Nos dias de hoje, é comum ouvirmos sobre “dividir a direita” nos debates das redes sociais. Porém não é o debate das pautas que causam a divisão, isto na verdade é salutar. O que sempre divide os levantes contrarrevolucionários são os agentes da revolução estrategicamente infiltrado.

Hoje quero falar sobre um especial: Vladimir Vladimirovitch Putin.

O movimento revolucionário trabalha em suas vertentes como tentáculos de um polvo. Pense que cada tentáculo é uma ideologia ou movimento, trabalham juntos pela “cabeça” que é o movimento em si e por vezes chocam-se e competem momentaneamente, resultando assim na dialética revolucionária.

Através desta dialética, criam várias linhas de atuação e de acordo com o alvo (nação ou grupo) aplicam a narrativa e pautas necessárias. Os marxistas são os melhores executores deste estratagema, sendo o comunismo praticamente uma seita religiosa evolutiva.

Atualmente a direita está sendo dividida em nível mundial, e o tentáculo deste polvo é justamente o presidente russo.

A direita no Brasil está se dividindo neste tema e a cisão irá aumentar profundamente. E isto acontecerá às portas da eleição. Mas não é só o Brasil nesse jogo. Teremos eleições importantes também na Europa este ano, com destaque para Hungria e França, além das eleições de midterm nos EUA.

A direita europeia está organizando-se para criar uma espécie de liga dos partidos de direita, para coordenarem pautas e ações de pressão dentro do parlamento europeu (União Européia). Participaram da Reunião líderes de diversos países bálticos / leste europeu, também estiveram presentes representantes da Europa ocidental, como Marine Le Pen.

Na ata de reunião, foi assinada declaração que condena tanto as pautas progressistas da União Europeia (globalistas) e a Rússia (Imperialismo oriental). Le Pen, adepta do dugnismo/putinismo, recusou-se a assinar a declaração. Viktor Orbán da Hungria assinou, mas ao mesmo tempo visitou Moscou para sentar-se com Putin pouco tempo depois.

O grande pulo do gato da revolução.

Lembra-se da dialética revolucionária?

Por um lado, esses países são pressionamos por pautas draconianas da “globalista” União Europeia. Do outro lado, você possui uma outra vertente da revolução que trabalha pelo totalitarismo de Estado, imperialismo territorial e financiamento/influência diplomática com ditaduras e regimes terroristas. Porém este lado, usa o vácuo cultural criado pelos “globalistas” e adota um discurso que supre a “carência ideológica” deixada na população.

Aqui vale frisar: A cultura SEMPRE precede a política.

Assim, políticos, influenciadores, escritores, sacerdotes e cidadãos ficam encantados pelos discursos e começam a ignorar todas as mazelas citadas.

Agarrados em uma esperança vazia das misérias morais serem resolvidas, entram literalmente no modo “não ouço”, “não vejo” e “não falo”.

No final, a cabeça do polvo avança, pois as duas teses que conflitam servem à revolução e a síntese será indubitavelmente neste sentido. Enquanto muitos acharão que estão lutando pelo conservadorismo.

Mas, voltemos à Vladimir Putin.

Utilizando-se desta dialética, a liga da direita já nasce rachada pela revolução. Le Pen não renuncia ao Putinismo. Éric Zemmour, seu oponente de direita, também sinalizou recentemete ser pró-Putin. Deixando a França na linha revolucionária mesmo em possível vitória da direita.

Orbán tem importante eleição este ano e o povo Húngaro está farto da inversão cultural externa em seu país. Para o presidente russo, basta convencer Orbán a vir para seu lado, para rachar a parede do Leste Europeu e complicar a situação geopolítica de Polônia, Lituânia, Eslovênia, Letônia e Ucrânia principalmente.

Nos EUA, muitos expoentes da direita são levados pelas esperanças vazias e rogam graças a “São Putin”. O que chama a atenção é como entre os americanos, os formadores de opinião estão suscetíveis à influência da filosofia de Aleksandr Dugin.

Assim vemos como Putin está dividindo a direita no ocidente inteiro, avançando com sua agenda revolucionária e ganhando o status de salvador. O mesmo meio de ação utilizado em tantos países pelos agentes soviéticos e tão bem descrito pelo dissidente Yuri Bezmenov.

Lenin dizia: O comunismo automaticamente irá gerar o anticomunismo. Sejamos nós mesmos então a criar esta força, para assim avançar com a marcha da revolução.

Seus discípulos aprenderam a lição. A história não mente e o presente se deixa abraçar pelo polvo revolucionário