Não costumo ver comunistas debaixo da cama, mas cansei de vê-los nas salas de aula. Aliás, se a maioria das universidades do Brasil mudasse o nome de seus cursos para Faculdade de Marxismo, não seria exagero algum. É triste saber que isso é verdade, mas o marxismo tomou conta da Academia brasileira, e os mestres já nem mais fazem questão de esconder esse fato.

Obviamente, sempre há aqueles que negam as consequências disso, dizendo que a universidade é um espaço plural e o marxismo é apenas uma entre tantas idéias lá presentes. Isso até poderia ser verdade se o marxismo fosse tratado, nela, apenas como mais uma idéia. Nem seria tão problemático se se referissem ao marxismo como uma mera proposta econômica ou social. No entanto, o marxismo foi absorvido no meio acadêmico como ciência. Mas não como uma ciência qualquer e sim como uma ciência fundamental e, por isso, tomou conta de tudo.

E isso não é nenhum exagero. Por exemplo, na área que eu empreendo meus estudos, da linguagem, o marxismo é considerado uma disciplina basilar. Eni Orlandi, por exemplo, uma das maiores especialistas em Análise de Discurso, expõe isso textualmente em seu livro, ao afirmar que essa matéria baseia-se em três disciplinas: Linguística, Psicanálise e Marxismo. Portanto, colocando o marxismo como alicerce para outra ciência.

E isso ocorre em praticamente em todas as outras disciplinas. Em Psicologia, Pedagogia, Literatura, Direito e mesmo naquelas disciplinas mais técnicas, como Arquitetura e Biologia, Karl Marx não apenas é constantemente citado, como os próprios principais autores são todos confessadamente marxistas e possuem uma concepção de mundo marxista.

O problema é que o marxismo é uma visão muito parcial da realidade. Cheio de equívocos e artificialismos, criou-se em volta dele uma aura científica que é falsa. Praticamente, todas suas concepções são uma criação posterior construída para justificar uma ideologia. Confesso que considero o marxismo algo bem criativo, no entanto, está longe de refletir a realidade.

Mais ainda, o marxismo não possui, em suas origens, o mínimo que se exige de uma ciência para ser considerada como tal. Na verdade, ele é somente uma especulação, senão uma mera teoria imaginativa, bastante inventiva, de fato, mas que pouco tem a ver com a realidade. Como diz Viktor Frankl, marxismo é uma abordagem específica de determinadas ciências, não uma ciência em si mesma.

Sendo assim, muito menos pode servir de base para qualquer outra ciência. A não ser que se confesse que os cientistas têm como base de suas investigações uma mera ideologia, com uma visão parcial dos fatos. O que, obviamente, eles nunca farão.

Boa parte dos acadêmicos que lerem este texto certamente irão estrebuchar. Dirão que eu não entendo o que é o marxismo ou que não compreendo a relação dele com as disciplinas acadêmicas. Isto já é esperado e, no meu entender, será suficiente para corroborar tudo o que eu estou dizendo.