Em diálogo com o PanAm Post, a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, disse que a hostilidade do regime é “inaceitável”.
O regime chavista não podia mais permanecer em silêncio. A família do gendarme (Suboficial de carreira que pertence a uma corporação de gendarmaria, ou seja, militares responsáveis pela segurança de um território) argentino sequestrado havia tornado a situação pública e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também havia alertado sobre as consequências de manter Nahuel Gallo detido.
Fiel ao seu estilo, Diosdado Cabello, falando em uma das clássicas “conferências” da ditadura, em que se diz o que se quer sem maiores impedimentos, endossou a teoria da conspiração golpista para justificar a detenção arbitrária. Com total impunidade, o ministro do Interior de Nicolás Maduro disse que Gallo não estava em território venezuelano para ver sua esposa e filha.
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O argumento para fazer isso? Cabello alegou que o detido envia fotos de viagens “ao redor do mundo” para suas redes sociais e que essas atividades não são compatíveis com seu salário como gendarme na Argentina. Portanto, o regime determinou que Gallo estava lá como parte de um complô contra a ditadura, o que significa que, em sua opinião, sua detenção seria justificada.
“Como isso os prejudicou”, disse ele, minimizando o grave incidente, que já se tornou outro conflito entre os dois países. “Qual era a tarefa dele aqui na Venezuela? Eles não dizem…”, sentenciou Cabello com seu tom habitual de arrogância e impunidade.
"Diosdado Cabello":
— ¿Por qué es tendencia? (@porquetendencia) December 16, 2024
Por las declaraciones del ministro del Interior y Justicia de Venezuela sobre el gendarme argentino detenido pic.twitter.com/kny1443XzM
“Ele é um policial que foi visitar sua filha e esposa, que tem residência na Argentina. Ele foi pelo caminho mais barato possível, passando pelo Chile, Bogotá e a fronteira com um táxi. Lá eles pegaram seu telefone, onde viram as mensagens de sua esposa dizendo que o país era uma ditadura e coisas assim, e prenderam ele e o motorista”, disse Fernando Soto, funcionário do Ministério da Segurança de Bullrich, na terça-feira, em uma entrevista de rádio.
O mesmo ministro foi a primeira voz do governo de Javier Milei a alertar sobre as graves consequências que o regime poderia enfrentar se não libertasse imediatamente o detento argentino. “Exigimos a libertação imediata desse cidadão argentino. Maduro, cada minuto que você o detiver será um passo a mais em direção ao seu próprio fim”, enfatizou Bullrich. A resposta do regime? Chamou o ministro de “fascista”.
Em uma entrevista exclusiva ao PanAm Post, o ministro da segurança da Argentina advertiu: “Eles sequestraram um policial que foi visitar sua família. O regime de Nicolás Maduro vai pagar caro por isso. Esse é um ato de hostilidade que não vamos deixar passar”.
Em sua coluna internacional, o jornalista Román Lejtman, do Infobae, afirmou hoje que Maduro está mantendo cidadãos de vários países como prisioneiros com um objetivo muito específico: usá-los como moeda de troca caso um processo de instabilidade política seja desencadeado no contexto da posse em 10 de janeiro e o ditador tenha que deixar o país.
“Dado o precedente da queda do clã Al Assad na Síria, o ditador caribenho está detendo ilegalmente turistas de diferentes nacionalidades para oferecer-lhes sua liberdade em troca de uma passagem segura para um país aliado”, apontou o analista.