O Brasil passa por um momento de instabilidade jurídica. A censura e a perseguição política estão tomando forma no país. Entre passaporte sanitário e regulamentação das redes, a sociedade está cada vez mais acuada, calada e perdida.

Com as nossas liberdades cada vez mais suprimidas, as pessoas se sentem compelidas a se dobrar aos mandos e desmandos tirânicos de governadores e ministros.

Estamos carentes de heróis e exemplos, sem nos darmos conta que nós podemos ser os heróis dos nossos filhos e da liberdade. Podemos ser aqueles que serão lembrados pela luta em prol liberdade plena. Para tanto, gostaria de apresentar a vocês duas mulheres que jamais foram citadas pelas feministas que preferem se nivelar pela escória: Sophie Scholl e Milada Horáková.

Milada Horáková, que ficou conhecida como “A mulher que lutou pela liberdade” e, Sophie Scholl, estudante alemã que resistiu a Hitler e foi condenada à morte. Tanto Milada quanto Sophie, devem ser vistas como exemplo de honra e luta para a presente e futuras gerações.

Milada Horáková, assim como Sophie, lutou contra Hitler. Porém Haráková, lutou também contra o comunismo. Sua luta começou em 1939 contra a ocupação nazista e posteriormente, sua oposição ao domínio soviético em seu país. Milada comparava o comunismo ao nazismo. Se referia a Hiltler como confuso, demente, maluco e alucinado.

Colocando sua luta e ideais à frente de sua família, foi presa pela Gestapo e condenada à morte. Sua pena foi alterada para prisão perpétua no campo de concentração em Theresienstadt. Milada foi liberada da prisão em 1945, concomitantemente com a libertação da Tchecoslováquia.

Em 1946 foi eleita deputada e renunciou em 1948, após a tomada de poder pelo Partido Comunista, que na qual ela denominou como ‘ocupação soviética’.

Em 1949 foi presa pela STB (polícia secreta checoslovaca) e acusada de ser líder de um pseudo-golpe para derrubar o regime comunista.

Submetida a brutais métodos de interrogatório e torturas – físicas e psicológicas – (usando inclusive falsas promessas e fotos de sua família), forçou-a a confessar atos de traição e conspiração, caso quisesse ser liberta.

O seu julgamento iniciou-se em 1950, através de uma farsa judicial, como as Grandes Purgas da União Soviética na década de 1930, radiodifundida e supervisionada pelos soviéticos.

Milada defendeu-se, com honra e coragem, mesmo sabendo que somente pioraria a sua situação. Denunciou as torturas e a confissão forçada. Foi condenada à morte em seu julgamento que se deu em 08.Jun.1950.

Diversas personalidades famosas e respeitadas pediram a mesma clemencia pela vida de Horáková que tiveram os nazistas. Entre eles estavam: Albert Einstein, Winston Churchill e Eleanor Roosevelt. Os soviéticos não se convalesceram e deram prosseguimento a execução da pena.

Minutos anos de ser morta, teve autorização de ver sua família, porém impedida de abraçá-los. Sua irmã gravida, sua filha e seu cunhado estiveram presentes.

Suas últimas palavras para sua filha foram: “Quando pensar em mim, saiba que eu sempre estarei com você”. “Estarei sempre com você. Sempre. Sempre”.

Suas últimas palavras relatadas foram (em tradução): “Perdi essa luta, mas eu sigo com honra. Eu amo este país, eu amo essa nação, luto por seu bem-estar. Parto sem rancor para você. Desejo-lhe, desejo-lhe …”.

O dia 27 de junho, data da sua execução, foi declarado “Dia comemorativo das vítimas do regime comunista” na República Checa em 2004.

Seu veredicto foi anulado em junho de 1968 durante a Primavera de Praga, mas a posterior ocupação soviética da Checoslováquia não trouxe a reabilitação de Horáková, que teve de esperar pela Revolução de Veludo de 1989. Uma grande rua em Praga possui o seu nome desde 1990.

Ludmila Brožová-Polednová, a acusadora no julgamento de Horáková, foi condenada a 6 anos de prisão. Cinquenta e oito anos após o seu crime, e aos 87 anos, em setembro de 2008.

Sophie Scholl

Sophie é uma estudante que tem uma história apaixonante. Ela nasceu em 1921, na Alemanha. Filha de prefeito, sua família era luterana e, ela tinha cinco irmãos.

Como todo adolescente com ânsia de mudar o mundo e a vitalidade e energia alcançar seus sonhos, Sophie e seu irmão mais velho Hans apoiaram o Partido Nacional Socialista.

Para o horror de seu pai, crítico fervoroso de Adolf Hitler, Hans se juntou ao movimento da Juventude Hitlerista do partido e Sophie à sua organização irmã, a Liga das Meninas Alemãs.

Com os conselhos do pai e a influência dos amigos próximos, os irmãos começaram a ver os problemas que o regime hitlerista apresentava, sendo cada vez mais críticos ao regime nazista.

Enquanto jovens alemães, como o namorado de Scholl, Fritz Hartnagel, eram enviados para lutar, ela ingressou na faculdade de Monique, com o seu irmão, para estudar medicina e biologia.

Ao seu namorado, Sophie encaminhou uma carta, indignada por ele ser um soldado nazista: “Não consigo entender como algumas pessoas continuamente arriscam a vida de outras. Nunca vou entender e acho que é terrível. Não me diga que é para a pátria.”

Hans e Sophie tinham o mesmo grupo de amigos na faculdade que se juntaram para serem resistência ao Terceiro Reich. Inicialmente, o grupo, batizado como “Rosa Branca”, contava com seis participantes: originalmente fundado pelo irmão de Sophie, Hans Scholl, e seu amigo Alexander Schmorell. A eles, se juntaram Sophie, Christoph Probst e Willi Graf, e um de seus professores, Kurt Huber.

O grupo começou a ganhar apoio de outros alunos e simpatizantes e, passou a imprimir, clandestinamente, panfletos que incentivavam as pessoas a resistirem bravamente ao regime nazista, denunciando as atrocidades que Hitler estava cometendo contra os judeus, deficientes, prisioneiros de guerra e outros.

“Não seremos silenciados”, diz um panfleto, “nós somos sua consciência pesada, a Rosa Branca não o deixará em paz.”

O último panfleto do grupo foi no início de 1943, quando Hans e Sophie distribuíam os panfletos na universidade e, Sophie subiu até o último andar do prédio para jogar os panfletos sobre a balaústra para atingir o maior número de alunos.

O zelador viu e a denunciou para a Gestapo, a polícia secreta de Hitler. Ela, o irmão e mais um universitário, Christoph Probst foram capturados e interrogados por horas e submetidos a um julgamento-espetáculo. Foram condenados à morte. Em menos de 24 horas já forma guilhotinados.

Sophie foi para a guilhotina, com o seu irmão, aos 21 anos. Suas últimas palavras foram: “Um dia tão lindo e ensolarado, e eu tenho que ir… O que importa a minha morte, se através de nós, milhares de pessoas são despertadas e movidas para a ação?”

Leais, se recusaram a trair o restante do grupo, mas as autoridades os rastrearam de qualquer maneira. Em poucos meses, todos os membros foram executados.

Milada Horáková lutou pela democracia, pela liberdade. Foi fiel aos seus princípios mesmo sob tortura. Condenada à morte, sem poder abraçar a filha antes de morrer. Sophie Scholl lutou pela liberdade e contra o regime autoritário. Ambas foram fiéis. Milada aos seus princípios; Sophie, aos seus amigos. O legado que elas deixaram devem ser lembrados e contados a todas as gerações.