Quem rezar o Terço à Mãe
e por ela e Deus sofrer,
o Céu há de merecer
Três crianças se dirigem
para a Cova da Iria,
rezando o Ave Maria,
quando, entre assombro e vertigem,
no céu aparece a Virgem.
Aquele que n’Ela crer,
o Céu há de merecer.
As três crianças acalma
a compassiva Senhora:
“Não tenhais medo, e agora
ouvi com atenção e calma:
quem quiser salvar sua alma
e o meu conselho atender,
o Céu há de merecer.”
Lúcia, a mais velha, pergunta:
“Senhora, mãe piedosa,
que de toda a glória goza,
como uma alma a Vós se junta
para ao Céu estar assunta?
Entre nós, qual proceder
o Céu há de merecer?”
Responde a Compadecida:
“O Terço deveis rezar
diariamente, a reparar
toda ofensa cometida
a Deus, e ter restituída
a paz. Quem obedecer
o Céu há de merecer.”
Pergunta a Mãe da Bondade:
“Quereis vós renunciar
aos gozos da Terra e andar
comigo na Eternidade?
À Santíssima Trindade
muito havereis de sofrer,
e o Céu heis de merecer.”
Aceitam os pastorinhos
e alegram a Mãe Celeste,
que de bênçãos lhes reveste.
Jacinta e “Chico”, inda niños,
são elevados a anjinhos,
mas Lúcia, em seu padecer,
o Céu há de merecer.
Ensina-nos a Senhora
de Fátima, Mãe querida,
que ao lhe consagrar a vida,
mandamos a morte embora,
e quem o Terço bem ora
e por Ela e Deus sofrer,
o Céu há de merecer!