Recentemente tivemos a reversão do caso Roe v. Wade pela SCOTUS (Suprema Corte Norte-Americana), em uma data extremamente simbólica e providencial, que foi a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Logo em seguida, diversos estados norte-americanos seguiram a decisão da Suprema Corte e baniram os repasses financeiros e possibilidades para a realização do assassinato de bebês no ventre de suas mães. Como não poderia ser diferente, tivemos uma verdadeira rebelião dos quintos dos infernos, tanto por parte dos grandes conglomerados globalistas como na militância internacional financiada por esses mesmos conglomerados – sendo a principal e precursora do abortismo a famigerada Planned Parenthood, o maldito templo satânico de Margareth Sanger.
Contudo, para ampliar o debate sobre a terrível agenda, temos de investigar os fundamentos desta mentalidade e – de como dizia São João Paulo II – da cultura da morte.
Desde o advento de subculturas e ideologias nefastas do séc. XIX e XX, a saber, o marxismo e o neomalthusianismo, esse establishment ocultista sistematiza, em conjunto com a dialética materialista histórica e o eugenismo social, a mentalidade contraceptiva.
Como toda revolução cultural inicia-se pela manipulação cognitiva dos centros acadêmicos em geral, ao analisar inúmeros artigos científicos sobre a ginecologia, constatamos que muitos estudantes de medicina são formados na mentalidade supracitada.
Falo aqui apenas dos remédios contraceptivos, pílulas, injetáveis, DIU, etc.? Naturalmente que não!
Analisando o Big Picture, os remédios já utilizados por milhões de mulheres, fazem parte de uma subcultura globalista estruturada pelas influências ideológicas e teoréticas.
Há um completo processo, contínuo, ininterrupto, sistemático da patologização da fertilidade feminina.
Diz a famosa feminista, Shulamith Firestone, em seu livro A Dialética dos Sexos qual é o grande passo para embasar o contraceptivismo:
“A libertação das mulheres da tirania de sua biologia reprodutiva por todos os meios disponíveis e a ampliação da função reprodutiva e educativa de toda a sociedade globalmente considerada.”
Sabe-se que a mentalidade revolucionária per se é a completa inversão de sujeito e objeto. Portanto, é necessário gerar um ódio cego à ontologia natural do ente humano. Nega-se tanto às potências naturais da mulher como às do homem. A mulher que deseja ser mãe, educar e edificar sua prole e seu lar, é vista como maluca, alienada e que está fora dos avanços idealistas da figura feminina da modernidade. Portanto, a verdadeira mulher desconstruída, é aquela que abraça a utopia revolucionária e se contenta com o oferecimento diabólico da libertinagem sexual.
É evidente que, com o advento dos meios contraceptivos e dos diversos impedimentos que inibem o devido fim das relações sexuais, a busca de homens e mulheres da contemporaneidade têm sido a busca pelos meros prazeres da carne. Isto é, as concupiscências da carne e do olho tornaram-se a causa eficiente das relações interpessoais. Não se busca mais o amor e a santidade, mas a libertação da opressão do lar, como dizia Friedrich Engels em seu livro “A Origem da Família, da Propriedade e do Estado”.
Ainda citando Engels, o mesmo diz que, além da luta de classes entre camponeses e aristocratas, empregados e empregadores, temos a maior delas: a do homem e da mulher. Esta, para se libertar do julgo da superestrutura familiar daquele, deve batalhar em conjunto com o movimento organizado das mulheres para destruir a concepção familiar e o papel do homem (figura do pai).
Alinhando o pensamento feminista de Shulamith Firestone e Friedrich Engels, temos a pá de cal do sr. Thomas Malthus. Em seu livro “Ensaio Geral sobre a População”, Malthus propugna que, num futuro muito próximo, a humanidade destruirá o Planeta Terra por usufruir de todos os recursos naturais sem nenhum limite. E que, portanto, esse limite deve ser imposto por uma elite iluminada que, indubitavelmente – segundo o que acreditam –, detém a salvação terrestre.
Ora, ora, como são bonzinhos!
Em síntese, a mentalidade feminista-marxista e a mentalidade eugenista andam de mãos dadas a caminho dos objetivos da elite global que os financia em grande escala. É de praxe apontarmos que os neomarxistas apenas conseguiram proliferar suas ideias através do amplo financiamento das fundações europeias e norte-americanas, como as Fundações Open Society Foundation, Ford, Oak, Rockefeller (Clube de Roma), entre outras. É o plano de toda a Escola de Frankfurt sendo realizado defronte aos nossos olhos!
Ampliando ainda mais a nossa percepção desse tentáculo da revolução, percebemos que a mentalidade contraceptiva também chega nos projetos arquitetônicos da pós-modernidade. Percebam como as grandes metrópoles, impessoais, abstratas, artificiais, conduzem as pessoas ao indiferentismo em relação umas às outras. Casas e apartamentos que mais parecem cubículos infernais, sem beleza, sem formas, sem cores e sem nenhum senso de continuidade histórica. O ser humano passa como um átomo desgovernado sem saber de onde veio e para onde vai. Não há causas e precedentes, não há tradição, mas apenas o utilitarismo do agora e o eterno devir. As coisas nada são, mas apenas – um dia, e olhe lá! – vêm a ser. Diante disso, as pessoas procuram apenas um lar como um local que supra suas necessidades utilitárias, não mais um plano concreto de vida para a formação de famílias saudáveis.
Como se defende que filhos e famílias são cânceres para a Mãe Gaia, o que sobra? Os famigerados “pais” e “mães” de PETs. O animalismo toma o lugar do Sagrado Matrimônio e seu devido fim que é a prole. Estão preocupados com o ambientalismo, com a “Casa Comum”, com a Gaia. A revolução panteísta na psique, com efeito, está presente em toda a forma mentis do abortismo e do contraceptivismo. Reparem em como o IPCC, a WWF, os Diálogos Inter-religiosos, etc., são ferrenhos defensores do controle populacional e da dita saúde sexual reprodutiva.
Vê-se, caro leitor, que a mentalidade contraceptiva não são apenas os remédios que, conforme a meta da OMS, cerca de 800 milhões de mulheres devem usá-los até 2030, mas toda uma subcultura. Engana-se quem acredita que os cristãos malvadões são seres atrasados ao se atentarem contra os contraceptivos. Fazem-no por entender que, por trás desses “inocentes” remedinhos, encontram-se os verdadeiros venenos do movimento revolucionário que deve ser combatido sempre e sempre.