“A incapacidade de um povo perceber os perigos que o ameaçam é um dos sinais mais fortes da depressão autodestrutiva que prenuncia as grandes derrotas sociais.” Olavo de Carvalho
A precisão com que o Professor Olavo desdobrava os fatos que ele observava era algo espantoso; ele não queria dizer sobre as investidas contra o corpo ou bolso, ele falava de uma ameaça que não é física nem econômica, mas sim moral. No mundo animal, os sentidos são suficientes para a proteção contra os perigos, é o faro aguçado, a visão acurada ou uma super audição, mas para o homem esses sensores do corpo não são suficientes para protegê-lo em determinados casos.
“Se há uma coisa que, quanto mais você perde, menos sente falta dela, é a inteligência. Uso a palavra não no sentido vulgar de “habilidadezinhas” mensuráveis, mas no de percepção da realidade. Quanto menos você percebe, menos percebe que não percebe. Quase que invariavelmente, a perda vem por isso acompanhada de um sentimento de plenitude, de segurança, quase de infalibilidade.”[1]
A patifaria e a desonestidade estão presentes e a educação que visa a entender a realidade e a buscar a verdade (DEUS) é que mantém o homem consciente daquilo que pode atacá-lo, que são as tentações ou a inércia que pede o tributo a quem lhe deu espaço. A instrução bem direcionada a Deus separa o joio do bom grão, as utopias das verdades, pois o engano nunca é evidente, ao contrário, ele fica coberto de enfeites e adornos que dificultam a sua identificação. Daí a necessidade de desenvolver um olhar mais investigativo e mais desconfiado sobre as coisas.
“Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas” (Lucas 6,43-44)
As ideias são, portanto, como árvore de espécie indeterminada em que os frutos mostram a sua essência. Sendo assim, os resultados das concepções formuladas marcam suas qualidades; assim se dá com relação às ideias, que precisam ser acolhidas com muita cautela, pois precisam passar pelo teste do tempo. A facilidade com que as situações mais assustadoras são aceitas ou a maneira com que as contrariedades não são questionadas deixam indícios de grandes perigos à espreita.
[1] https://olavodecarvalho.org/longa-noite/
Muito bom!
Estamos perdendo o senso crítico
O arcabouço moral é a base para uma sociedade viver em harmonia; buscando a ajuda mútua e, principalmente, a evolução em conjunto. Quando a moral e a ética ficam relativizados; os sentimentos, as atitudes, os comportamentos etc. Ficam condicionados as situações do momento e tudo fica possível dentro daquilo que se constrói na sociedade. As mudanças levam tempo e são ajustes naturais no decorrer dos anos, mas essa imposição condicionada de ideias e conceitos na sociedade traz uma bagunça psicológica tão profunda que cria distopias absurdas a fazer inveja a Orwell. Enfim. Que Deus tenha misericórdia de nós para que tenhamos sabedoria na nossa jornada.