Joe Biden sem sombra de dúvidas é o pior presidente americano no campo militar em décadas. Suas decisões erráticas, sejam elas por incompetência ou meticulosamente ideológica, está simplesmente colocando a posição de potência dos EUA no limbo. Diversos são os fatores que levaram a isto, e neste breve artigo demonstrarei de maneira direta alguns destes atos.
Logo no início de seu mandato, Biden herdou da administração anterior, de Donald Trump, a missão de realizar a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Bastava seguir o plano e os acordos estabelecidos com a governo local e com o Taliban, que até então estava ressabiado com as políticas diplomáticas de hard power de Trump, traduzindo em bom português: “dá que eu te dou outra”. Biden e sua administração, porém, viram nisto uma excelente oportunidade de fazer propaganda positiva em um governo que estava iniciando; fizeram questão de que todas as medidas, inclusive estratégicas, fossem amplamente divulgadas pela mídia.
O fator mais grave foi adiantar a data de retirada de suas tropas[1], o que proporcionou a entrada oficialmente da Rússia e da China na ocupação do vácuo de poder. Porém, para entender isto é necessário olhar um pouco para trás, pois foi justamente Vladimir Putin que testou publicamente Biden e constatou a fraqueza de sua liderança: o Presidente americano o chamou de assassino em uma entrevista na TV americana[2], Putin o respondeu com escárnio e o desafiou para um debate, a Casa Branca correu para colocar panos quentes e indiretamente desmoralizaram Biden.
No mês de maio de 2021 Vladimir Putin usou a sua influência com o Taliban, os levou para o Kremlin como chefes de Estado (sendo que o governo de fato do Afeganistão estava em pleno funcionamento), azeitou as arestas para o investimento chinês dentro do país através da Nova Rota da Seda para quando o governo fosse derrubado. Enquanto isto, Biden prometera que não haveria uma cena como a saída do exército americano no Vietnã e que o Afeganistão estaria seguro. As cenas seguintes foram de um fracasso total, pessoas invadindo pista de pouso, caindo da asa de avião em pleno voo, esmagadas dentro de trem de pouso, bomba explodindo no muro do aeroporto e crianças entregues a por cima da cerca para estranhos as levarem para fora do país e as salvarem. Além disto, um acumulado de equipamentos militares avaliados na casa de 82 bilhões de dólares foi deixado para trás, para o Taliban se armar, fazer dinheiro e vender tecnologia para retro-engenharia de Rússia, China e Irã.
Biden também recebeu os EUA das mãos de Trump com autossuficiência energética em todas as áreas. Poderia ter mantido o que estava funcionado, ao invés disto avançou o famigerado “New Green Deal” que colocou em xeque esse importante trunfo de seu país.
Com os fatos narrados anteriormente, a fraqueza de Biden encorajou Putin a escalar a beligerância contra a Ucrânia e avançar com sua invasão seis meses depois. Fato este que bagunçou profundamente a economia mundial e a cadeia energética no globo, o que resultou em uma alta dos preços dos combustíveis nos EUA e a carência de compra de petróleo de outro fornecedor que não fosse a Rússia.
A Casa Branca de Biden se viu forçada a buscar o petróleo de Nicolás Maduro na Venezuela, aliado ideológico e bélico de Vladimir Putin. O mais escandaloso nisto tudo é que o governo americano se sentou para negociar com Maduro ao mesmo tempo que uma recompensa de 15 milhões de dólares por sua captura estava ativa pelo DEA[3]. Chegando até mesmo ao ponto do Enviado presidencial especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry, trocar afagos amistosos com o ditador venezuelano na COP27 do Egito[4].
Maduro além de aliado diplomático e ideológico de Putin, possui o mesmo tipo de aliança com outro Estado beligerante com os EUA: o Irã. Sobretudo no mercado energético, pois o Irã é responsável pelo refino de uma porção do petróleo venezuelano, que é mais “denso” e exige um trabalho maior no processo.
Logo após virar popstar da COP27, ver seus aliados Gustavo Petro e Lula subirem ao poder na Colômbia e Brasil respectivamente, Maduro foi à televisão pregar uma coalizão com China e Rússia com seus parceiros do Foro de São Paulo. Coincidência ou não, o Irã começou a operar pela primeira vez com embarcações militares no canal do Panamá[5], o que coloca em xeque a segurança militar americana na região do Caribe.
Biden literalmente entregou a América Latina para a influência Russo-Chinesa, além de abandonar boa parte da influência no Oriente médio de um lado e do outro também entregar de bandeja para a dupla Putin-Xi Jinping. Para aprofundar nestas regiões juntamente com a Ásia, seria necessário transformar este artigo em um ensaio ou mesmo um pequeno livro, todavia, creio que o caro leitor já conseguiu alcançar o tamanho do desastre da administração Biden não somente para os EUA, mas para diversos países espalhados pelo mundo. O próximo presidente americano, independente do partido, terá um problema geopolítico enorme pela frente, talvez a destruição promovida por Joe Biden e sua administração sejam irreversíveis até mesmo em longo prazo.
Notas
[1] Biden adianta retirada americana do Afeganistão, e Rússia e China ocupam vácuo — 08/07/2021 — Mundo — Folha (uol.com.br)
[2] Em entrevista na TV, Biden chama Putin de assassino — Internacional — Estado de Minas
[3] A Drug Enforcement Administration é um órgão de federal de segurança do Departamento de Justiça dos Estados Unidos encarregado da repressão e controle de narcóticos.
[4] Maduro e Kerry dão risadinha juntos na Conferência do Clima da ONU
[5] Navios de guerra iranianos chegarão pela primeira vez ao Canal do Panamá (panampost.com)
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