O dólar chegou a 6,26 reais pela primeira vez na história do Brasil, o que equivale a uma desvalorização da moeda brasileira de 2,82 no dia, acumulando 9,45% no mês e impressionantes 28,47% no ano. Soma-se a isso a queda de 3,15% registrada pela bolsa de valores de São Paulo na quarta-feira, que sentiu os efeitos do corte da taxa de juros pelo FED nos EUA, mas que já havia sido atingida por fatores internos, como a desconfiança e a incerteza geradas pelo pacote de ajustes de Lula em tramitação no Congresso.
A economia brasileira está passando pelo seu pior momento. A incerteza e a desconfiança nos mercados geradas pelo pacote fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão afundando os índices financeiros, que fecharam a quarta-feira no vermelho, estabelecendo recordes negativos históricos. Enquanto o real registrou a maior desvalorização da história ao perder 2,82% em relação ao dólar americano, que pela primeira vez subiu para 6,26 reais para compra e venda no câmbio comercial, a bolsa de valores de São Paulo despencou 3,15% no dia, a maior queda diária desde novembro de 2022.
No fechamento das negociações na quarta-feira, o dólar havia subido em relação ao real 5,66% na semana, 9,45% no mês e impressionantes 28,47% no ano, uma desvalorização que, sem dúvida, já está sendo sentida nos lares brasileiros. Enquanto isso, Lula está aumentando a pressão com declarações que só aumentam os temores do mercado, depois de ter descrito os aumentos das taxas de juros como “irresponsáveis” e insinuado possíveis mudanças na política monetária, dizendo em uma entrevista à TV Globo que ele “cuidaria disso”.
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A desvalorização do real reflete, sem dúvida, a crescente desconfiança do mercado financeiro no Brasil diante do pacote de ajustes do governo Lula com o objetivo de reduzir o déficit fiscal, incluindo medidas que vão desde um imposto sobre os “super-ricos” até uma redução de cerca de 11 bilhões de dólares nos gastos públicos, o que não está convencendo os investidores.
Não é por acaso que a turbulência no mercado de ações e no mercado de câmbio foi sentida com mais força nesta quarta-feira, já que na noite de terça-feira a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro texto do pacote de ajustes de Lula, que impede a extensão de benefícios fiscais em cenários de déficit público e prevê a ativação de um “gatilho” que limita o aumento dos gastos com pessoal se o governo registrar um déficit primário, de acordo com a imprensa brasileira .
Embora o cenário internacional com o corte de 0,25% nas taxas de juros nos Estados Unidos anunciado na quarta-feira pelo Federal Reserve (FED) tenha sido sentido nos mercados, a queda ainda maior no Brasil e a desvalorização histórica registrada durante o dia mostram que os fatores domésticos têm um peso maior. Enquanto as fortes quedas nos mercados dos EUA, com o Dow Jones perdendo 2,6%, arrastaram a bolsa mexicana com uma perda de 0,9% e a bolsa de Buenos Aires com uma contração de 2,75%, o Ibovespa de São Paulo despencou 3,15%, demonstrando que tal queda também se deve a causas domésticas.