A inflação despenca na Argentina e as redes sociais explodem

Outubro apresentou 2,7% no índice de inflação mensal e o presidente reiterou que a saída do câmbio está muito próxima.

O Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) divulgou na terça-feira a inflação de outubro, que finalmente ficou em 2,7%. Outra notícia muito boa para o governo de Javier Milei, que já vinha de um auspicioso 3,5% em setembro, depois que muitos analistas e especialistas disseram que “o piso de 4%” não estava sendo rompido pelas políticas implementadas pelo governo.

No entanto, além dos 2,7% gerais, o grande sinal em outubro teve a ver com o que é provavelmente o desagregado mais importante. Especialmente para as famílias de baixa renda. Alimentos e bebidas aumentaram em 1,2%. Com relação às boas notícias, o presidente fez referência à eventual data do fim do câmbio.

Em uma apresentação na Gala Anual da Fundação Endeavor, Milei disse que, se essa tendência continuar por mais dois meses, a desvalorização controlada do dólar oficial poderá ser reduzida para 1%. No âmbito do processo econômico que vem ocorrendo no país, em cinco meses a Argentina poderia dizer adeus ao controle cambial.

Como era de se esperar, o público libertário comemorou e as redes sociais explodiram. “Que a inflação descanse em paz”, uma das frases que foram tendência nesta tarde na Argentina.

Outro clássico: o grito da esquerda. “Os kukas toda vez que sai o número da inflação e ela cai”.

Os 2,7% de outubro trouxeram uma analogia com o fluxo de votos da Frente de Esquerda nas últimas eleições. Assim, paradoxalmente, Myriam Bregman esteve presente no quadro das celebrações liberais.

Apesar da formalidade de seu cargo como ministra, Patrícia Bullrich não quis ficar de fora e comemorou os 2,7% de outubro com um meme entre o pato e o leão.

A memória do professor Jesús Huerta de Soto: o acadêmico espanhol, que comemorou a chegada de seu discípulo libertário à presidência argentina, disse que se o plano desse certo, Milei teria que receber o Prêmio Nobel de Economia.

A morte da inflação na Argentina, para os tweeters libertários, não será com enterro e sepultamento, mas com “cremação”. “A inflação passou, que descanse em paz.”