Nos últimos dias tenho recebido cada vez mais perguntas sobre monarquia, o movimento monarquista no Brasil. Muitas vezes também é comum receber perguntas com dúvidas bem peculiares e até mesmo “introdutórias” sobre o tema.
Recentemente fui entrevistado por texto para a revista “A verdade” sobre a pauta da monarquia no Brasil; vou disponibilizar abaixo as principais perguntas e repostas. Ao final, conto com a participação dos caros leitores nos comentários, para que possamos enriquecer ainda mais o tópico.
Vamos lá?
Como é a atuação dos movimentos em defesa da volta da Monarquia no Brasil? Tem crescido e recebido apoio, por exemplo, de empresários e outros segmentos da sociedade?
O movimento monárquico hoje no Brasil é bastante ambíguo, fruto do seu crescimento rápido e exponencial. Explico: existe um movimento monárquico com mais de 50 anos ativo no Brasil, mesmo quando ser monarquista ou propagar estas ideias eram crimes contra a República. Este grupo estava concentrado principalmente nas fileiras da TFP, liderada por Dr. Plínio Côrrea de Oliveira, organização que também fazem parte até hoje, sob a alcunha de Instituto Plínio Correa de Oliveira, S.A.I.R Dom Luiz de Orleans e Bragança e S.A.I.R Dom Bertrand de Orleans e Bragança.
Este grupo foi e ainda é extremamente atuante nos temas que envolvem a monarquia do Brasil, tendo grande destaque principalmente à época do referendo. Tenho a oportunidade de manter contato com grandes nomes desta época onde aprendo muito a cada conversa, seja por transmissão pela internet ou pessoalmente.
Existe também um grupo novo e descentralizado, formado principalmente após 2013 em todo Brasil, em sua maioria são jovens, jovens adultos e brasileiros mais experientes que ao despertarem para a política e tomarem ciência da subversão revolucionária, voltou-se aos estudos além do debate político e principalmente para história do Brasil, neste momento muitos conhecem uma história do Brasil escondida de todos nós, e ao adentrarem neste novo Brasil, acabam por criar raízes com nossa veia histórica de verdade, raízes estas que nos são negadas com o ensino acadêmico atual, onde o Brasil é retratado como ora explorado, ora explorador. Isto faz com que muitos nutram simpatia pela monarquia e outros a aderir literalmente às fileiras monarquistas.
Todavia, este segundo grupo é dividido das mais diversas maneiras: Algumas mais orgânicas como páginas de redes sociais ou perfis, outros são simpatizantes “autônomos”. Porém cresce cada vez mais os círculos monárquicos espalhados por todo o Brasil e hoje existe até mesmo uma organização que auxilia na criação destes círculos que é a CONFEMBRAS liderada pelo Sr. Rodrigo Brasileiro.
Como isso seria feito, novo plebiscito? Há algum tipo de diálogo crescente neste sentido? Em caso de aprovação popular, com se daria essa substituição, legalmente falando e em termos de prazo para a tramitação do processo de troca de regime?
A expectativa de uma restauração monárquica sempre existe, é claro. Porém, particularmente eu sou muito cético quanto a celeridade deste processo por diversos fatores que tentarei elencar para responder esta pergunta:
A monarquia no Brasil é um regime parlamentarista com um poder moderador centrado no monarca, este também acumula obviamente o papel de chefe de estado. Podendo em um momento de crise até mesmo dissolver todos os outros poderes (legislativo, executivo e judiciário) e convocar novas eleições populares. A chefia de governo caberia ao parlamento, que formaria uma coalização que lhe garanta a maioria nas votações e o direito a indicar o primeiro ministro. Infelizmente nos dias de hoje, não creio que tenhamos políticos preparados para respeitar este regime de governo sem que um golpe de estado por vias parlamentares ou de força fosse tentado a cada quatro anos. É preciso antes de tudo, sanear novamente a política brasileira formando novas gerações de brasileiros que tenham uma noção clara do que é seu país, qual o papel real da política e como a atuação parlamentar deve ocorrer. Obviamente, não possuo sonhos utópicos em relação a classe política futura, porém a formação de novas gerações de brasileiros conscientes politicamente, fará com que tenhamos ao menos políticos mais qualificados no congresso.
Quanto a substituição de regime, ela seria feita por etapas, sendo a primeira a coroação de nosso monarca e a segunda uma constituinte. É consenso no meio monarquista que a base de nossa constituição deve ser a de 1824, até hoje a mais duradoura e estável que tivemos (65 anos). Obviamente, ela precisará passar por certos ajustes para os dias atuais. Aqui, permito-me voltar ao ponto anterior: Imagine uma constituinte com o nível de congressistas que temos hoje no Brasil, imaginem quem seriam os notáveis para compor a constituinte convocados por estes senhores que hoje mancham a política brasileira. Temos bons parlamentares, é verdade, mas estes são uma minoria e com força de atuação limitada no momento.
Considerando fato, a Monarquia como regime escolhido para o Brasil. Como se definiria o novo rei? Quem seria ou quais seriam os candidatos, entre os herdeiros da família imperial? Considerada a escolha, como seria a linha sucessória? O modelo britânico poderia ser adotado?
