É interessante pensar na ação da Providência nas nossas vidas, e como somos gratos a ela por permitir situações inesperadas em nossas vidas.
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Como um estudante sonhador, típico daqueles na faixa dos 17 ou 18 anos, resolvi tirar meu passaporte em 2016. E pude ir para Israel em julho de 2019, uma viagem inesquecível que será tratada em artigo oportuno.
Durante a pandemia de Covid, viajar tomou outra forma.
Quando chegaram as primeiras informações de lockdown na Europa, em março de 2020, eu, que tinha passagens compradas para um Eurotour por alguns países (Itália, Reino Unido, França, Espanha), tive minhas intenções frustradas.
Meu otimismo levou-me a crer que eu teria de adiar um curso de Direito Britânico em Oxford de abril (Primavera, por lá) para julho de 2020 (Verão, por lá), ledo engano. Mal sabia eu que eu só faria essa viagem em 2021 e 2022.
Numa consequência das intervenções da Comissão Europeia nas empresas aéreas do mercado europeu, recebi inúmeros vouchers de empresas aéreas diferentes. Meu sonho de viajar estava a ser encerrado.
No segundo semestre de 2020, a faculdade virou on-line (como a de tantas pessoas nesse período), porém, as aulas de francês continuaram presenciais.
Depois de haver feito alguns anos de aulas de francês na faculdade de Direito, conversei com a minha professora sobre a possibilidade de fazer um curso presencial intensivo de francês na França.
Ela me indicou o Campus France (que é um dos melhores lugares para se encontrar esse tipo de curso), principalmente por ser o repositório oficial de cursos de FLE (francês língua estrangeira) certificados pelo Ministério da Educação da França.
Comecei a aventar e pesquisar passagens aéreas, que, pelo temor e pelas restrições não tão restritivas assim, estavam em uma baixa que impressionou-me. Passagens aéreas ida e volta de São Paulo para vários destinos europeus, incluindo Paris, a R$ 1500 por pessoa.
Em janeiro de 2021, chegava eu a Montpellier, Sul da França para um curso super intensivo de língua francesa.
Debilly Passerelle, vazia. 02/01/2021, 10:07 horário de Paris.
A viagem foi curiosa; embarquei no réveillon, 31/12/2020, e houveram aplausos quando a meia-noite foi atingida. Todos de máscara, e para se embarcar, era necessário documentação escrita explicando os motivos da viagem e testes PCR de Covid negativos feitos a menos de 24 horas do embarque.
Rota Guarulhos-Madrid-Paris. Na Cidade-Luz, inverno e frio. Pelo frio e pelo medo causado pelas restrições da pandemia, tirei essa foto simbólica.
Máscaras por todos os lados. No metrô, propagandas de produtos para limpar óculos embaçados pelo uso de máscaras. É a festa da propaganda pandêmica. Algo revivido pouco tempo depois, pela operação midiática pró-vacina.
Depois, um TGV (trem de grande velocidade) para a Gare Saint-Roch, em Montpellier.
Tudo fechado na França, exceto os comércios. Restaurantes também só por delivery. Entretanto, escolas abertas, e professores com capacete de soldador, ou mascarados. Alunos mascarados também.
Place de la Comédie, Montpellier, França. 03/01/2021.
O interessante é que na minha turma do curso, que tinha alunos chineses, ingleses, turcos e alemães, todos (exceto os chineses) tiravam suas máscaras tão logo saíam da escola de línguas.
As igrejas também estavam abertas, museus fechados. Foi uma oportunidade de se reformar várias fachadas e estações de transporte na França, sem causar maiores transtornos pela falta de turistas naquele momento.