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Negociação com Maduro incluiria salvo-conduto com saída pelo Panamá

A líder da oposição María Corina Machado apresentou a série de medidas que enquadram as propostas sobre a mesa para que Nicolás Maduro opte por uma “transição negociada” de poder, que será muito complexa, mas com a qual se espera unir todo o país. Em entrevista à agência de notícias AFP, o porta-estandarte da Vente Venezuela explicou que até agora estão sendo usados métodos para que isso aconteça.

No entanto, o que Machado quer dizer com essas estratégias? Especificamente, a líder venezuelana, que falou escondida devido à perseguição contra ela desencadeada pelo chavismo, referiu-se a uma “negociação para a transição democrática”. Para isso, “são incluídas garantias, salvo-condutos e incentivos para as partes envolvidas, neste caso o regime que foi derrotado naquela eleição presidencial”.

Determinada, Machado insiste de sua facção política sobre qual tem sido seu slogan, uma vez que a Plataforma Unitária conheceu e publicou os resultados que indicam que Edmundo González foi o vencedor das eleições de 28 de julho, com pelo menos 67% dos votos contados em 81,55% das atas contadas e digitalizadas para verificação pública na web. ela está indo para tudo: “Estamos determinados a avançar em uma negociação (…) Maduro perdeu completamente, absolutamente, legitimidade.”

“Todos os venezuelanos e o mundo sabem que Edmundo González venceu de forma avassaladora e que Maduro pretende impor a maior fraude da história deste país, mas não terá sucesso.”

Agora, com relação ao papel de Edmundo González em todo esse caminho de transição, Machado também é enfático ao indicar que esse roteiro é um plano conjunto: “Somos uma equipe, um bloco indissolúvel. (Ele) está trabalhando muito a cada minuto do dia para obter maior apoio e avançar nos processos dentro e fora do país necessários para impor sua eleição como presidente.”

Essas palavras tornam visível outro ponto-chave nesta cruzada que tanto Machado quanto González empreenderam e que é o papel dos governantes da região em relação à teimosia e ao evidente autoritarismo de Nicolás Maduro.

“As forças internacionais são corresponsáveis pelo que acontece na Venezuela”, diz Machado. “É hora de todos os governos do mundo levantarem suas vozes contra a repressão e reconhecerem a vitória de Edmundo González no domingo, 28 de julho, e ao mesmo tempo fazer Maduro entender que sua melhor opção é uma transição negociada.”

A reeleição de Maduro foi questionada pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários países latino-americanos. Brasil, Colômbia e México, com governos de esquerda e pressionando por um acordo entre as partes, insistem na necessidade de publicar uma contagem detalhada.

Da mesma forma, María Corina Machado confia no processo e destaca que “a única coisa que resta a Maduro neste momento é se entrincheirar em torno da geração de violência e medo, por um lado, e de um grupo muito pequeno de oficiais militares de alta patente que não representam a aspiração da grande maioria de nossas Forças Armadas Nacionais”.

Apesar das ordens violentas e da campanha de terror que o chavismo propagou, Machado respondeu categoricamente que “em 10 de janeiro (2025, dia da posse), a Venezuela terá em Edmundo González Urrutia seu novo presidente e seu novo comandante-em-chefe”.

O papel do Panamá nas negociações: asilo ou escala?

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também reiterou que, por sua vez, o país centro-americano se oferece como facilitador da crise que se vive atualmente na Venezuela. Suas declarações à CNN sobre dar asilo político a Nicolás Maduro e sua família fortalecem a disposição desta nação “de ser a ponte ou a transição da Venezuela para um terceiro país”.

“Se essa é a cota de contribuição para sair disso que o Panamá tem que fazer, colocando nosso solo para que este homem (Maduro) e sua família saiam da Venezuela, o Panamá o faria, sem dúvida”, disse o presidente panamenho.

Mulino também acrescentou que não acredita “que (Maduro) possa ficar no Panamá”, já que isso “lhe custaria muito vender à população, mas não é a primeira vez que o Panamá ajuda uma crise dessa natureza.

🇵🇦Presidente do Panamá: “Mantenho a posição de dar asilo político a Nicolás Maduro. Se essa é a cota de contribuição, o sacrifício que o Panamá tem que fazer, colocando nosso solo para que esse homem e sua família saiam da Venezuela, o Panamá o faria, sem dúvida é um… pic.twitter.com/WgpDqAbjUP
— Alejandra Oraa (@alejandraoraa) 9 de agosto de 2024

De Milagros Boyer para o PanAm Post.

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