A definição de nosso monarca já existe, o Brasil voltando a ser um império teria como Imperador S.A.I.R Dom Luiz de Orleans e Bragança (ascendeu à Chefia da Casa Imperial em 05 de julho de 1981), Bisneto da Princesa Isabel, o segundo na linha de sucessão é seu irmão S.A.I.R Dom Bertrand de Orleans e Bragança, seguido pelo também irmão S.A.I.R Dom Antônio de Orleans e Bragança, o quarto na linha de sucessão é o filho de Dom Antônio, S.A.R Dom Rafael Orleans e Bragança, a quinta na linha de sucessão é S.A.R. Dona Maria Gabriela de Orleans e Bragança (filha de Dom Antônio e irmã de Dom Rafael).
A linha sucessória é mantida pela família real brasileira desde a separação do Brasil do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves em 07 de setembro de 1822, tendo está o seu início com Dom Pedro I do Brasil e Dona Leopoldina de Áustria.
A Monarquia seria a solução para, enfim, acabarmos com os embates e a divisão que assistimos no país nas últimas décadas, e que se acirra assustadoramente nos últimos cinco anos? Por quê e de que forma?
Em minha resposta a segunda pergunta, acredito que deixo algumas pistas do que acredito que possa acontecer no futuro sob um regime monárquico no Brasil. Porém, não acredito que sob nenhum regime o Brasil tenha fim à divisão que vivemos hoje, mesmo na época do império este embate já existia entre liberais e conservadores. Nos dias de hoje, a ferida é muito mais profunda e vai muito além da política partidária. A mentalidade e o movimento revolucionário está hoje, muito mais enraizado e presente em absolutamente tudo que nos cerca (música, cinema, literatura, séries, esportes, ciência, educação e religião), e este seria o opositor natural a um regime que é pautado na ordem e no direito natural, respeito as instituições e principalmente a família como principal núcleo da sociedade. A luta que teríamos sob o regime monárquico não seria somente no campo político, mas como hoje, também e principalmente no campo cultural. Pautas como: aborto, eutanásia, ateísmo, pautas identitárias e tantas outras.
Hoje o que divide a sociedade não é a política, ela é somente um pequeno extrato de divisões muito mais profundas que tentam destruir não só o Brasil, mas um modelo de sociedade ocidental Cristã. A revolução tem por objetivo criar um novo homem e para isso ela usa todos os meios possíveis, legais e ilegais, sendo a política partidária um instrumento poderoso, mas raso e pequeno perto do contexto universal.
Onde podemos encontrar boas dicas de materiais sobre movimentos a favor da monarquia, em livros, vídeos etc?
Hoje existem bastante conteúdo a respeito. Vou deixar alguns materiais que podem ajudar
O Site da casa imperial possui informações históricas, símbolos, família imperial e etc.
Para quem deseja encontrar ou formar um círculo monárquico, deixo o site da CONFEMBRAS.
Vídeos, vou deixar aqui a recomendação da Playlist “Brasil Real” no canal do PHVox.
Nela existem diversos vídeos em formato de palestras, debates, inclusive o último encontro monárquico na integra.
Quanto a livros, quero deixar antes de tudo a indicação do autor que considero o maior de todos atualmente: Dr. Armando Alexandre dos Santos. Abaixo alguns livros:
- Revivendo o Brasil Império (Armando Alexandre dos Santos)
- A Legitimidade Monárquica no Brasil (Armando Alexandre dos Santos)
- Ser ou não Ser Monarquista – Eis a questão! (Armando Alexandre dos Santos)
- Parlamentarismo, Sim! (Armando Alexandre dos Santos)
- Dom Luiz na Grande Guerra (Armando Alexandre dos Santos)
- Escravidão e Leis no Brasil (Ibsen Noronha)
- O Brasil Império Nas páginas de um velho almanaque alemão (Armando Alexandre dos Santos)
- A monarquia constitucional e a contribuição de José Bonifácio de Andrada e Silva (Arsenio Eduardo Corrêa)
- As vidas de José Bonifácio (Mary del Priore)
- Capitães do Brasil (Elaine Sanceau)
- Dona Maria I (Mary del Priore)
- Dom Pedro (Paulo Rezultti)
- Dona Leopoldina (Paulo Rezultti)
- Dom Pedro II (Paulo Rezultti)
- Alegrias e Tristezas [da Princesa Isabel] (Bruno da Silva Antunes de Cerqueira e Maria de Fátima Moraes Argon)
O que significa S.A.I.R
Sua Alteza Imperial Real 🙂
Ontem mesmo estava conversando com meu irmão e disse que preferia a monarquia e ele de pronto me disse: “Credo! Como vc pode dizer uma coisa dessas!”; não soube defender minha ideia. Vou já procurar ler mais a respeito. Obrigada PH!
Boa tarde PH.
É verdade que na monarquia éramos a segunda maior potência do mundo? Só perdendo para Inglaterra?
Que DEUS abençoe o PHVOX.
Olá PH. Poderia disponibilizar um atalho para impressão da forma que saísse o texto enxuto semelhante a Revista Consultor Jurídico?? Se for pedir muito, deixe pra lá. Sei que você está atarefado com a distribuição do livro, inclusive já adquiri um exemplar autografado. Abraços.
Ótima entrevista
A monarquia é a verdade ocultada pelo sistema paganizado. Que venha o reino.