Os tempos modernos não são os melhores, infelizmente. Com o passar dos anos valores se perderam, tradições foram corrompidas e a ordem natural, invertida.

Estamos em Maio, considerado mês das noivas e das mães. Nas linhas que se seguem, falaremos sobre como a imagem feminina foi desfigurada pelas próprias mulheres.

A criação do Dia das Mães tal como conhecemos ocorreu em 1905, no Estado americano da Virgínia. Anna Maria Jarvis desejou homenagear sua mãe, Ann Reeves Jarvis, mulher ativa em sua igreja (Igreja Metodista Episcopal), que perdeu cinco filhos durante a Guerra Civil Americana (1861-1865) e que já pensava em celebrar o trabalho das mães por melhorar a vida dos outros. Graças a esta inciativa, o segundo Domingo de Maio é o dia escolhido para declararmos nosso amor e respeito por aquela que nos trouxe ao mundo, nos sustentou e nos amou.

Porém, alguns anos depois, a imagem feminina da mãe e dona de casa começou a sofrer ataques.

A primeira que o fez foi a comunista Alexandra Kollontai. Na obra A família e o Comunismo, publicada em 1920, defendeu que fossem construídas creches e escolas para que, cada vez mais cedo, os pequenos fossem separados de suas mães para que estas servissem ao Partido:

“Já não existirá a mãe oprimida com um bebê nos braços. O Estado dos Trabalhadores se encarregará da obrigação de assegurar a subsistência a todas as mães, estejam ou não legitimamente casadas, desde que amamente seu filho; instalará por toda a parte casas de maternidade, organizará em todas as cidades e em todos os povos creches e instituições semelhantes para que a mulher possa ser útil trabalhando para o Estado enquanto, ao mesmo tempo, cumpre suas funções de mãe.”

Ela já dizia antes das feministas de Segunda Onda que o trabalho da mulher em casa era inútil:

“É em vão que a mulher trabalhadora passe o dia desde a manhã até a noite limpando sua casa, lavando e tingindo a roupa, consumindo suas energias para conservar as roupas em ordem, matando-se para preparar com seus modestos recursos a melhor comida possível, porque quando termina o dia não ficará, apesar de seus esforços, um resultado material de todo seu trabalho diário; com suas mãos infatigáveis não haverá criado em todo o dia nada que possa ser considerado como uma mercadoria no mercado comercial.”

Kollontai via o casamento como uma forma de trazer novos membros ao mundo para compor o Partido:

“E, sobretudo, não tenham medo, sendo jovens e saudáveis, de dar a vosso país novos operários, novos cidadãos. A sociedade dos trabalhadores necessita de novas forças de trabalho; saúda a chegada de cada recém-nascido ao mundo (…) A pátria comunista alimentará, criará e educará o filho.”

E para ela, a mulher não dependeria mais do marido, mas do Estado:

“A mulher, na Sociedade Comunista, não dependerá de seu marido, seus robustos braços serão o que proporcionará a ela seu sustento. Se acabará com a incerteza sobre a sorte dos filhos. O Estado Comunista assumirá todas essas responsabilidades (…)Esta união livre, forte no sentimento de camaradagem em que está inspirada, em vez de escravidão conjugal do passado, é o que a sociedade comunista de amanhã oferecerá a homens e mulheres.”

Com o advento da Revolução Sexual nos anos 1960, tendo como pontapé inicial a introdução da pílula anticoncepcional, as mulheres passaram a reproduzir os mesmos vícios tidos apenas como masculinos: promiscuidade, desapego e irresponsabilidade em relação aos filhos. E aquelas que desejaram não seguir este caminho vil e abjeto foram renegadas.

A obra A mística feminina, da filósofa Betty Friedan, foi a que pavimentou a Segunda Onda do movimento feminista, que defendia a libertinagem (e não a liberdade) da mulher. Ela, que foi casada e teve filhos, escreveu:

“As que se adaptam ao papel doméstico e crescem desejando ser ‘apenas donas de casa’ estão em perigo tão sério como as que caminham para a morte nos campos de concentração, por se recusarem a crer que eles existiam.”

Ou seja, para ela, donas de casa e mães em tempo integral são vítimas de violência e escravidão.

Além disso, ela propagava a ideia estapafúrdia de que essas mulheres não utilizavam sua inteligência em benefício da sociedade por estarem enclausuradas com crianças. Chegou ao cúmulo de se referir a estas mulheres como desmioladas:

“As donas de casa são desmioladas e sedentas por coisas (…) O trabalho doméstico ajusta-se na perfeição às capacidades das mentes débeis das raparigas.”

