O presidente russo Vladimir Putin estaria se utilizando da guerra na Ucrânia para roubar crianças e enviá-las para a Rússia. Desde que começou a invasão russa da Ucrânia, há um ano, 232.000 menores foram evacuados das áreas ocupadas pelas forças do Kremlin e transferidos para o território russo.
Pelo menos 6.000 delas, entre quatro meses e 17 anos, estão detidos em campos de reeducação e centenas já foram entregues para adoção para famílias russas. A grande maioria das crianças é reivindicada por parentes e tutores legais na Ucrânia.
Pelo menos 32 dos campos, 78% dos identificados na investigação, “estão engajados em esforços sistemáticos de reeducação com o aparente objetivo de integrar as crianças ucranianas à visão oficial da cultura e história russas”. O próprio Putin falou várias vezes em suas mensagens de Moscou sobre sua intenção de “russificar” a população ucraniana.
O presidente Volodymyr Zelensky, em setembro, havia dito: “O objetivo desta política criminosa não é apenas roubar pessoas, mas fazer com que os deportados se esqueçam da Ucrânia e não possam voltar”.
Em setembro, Putin assinou um decreto de emergência para acelerar o processo de concessão da cidadania russa a essas crianças e para que fossem entregues a famílias russas o mais rápido possível. Ele também nomeou Maria Lvova-Belova como encarregada de todo o processo. Putin pediu a ela, que detém o título de Comissário Presidencial para os Direitos da Criança na Rússia, que acelere todo o processo de “integração” das crianças ucranianas na sua nova sociedade, algo que é claramente proibido pela Convenção de Genebra, pela Convenção dos Direitos da Criança da ONU e pela Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio por constituir um “crime de guerra”.
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