PHVOX – Análises geopolíticas e Formação
Daniel Ferraz

O ocultismo em vitrais

Recentemente foi ativado, após três anos de manutenção, o famigerado acelerador de partículas – LHC (Large Hadron Collide) do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN). Tenho ciência de que trata-se de um tema muito complexo e de amplos debates acadêmicos, sobretudo a partir da ascensão do que chamamos simbolicamente de “revolução cientificista” e da nada moderna tentação da Elite Global ao propugnar diversas agendas transumanistas.

Ao fazer minha série de vídeos sobre Transumanismo (1) — assim como nas transmissões sobre o ocultismo da modernidade política (2) —, eu trouxe, propositadamente, em meio às especulações demonstrativas das teorias, uma carga simbólica do esoterismo orientalista. Tenho explicado incessantemente no canal também a concepção do universo como emanação de uma Divindade, que é a tese própria do Panenteísmo (metafísica do tradicionalismo perenialista, hinduísmo, taoísmo, sufismo, cabalismo, certo budismo, etc.). E, por fim, defendo a tese de que o transumanismo tem como matéria a infraestrutura chinesa (que, conforme sua história, ainda tem uma forte influência do Confucionismo) e como forma toda mística oriental — além das superficialidades e práticas pseudo-espirituais.

Qual o motivo de tudo isso?

O Império Transumanista, “nova” tentação da Elite Global, nada mais é que a tentativa de superar, conforme dizia René Guénon em seu volume “A Crise do Mundo Moderno“, a Idade de Kali-Yuga para que, através da destruição do materialismo cientificista moderno, possamos alcançar o retorno à Divindade Primordial. Com efeito, nada mais claro que o cientificismo pós-moderno é ainda mais supersticioso e místico do que às especulações de físicos naturalistas e estudiosos da Física Quântica como mera matéria acadêmica.

Sim, quando se conhece o verdadeiro fundamento especulativo desses sujeitos, vê-se o motivo claro de terem representado, defronte ao CERN, uma figura hindu de Shiva (destruidor e regenerador).

O ateísmo cientificista nada tem de ateu e nada tem de puramente científico: mas é ocultista e místico.

“O Higgs foi uma espécie de Santo Graal. Mas agora temos um próximo Santo Graal – que são as partículas de matéria escura”, disse o chefe do grupo de operações do departamento de feixes do CERN, Rende Steerenberg.

Na simbólica gnóstica, o Santo Graal é a representação do “Eterno Feminino”, o “útero da Divindade”. Algo de oculto no cume dos principais ritos das grandes tradições religiosas. Dizia Tales de Mileto “Em ti está oculto o Tesouro dos Tesouros. Conheça a ti mesmo”. A centelha divina aprisionada na matéria.

Ainda tratando de simbologia, o Bóson de Higgs, cultuado pelos cientificistas, na visão esotérica, é uma emanação do Logos que mantém, conforme sua vontade, a ordem ou à desordem da matéria. Não à toa foi apelidado como uma ou a “Partícula de Deus”. Eis a importância de se entender a figura do Demiurgo.

Sim, meus caros. Estamos cercados de simbologia esotérica oriental em todos os lugares. E, infelizmente, a Igreja Católica, depositária de uma gigantesca tradição simbólica, atualmente, corrobora com esse estado de coisas à medida em que afirma a importância essencial do Diálogo Inter-religioso.

Como dizia o Pe. Alfredo Saénz S.J., o homem medieval enxergava simbolismo em todos os lugares. Fazia parte do sentido mesmo da sua existência temporal. As catedrais góticas, os vitrais, as Sagradas Escrituras sendo ensinadas através da tradição verbal e também das imagens, elevava o espírito deste simples homem e o aproximava das verdades da Fé.

Na modernidade, a simbologia católica foi destruída e substituída não pelo racionalismo da “Idade da Luz”, mas por um esoterismo milenar e que se renova de ciclos em ciclos utilizando-se dos grandes conglomerados para tanto.

E, em síntese, o que acreditam os membros e asseclas dessas super-estruturas globais na busca pela tal divindade primordial com a desculpa de estarem progredindo cientificamente? Na pura e simples divinização do homem – no Antropoteísmo (3).

Com efeito, repito: quem ainda acredita na benevolência das ditas “descobertas científicas”?

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