Até quando seremos desrespeitados por sermos nós mesmos? Atacados por não aceitarmos vestir a carapuça – o que não é meu, não quero. Tratados como traidores por revelar nossa essência, sendo natural e não o rotulado normal. Tentam nos convencer de que somos loucos quando não aplaudimos calados o adestramento.
Mas sempre foi assim. Para conseguir trabalho, para “ser do bem”, para ser aceito e considerado bacana, para não envergonhar a família, para os filhos serem aceitos, para não ficar sozinho. As pessoas só amam se você for o que elas querem que você seja. O que esperam que você seja. E se não atender às expectativas, a vítima é quem ditou as regras e o algoz o que não atendeu, simplesmente por não fingir, não mentir ser um outro eu. Autenticidade e personalidade, nem se cogita. A tal liberdade.
E se nem foi comunicado que esperavam algo de você? E se foi? Isso faz sentido? Não acredito. Tão miseráveis que somos. Tão autoritários que são. Ora fomos vítimas, ora algozes. Mas tem um detalhe, a diferença está na humildade. Se aqui o orgulho existe? Existe. Mas ele não impera (não governa). Esse é o ponto. A luta constante. Antes de uma luta que vomita direitos existe a luta para ser íntegro, verdadeiro, e a verdade impõe limites. Não confunda não aceitar crimes, injustiças, corrupções, com não aceitar opiniões. Porque se é verdade que eu devo respeitar as suas, por que você quer, desenfreadamente, calar as minhas?
A verdade nunca pode ser dita, demonstrada, insinuada. É uma ofensa. Até quando se fugirá do que é verdadeiro, natural e simples para buscar a complicação na inversão e na omissão? Isso é tentar esconder, a todo custo, Deus. “Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?”, Salmos 4:2. Respeite a si mesmo, me respeite. Isso não é agressão, é reconhecer Deus em mim e em você. É respeitar sua natureza e não se moldar a uma forma meramente imposta. Tudo que é verdadeiro se transforma, mas não some aos olhos nem às sensações e menos ainda altera a substância.
Assim, tudo acontece apenas com o barulho necessário, sem o estardalhaço de grandes revoluções. Se os que querem grandes mudanças trabalhassem genuinamente, o mundo se desenvolveria de forma equilibrada, naturalmente.
Um texto por Taína Schadeck e Fernanda Parcianello