Em poucos minutos, a delegação dos EUA denunciou o regime chavista por desmantelar instituições e “entregar passaportes falsos ao Hezbollah”. Essas palavras têm peso e reiteram que o novo governo de Donald Trump será implacável com o regime venezuelano.
As palavras da delegação dos EUA no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) provavelmente reverberaram em Caracas, bem nos ouvidos do ditador Nicolás Maduro. O motivo foi o discurso breve, mas contundente, no qual o regime chavista foi tachado de “órgão do narcotráfico”, reiterando o que o secretário de Estado Marco Rubio disse quando testemunhou perante o Senado em sua audiência de confirmação.
“Sabemos que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos e é ele quem deve ser reconhecido como o presidente legítimo da Venezuela”, acrescentou o representante dos EUA na OEA durante a sessão em que foi apresentado o relatório sobre abusos na Venezuela no contexto eleitoral preparado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Em poucos minutos, a delegação dos EUA denunciou Maduro por desmantelar instituições, o que “anda de mãos dadas com flagrantes abusos de direitos humanos”, sem mencionar “a entrega de passaportes falsos ao Hezbollah”.
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Essas palavras têm peso e reiteram que o novo governo republicano será implacável com o regime chavista. “Ele não é apenas desestabilizador para seu país, mas é uma força desestabilizadora para toda a nossa região, o que vai exacerbar as crises migratórias em todo o continente”, acrescentou o representante diplomático do governo de Donald Trump.
Em outras palavras, esse discurso, somado às declarações anteriores de Marco Rubio e à afirmação de Trump de que deixará de depender do petróleo venezuelano, é apenas mais um sinal que procura demonstrar ao chavismo que o lobby que realiza junto às petrolíferas em Washington será inútil diante da administração republicana.
#EsNoticia 🇺🇸🇻🇪 Estados Unidos alerta en la OEA que el dictador Nicolás Maduro es una fuerza de desestabilización para toda la región
— EVTV (@EVTVMiami) January 24, 2025
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A lupa de Washington está sobre Maduro
Não há dúvida de que a pressão da nova diplomacia dos EUA está se mostrando eficaz. De dizer que a mega-gangue venezuelana Tren de Aragua é “uma construção” destinada a “desestabilizar” o país, agora a Procuradoria Geral da República, a serviço do chavismo, está exigindo a extradição de seus membros. Tudo isso está acontecendo enquanto Donald Trump inicia suas políticas de imigração para expulsar criminosos presentes no território dos EUA.
A observação é válida para destacar como Miraflores está atenta à diplomacia dos Estados Unidos com a chegada de Trump. Isso está muito longe da tibieza da administração Biden, que concedeu concessões de petróleo, libertou pessoas de interesse do chavismo, como Álex Saab, e promoveu uma política de portas abertas na fronteira sul, da qual as organizações criminosas se aproveitaram para cruzar o território dos EUA.
O rótulo de “órgão do narcotráfico” também é acompanhado por uma recompensa de US$ 65 milhões para Nicolás Maduro, Diosdado Cabello e o ministro da Defesa, Vladimír Padrino López, por crimes ligados ao “narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína”, entre outros.
María Corina Machado fez eco ao que aconteceu em 24 de janeiro na OEA: “Está claro que os governos democráticos deste hemisfério nos apoiam e continuarão a elevar suas vozes e a exercer mais pressão todos os dias até que consigamos a libertação de todos os presos políticos e uma transição democrática na Venezuela”, escreveu ela no X.
Hoy la CIDH presentó ante el Consejo Permanente de la OEA su contundente informe acerca de la represión y la violencia posterior al 28 de julio en Venezuela en la que se ratifica que el régimen comete prácticas de terrorismo de Estado.
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) January 24, 2025
La sistemática violación a los derechos… https://t.co/iVqhIWhXjT