Aquela que nunca ouviu a frase “Não se nasce mulher, torna-se mulher” é uma bem-aventurada. A autora é Simone de Beauvoir, autora da obra O Segundo Sexo. A filósofa, amante de Jean-Paul Sartre (e outros mais), parafraseava Kollontai nas linhas de seu livro ao dizer:

“O trabalho da dona de casa não visa a criação de qualquer coisa durável. O trabalho da mulher dentro de casa não é diretamente útil à sociedade, não produz nada. A dona de casa está subordinada, é secundária, é parasitária .

Nota-se que o feminismo, diferentemente da ideia que se propaga nos veículos de comunicação e em núcleos partidários de esquerda, tem como objetivo que a mulher ideal seja aquela que rejeite o sexo oposto e se utilize dele apenas para obter prazer, que não seja afeita aos afazeres domésticos e tenha ojeriza às crianças.

Um movimento classificado como defensor do sexo feminino, ao propagar ideias tão absurdas, não faz menos do que rebaixar a mulher ao esgoto moral e à decadência espiritual. Não é raro vermos ex-membros desta militância relatando quadros de depressão e desejo de suicídio, pois não imaginavam que a teoria fosse tão contrária à realidade.

Porém, ao contrário do que as feministas vociferam, foi o Cristianismo que exaltou e honrou a figura feminina.

Era costume dos judeus, ao receber um convidado, lavar-lhes os pés e ungir a cabeça. Nosso Senhor, ao chegar na casa de um fariseu, tomou lugar à mesa, porém não foi recebido como o esperado. Então, uma mulher, que não havia sido convidada, entrou na casa om um vaso de alabastro com unguento; chorou aos seus pés e os regava com seus cabelos e lhe derramou o perfume.

Simão, o fariseu, apenas pensou: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora.”

As Escrituras não fazem menção do pecado daquela mulher; porém, o Evangelista Lucas relatou o gesto de amor e consideração dela para com Nosso Senhor. Ele não fez caso de seus erros, não a desprezou como os fariseus faziam, mas a honrou diante de todos:

“Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça.
Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés.
Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento.
Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.” (Lucas 7:44-47)

Nosso Senhor, após sua crucificação e morte, foi sepultado com uma certa pressa, pois chegaria o sábado e nenhum trabalho poderia ser realizado. Então no primeiro dia da semana, algumas mulheres que o serviram, entre elas Maria Madalena, foram ao túmulo com aromas e bálsamos para limpar o corpo de Cristo. Ao chegarem, depararam-se com o túmulo vazio. Elas foram em busca dos discípulos para relatar o que acontecera. Pedro e João saíram e viram a tumba vazia, e depois voltaram para casa.

Maria Madalena permaneceu junto à entrada do túmulo, chorando. Ela estava aflita, querendo saber quem tinha levado o corpo do Mestre. Então, o Senhor Jesus apareceu para ela.

“Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre.
Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” (João 20:15-17)

Ora, por que Nosso Senhor não apareceu para Pedro e João, dois dos discípulos que mais próximos Dele eram? Dois homens! Se o Senhor Jesus fosse “machista” como propagam as feministas, por que não apareceu primeiro a eles, mas a uma mulher?

E não poderia encerrar estas linhas sem mencionar a bem-aventurada entre as mulheres: Maria.

Como protestante, não corroboro com a ideia de que Maria era uma “mulher qualquer”, pelo contrário; Maria foi escolhida para ser a mãe do Senhor Jesus justamente por ser diferente das demais. Ela não era uma “rebelde sem causa”, uma “ativista”, uma daquelas que o feminismo abraçaria. Maria era virgem, mas acima de tudo, serva.

Essa é a palavra que causa calafrios nos ouvidos das histéricas deste movimento: servir. Elas são tão pobres de espírito (e de vocabulário) que não entendem o grandioso significado deste pequeno verbo.

Quando Maria recebeu a grande notícia, ela respondeu:

“Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1:38)

Toda a humanidade teve acesso à salvação por meio de Cristo porque uma mulher disse “Sou serva”. Nenhuma ideologia pode apagar isso.

Nosso Senhor, quando esteve neste mundo, assumiu forma de servo:

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8)

As feministas pregam a servidão ao Estado, ao Partido, à causa, a coisas que não possuem um fim em si mesmas, mas conseguem, ao mesmo tempo, propagar a rebelião conta Deus, contra a figura paterna, contra o marido, ensinam a odiar as crianças e a evitá-las a qualquer custo. Não são os homens que odeiam a imagem feminina, mas elas próprias. E um Homem, Jesus de Nazaré, veio para mostrar que o lugar de todo aquele que quer ser o maior é o de servo.

“Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.” (Marcos 9:35)