Sánchez está imitando o “Grande Firewall da China”? Parece que sim, considerando que a Administração do Ciberespaço do país asiático proibiu o uso do Facebook e do X, além de ter regulamentações em vigor sobre o monitoramento e a revisão de conteúdo antes da publicação nas redes sociais.
“Precisamos pressionar pela soberania digital e tecnológica. A Europa não deve ser dependente de outros. Não podemos permitir que nossos dados sejam deixados nas mãos de potências ou empresas estrangeiras sem nenhum controle democrático”. Com esse discurso hostil, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez pede que a UE-27 crie novas redes sociais para reduzir o uso da plataforma X, de propriedade de Elon Musk.
Ele exige que a UE dê “um passo adiante” em termos de regulamentação tecnológica e digital, não apenas criando novos espaços de interação, mas também projetando seus próprios navegadores que “respeitem os valores da comunidade”, de acordo com o The Objective.
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O presidente do governo espanhol atacará Musk por meio de instituições estatais e aliados privados. Seu plano é designar nos próximos dias a Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC) como supervisora de plataformas digitais, com o objetivo de elaborar sanções viáveis contra os proprietários de redes sociais, anunciou ele na inauguração do Observatório de Direitos Digitais (ODD), uma nova organização criada na Espanha que operará em aliança com 177 entidades e 280 especialistas para salvaguardar a liberdade, a proteção, a segurança e a igualdade na participação.
Sánchez está imitando o “Grande Firewall da China”? Parece que sim, considerando que a Administração do Ciberespaço do país asiático proibiu o uso do Facebook e do X, além de ter um regulamento em vigor sobre o monitoramento e a revisão do conteúdo antes da publicação nas redes sociais.
Talão de cheques aberto
Independentemente de estar ou não próximo das medidas de Xi Jinping, Sánchez alocará nove milhões de euros para operações de ODD incluídas no Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência do governo, com o qual ele promete acabar com o “tecnocast”. Entretanto, suas disposições são absurdas, quando o Partido Socialista Operário Espanhol – o partido que ele lidera – é o maior usuário da rede X.
Um relatório da empresa de consultoria NITID, publicado pelo OkDiario, revela que os deputados socialistas são os usuários mais frequentes, com 1,7 milhão de mensagens postadas desde o início da legislatura. Além disso, os números destacam que os representantes do PSOE acumulam quase quatro milhões de seguidores entre os 121 deputados que o partido governista tem na Câmara dos Deputados, dos quais 117 têm contas oficiais na plataforma.
Com esses números, o PSOE supera o Partido Popular (PSOE), que no mesmo período tem 1,2 milhão de mensagens, e supera o Vox e o Sumar, já que ambos os partidos não ultrapassam 600.000 mensagens.
Ofensiva óbvia
Mesmo com a tendência da bancada de Sánchez no X, o presidente não gosta de Musk. No recente Fórum de Davos, ele deixou claro que “os magnatas dos espaços virtuais são prejudiciais à convivência”. Na mesma linha, ele argumentou que “eles aumentam a divisão e o ódio”. Ele chegou a vociferar que os proprietários de redes sociais deveriam ser responsabilizados criminalmente pelo que acontece nos ambientes de interação que gerenciam.
Ele os censurou por “não serem responsáveis, porque estão entre as pessoas mais ricas e poderosas do mundo”. Ele também afirmou que a maior multa imposta pela Comissão Europeia a uma empresa de tecnologia é de cerca de 0,6% de seus lucros anuais.
Sánchez pretende reverter o cenário da mídia social. Sua proposta, em particular, é que os CEOs das mídias sociais sejam responsabilizados pelo não cumprimento de leis e regulamentos em suas plataformas, como acontece em outros setores. Ele citou exemplos. “Se o dono de um pequeno restaurante é responsável se sua comida envenena os clientes, os magnatas da mídia social devem ser responsabilizados se seus algoritmos envenenarem a sociedade.
De acordo com Sánchez, a moderação de conteúdo e a verificação de fatos são requisitos inegociáveis. A ofensiva contra Musk é clara.