O ex-presidente republicano Donald Trump está de volta ao ringue X após quase um ano de ausência. Três vídeos alusivos à sua campanha, contra sua oponente Kamala Harris, revelaram que o candidato à Presidência dos Estados Unidos está de volta. Depois de ter sido silenciado pelo anterior CEO desta plataforma, Jack Dorsey, Trump volta a ter uma conversa direta com Elon Musk, o novo proprietário desde 2022.

Sua presença nas redes sociais não é importante apenas porque faltam três meses para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, mas também porque o ex-presidente consegue comover as massas com suas mensagens. Isso é demonstrado pelo número de usuários que o seguem (mais de 88 milhões) e pelo fato de até o final do ano passado ter ficado em nono lugar entre as 20 contas mais seguidas no X, de acordo com o ranking da Brandwatch.

Embora o candidato republicano tenha aberto o Truth Social, sua própria plataforma, como resultado da censura imposta a ele no Facebook, Instagram e Twitter após o ataque ao Capitólio, pelo qual os respectivos diretores o responsabilizaram sem provas, essas redes ainda são um nicho importante para capturar votos. A campanha republicana está ciente disso, o que provavelmente também levou Trump a abrir sua própria conta no TikTok durante uma competição do Ultimate Fighting Championship (UFC).

https://t.co/MlIKklPSJT pic.twitter.com/sVyrCxHqdt

— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 12 de agosto de 2024

X como plataforma eleitoral

Retornar à visibilidade em X possivelmente aumentará as intenções de voto a favor de Donald Trump. De acordo com a média proposta pela Real Politics, o republicano tem 44,5% de favoritismo entre os eleitores de todo o país em comparação com 45,3% de Kamala Harris, ou seja, ele o supera em 0,8 ponto. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer nesta campanha e a margem é muito estreita.

A atual vice-presidente tem uma vantagem em parte por causa da novidade de sua candidatura devido à renúncia de Joe Biden da reeleição, mas as coisas são diferentes quando se trata de sua gestão como a segunda no comando da Casa Branca. Sua desaprovação entre os eleitores é de 48,9% em comparação com apenas 41,5% daqueles que a apoiam, de acordo com o Five Thirty Eight. São números que podem pesar nas urnas em 5 de novembro. Daí a relevância de ter presença nas redes sociais.

Com a frase “esta é a batalha final” começa um dos vídeos publicados por Trump em X, que foi precedido por outra mensagem com perguntas aos seus seguidores. Foi Elon Musk quem levantou a censura que havia sido imposta pela gestão anterior. Naquela época, o atual candidato republicano não publicou até agosto de 2023, quando divulgou sua foto com o título: “Interferência eleitoral. Nunca desista!” devido aos inúmeros processos contra ele.

Comissão Europeia transformada em “polícia do pensamento”

Nem todo mundo está feliz com o retorno de Trump em X. A Comissão Europeia decidiu ocupar o papel de “polícia do pensamento” como na obra de 1984 escrita por George Orwell, informando que acompanhará a conversa que o candidato republicano terá com Elon Musk nas próximas horas.

O comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, publicou uma carta com o alerta acrescentando que Bruxelas “não hesitará em fazer pleno uso das ferramentas disponíveis, inclusive adotando as provisórias”, diante de “qualquer evidência que aponte para violações da lei de serviços digitais”, ou seja, o que consideram “discurso de ódio” que surgiria em tal transmissão. Assim, a Comissão Europeia abre a porta a novas ameaças de censura contra o atual candidato republicano à presidência dos EUA.

Com grande audiência vem maior responsabilidade #DSA

Como existe o risco de amplificação de conteúdo potencialmente nocivo em 🇪🇺 conexão com eventos com grande audiência em todo o mundo, enviei esta carta para @elonmusk

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— Thierry Breton (@ThierryBreton) 12 de agosto de 2024

De Oriana Rivas para o PanAm Post.