homem do campo e sua revolta contra o capital, a propaganda perfeita. Isso após mais de 30 anos de tentativas frustradas em outros países da américa, como o Brasil nos anos 1930 com Carlos Prestes e a Intentona Comunista.

Neste período a China estava em seus primeiros anos de regime revolucionário comunista, a Coréia do Norte vivia o seu jubileu recente na península coreana, a União Soviética aumentara absurdamente sua influência e o seu território, tendo sob sua cortina de ferro quase metade da Europa. Na África, os países europeus preparavam suas colônias para a independência e o continente tornou-se um terreno fértil para a revolução emergir. Mas faltava um continente estratégico, o novo mundo, a América.

Tão logo sobe ao poder, o regime de Castro ganha ares Pop em parte da mídia, seus representantes eram recebidos com pompa e circunstância por toda a América, chegando mesmo o então presidente do Brasil Jânio Quadros condecorar Che Guevara com a Ordem cruzeiro do Sul.

Porém, além do lado diplomático institucional e midiático, Cuba cumpria um papel importantíssimo para a Revolução: alimentava os sonhos e as esperanças de revolucionários por todo o continente, servia de inspiração e acima de tudo de centro de comando para o continente inteiro. Não por acaso, já em 16 de outubro de 1962 eclodia a crise dos mísseis em Cuba, patrocinado e fomentado pela União Soviética, para assim forçar os Estados Unidos a retirar seu arsenal da Itália e da Turquia.

Ainda no mesmo ano de 1962, Cuba servia como posto avançado de treinamento revolucionário para Brasileiros, Colombianos, Bolivianos, Salvadorenhos e outros. Em 1963 e 1964 com apoio da StB, partido comunista chinês e a mando da União Soviética, Cuba auxiliava os revolucionários brasileiros para um eminente golpe de estado no Brasil.

Décadas após estes fatos, Cuba ainda teria um papel crucial para a revolução comunista global.

Com o declínio da União Soviética nos anos 1980, vários satélites comunistas pelo mundo começaram a entrar em declínio, tendo em vista a queda do centro de comando, militar e até mesmo financeiro da revolução comunista. Cuba todavia conseguiu traçar o seu plano de influência: um anos antes da queda do colosso soviético, Fidel Castro reuniu-se na cidade de São Paulo, sob a hospitalidade de Luís Inácio Lula da Silva e José Dirceu, com líderes revolucionários de 48 partidos políticos de 14 países latino-americanos. O objetivo deste encontro era claro: Manter na américa o que estava perdendo-se na Europa.

Cuba, desta forma, não manteve somente poder, mas torna-se literalmente a líder da revolução nos trópicos, sob seu comando, sua polícia secreta e agentes, curvariam-se toda uma geração de revolucionários que cresceram enxergando Fidel como um herói, um líder revolucionário e a partir de agora “comandante”. O Foro de São Paulo foi responsável pela tomada política da revolução em toda a américa latina, chegando ao ponto que em 2011 os únicos países da américa do Sul que não estavam na mão do “Foro” era Chile e Colômbia. Fidel Castro foi padrinho e tutor de Hugo Chavez desde 1994, o ensinou como tomar o poder por dentro do sistema, através das eleições. Tornou a Venezuela seu principal vetor de ação. O Brasil o porto seguro financeiro, a Bolívia o principal fornecedor de matéria prima para o Cartel de Los Soles, transformou diversos países em Narco-estados e fomentava guerrilhas nos países que não possuía o controle.

Cuba também usou o dinheiro brasileiro para construir um porto que serviu de entreposto de arma que abastecia a Coréia do Norte. Regime este que fazia parte da rede de tráfico internacional de Arma de Qasem Soleimani.

Cuba, é um caso de resiliência revolucionária e estratégia de longo prazo, não à toa os Castros são respeitados e condecorados por grandes líderes revolucionários como Vladimir Putin e Xi Jinping.

Ainda nos últimos anos, Cuba permanece forte em sua influência, gerando crises em países onde o Foro de São Paulo perdeu seu poder de Estado como no Chile e Equador em 2019 e na Colômbia em 2021.

A possível queda do regime cubano é um golpe forte na organização revolucionária nas Américas, é atacar a cabeça da serpente e debilitar por algum tempo as ações revolucionárias. Engana-se quem acredita que a possível queda do regime nada interfere ou tem a ver com as políticas internas do Brasil. Porém também engana-se quem acha que caso confirme a queda do regime, teremos o fim do Foro de São Paulo, do Grupo de Puebla ou Marbela, não existe vácuo continuo de poder na geopolítica, Cuba mesmo nos deu esta lição sob a liderança de Fidel, Lula e Dirceu.

A estrutura geopolítica da América está prestes a mudar drasticamente, porém precisamos estar despertos: Como nós que aspiramos ser contra revolucionários, estaremos preparados para estas mudanças que nos atingiram nos mais profundos aspectos? Sejam eles sociais, comportamentais, midiáticos e políticos.

Raúl Castro, José Dirceu e Nicolás Maduro: agentes da revolução e detentores do legado ideológico cubano.

Devemos estar preparados para um cenário de aprofundamento do caos provocado, onde a revolução tende a seguir as premissas de Vladimir Lenin, apontadas por Cliff Kincaid em a Espada da Revolução:

nossa tarefa é utilizar cada manifestação de descontentamento, coletar e utilizar cada grão de protesto rudimentar”. Na verdade, se você quer mudar a sociedade, eis o roteiro de Lenin: cause o problema. Espalhe a miséria. Envie um quadro de organizadores comunitários profissionais para unificar todos os espíritos deserdados descontentes e abastecer uma revolta organizada. Atraia caos e violência. Explore o caos para grandes objetivos políticos. Culpe seus oponentes políticos, demonize e criminalize-os”.

 

Conheça estes e muitos outros fatos primordiais para compreender o atual cenário político do Brasil e da América-Latina no livro “O mínimo sobre o Foro de São Paulo”.

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