Diz-se que numa guerra a primeira vítima é a verdade!
Máquinas de propaganda e de desinformação trabalham neste momento, a todo o vapor, para instalar o caos e a super-excitação dos espíritos, fazendo a razão desertar.
Alguns continuam a ser apanhados na cilada de uma falsa dicotomia. Na agressão da Rússia à Ucrânia estaríamos diante de um embate entre Putin e os líderes globalistas, dizem.
Essa dicotomia divide os espíritos e faz com que as opiniões se entrechoquem com animosidade, muita simplificação e distorção da realidade, e uma marcante e imperdoável superficialidade intelectual.
Quem, entretanto, se debruça com mais acuidade sobre o que está ocorrendo nota um enfrentamento – aparente – entre o regime de Putin e os líderes globalistas. Na verdade, tais líderes, com Joe Biden na dianteira, têm reagido de modo fraco, titubeante e cúmplice aos preparativos e à consumação da ofensiva ilegal da Federação Russa. Discursos pomposos e vazios, condenações retóricas, sanções em boa medida ineficientes ou incompletas e a promessa de algumas migalhas econômicas e militares para a Ucrânia… enquanto Putin consuma seu plano.
Não nos esqueçamos que o projeto de poder de Vladimir Putin, que agora dá um passo decisivo para a sua consolidação, foi construído ao longo de muitos anos, ante a inércia, a cumplicidade e a colaboração dos ditos líderes globalistas, tendo à frente Ângela Merkel! Basta mencionar a suicida dependência do continente europeu da energia russa.
Desde o início a Ucrânia e seu povo foram entregues à própria sorte: de um lado à brutalidade de uma ofensiva militar que escala hora a hora; de outro lado a uma fraqueza de reação que, escudando-se em meandros diplomáticos, na prática, deixa o território ucraniano desprotegido. Os pseudo-oponentes realizam uma dança coordenada e macabra, em que, além da verdade, a vítima é o povo!
Só uma coisa, inesperada, mudou em parte este script: a resistência heróica do povo ucraniano, que a muitos poderia parecer temerária. Neste momento, seja qual for finalmente o vencedor, é a Ucrânia quem, moralmente, terá ganho esta guerra, seja contra a agressão putinista, seja contra o entreguismo globalista.