O principal argumento dos defensores da proibição do aplicativo de trocas de mensagens no mundo inteiro é: “pessoas comentem crimes utilizando o app e não conseguimos respostas da empresa”. Isto é repetido como um mantra por políticos, membros do judiciário e pela mídia em vários países.
Todavia, quero propor uma reflexão breve: todos os dias serviços de telefonia da Vivo, Tim, Claro, Oi etc; são utilizados para que crimes sejam cometidos e também comandar grupos criminosos de dentro dos presídios. Percebem a lógica?
Não se trata de preocupações legítimas com possíveis crimes (que devem ser combatidos sempre, ressalto), mas de controlar reuniões de pessoas que possam atentar contra o discurso oficial dos regimes totalitários, travestidos de democracia pelo mundo.
O crime neste caso, é a possibilidade de as pessoas poderem se comunicar em massa e sem a possibilidade de o Estado controlar o discurso. Essa preocupação não é nova, vem de regimes totalitários por séculos. Note, sempre que um governo está para cair, ele implementa toque de recolher e em seguida limita a reunião de pessoas.
No caso do Telegram é utilizado casos reais, porém totalmente fora da curva de pessoas que cometem delitos, para assim criar uma narrativa que o serviço é utilizado para crimes em sua totalidade. Dando uma aura de terra de ninguém ao melhor estilo MadMax.
Agora, voltemos ao nosso exemplo inicial e apliquemos esta lógica aos serviços de telefonia: o que os governos estão fazendo com estas empresas que não impedem: golpes via sms, ligações promovendo golpes de DENTRO DE PRESÍDIOS, telefones sendo utilizados para comandar organizações criminosas, combinar sequestros etc. O mais interessante é que não se trata de uma questão local brasileira, existe um movimento em diversos países, para isto e curiosamente ao mesmo tempo. Sempre com preocupações envolvendo temas tratados de maneira abstrata, como “sanitarismo” e “democracia”.
Na verdade, estamos falando de liberdade de discurso, expressão e reunião. Os “donos do poder” global (seja ocidental ou oriental) não querem que as pessoas tenham a possibilidade de pensar fora do “status quo” dos grupos de mídia que estão sob seus tentáculos.
Ditaduras como a China e a Rússia proíbem ou limitam algumas redes sociais em seu território, porém utilizam-se delas para desinformarem e desestabilizarem os seus países alvo.
A China tem um método de operação neste sentido que beira a perfeição.
Em outro exemplo: o Twitter é utilizado para uma vastidão de conteúdo pornográfico explicito, sem que a rede tome esforços reais para combater isto. Já no Telegram, pornografia é retirada da plataforma em grupos e canais com um sistema desenvolvido por eles para conter este tipo de conteúdo.
A corrupção da linguagem e a propaganda revolucionária continua sendo utilizada todos os dias contra nós. Conhecer os detalhes disto pode fazer toda a diferença para nossa liberdade civil, mental e espiritual.
Não sejamos bonecos de ventríloquos da revolução.