A atual crise que vivemos no mundo e, infelizmente, na Igreja, tem como causa prática principal, o que sabemos e muitos ainda não se deram conta, a atuação estratégica e paulatina dos revolucionários na tentativa de destruir a ordem que Deus estabeleceu na lei natural, na lei divina e na instituição da Santa Igreja. A atitude que devemos tomar é defender a fé católica, com os valores e princípios da tradição, combatendo os revolucionários a começar por simplesmente abandoná-los à sua condição diante da verdade: cães acorrentados que latem alto e ninguém se importa, passando ao largo.
Tratamos aqui dos revolucionários que atuam dentro da Igreja. Estes, são os que se esmeram em ser os mais cretinos e canalhas, visto que, abusam das coisas sagradas e querem passar por imperceptíveis travestidos de piedade e autoridade, dando todo o ar de formalidade e importância institucional, mas, encolhidos por detrás das máscaras de seus cargos e de suas aparentes obras de dedicação a Cristo e à Igreja, só trabalham para revolucionar! É o que diz Nosso Senhor: “por seus frutos os conhecereis” (Mt 7,16).
A árvore é boa pelos seus bons frutos e não pela sua aparência vistosa por mais atraente e convincente que possa parecer e, por mais que seja aprovada pela maioria, como se a verdade fosse definida por votos majoritários, a verdade se dá com o tempo e na prova das atitudes, como o discernimento do joio e do trigo (Mt 23, 24). Assim, também em relação aqueles clérigos (e fiéis) revolucionários que, por mais que tentem transmitir uma imagem eloquente e confiável, suas obras denunciam quem são, com o tempo e a observação se detecta suas contradições, seus conhecidos dualismos nas ideas e as duplicidades das ações.
Não basta considerar o que dizem ou o que defendem, mas, precisa se observar o que atacam, o que combatem, ou seja, contrariam o ensinamento da Igreja, tentam suavizar ou adaptar às fábulas mundanas. Manifestam sinais que não resistem em esconder: o anel de tucum, as cruzes deformadas sem o Cristo, a foice e o martelo, a sandália ou o chinelo surrado, a bolsinha a tira colo, a aversão às vestes sagradas, a estola esquisita sobre o corpo, as simbologias “afro e indígenas” em cores e formas de um sincretismo estéreo, o discurso ideológico-político enviesado, a falta de cultura católica, as ideias vazias de conteúdo ao falar de fé, o sentimentalismo e o relativismo religioso misturando o “amém” o zen, o “axé” e o “saravá” entre outras coisas deploráveis.
Geralmente os revolucionários têm uma piedade totalmente fingida, pois, não levam a sério a oração e a liturgia, rezam dando risadinha, falam da fé fazendo piadinhas, querem atrair pelas atitudes excepcionais, fazem tudo na dissipação e dispersão, ignoram a sacralidade e não zelam pelas coisas de Deus, a começar pelos detalhes inerentes. Na prática são progressistas e modernistas, vivem de pensamentos futurísticos e utópicos, só pensam em transformação social, só trabalham para a revolução, não trabalham para a conversão, santificação e salvação das almas, mas, militam para o interesse político-social-partidário, anti-patriótico e anti-clerical. Suas ações pretendem sempre reinventar o mundo, o homem e a história a medida de suas miopias ideológicas, confusas e malucas, querendo impor uma baixa auto-estima em quem ama a história e a tradição da Igreja em nome de um progresso estéreo.
Assim, só vivem para defender “bandeiras” das “minorias” segundo os ideais revolucionários! Porém, combatem energicamente os valores e princípios tradicionais católicos, odeiam a veste clerical, quando usam é esporádico, por vaidade e segundo a circunstância conveniente.
Fazem pouco caso da cultura católica, são especialistas em rotular de antiquado e “em desuso” tudo o que é devocional e piedoso, não rezam e se incomodam com quem ama a oração, depreciam a vivência dos sacramentos, nada mais para eles é pecado, tudo é razoável e aceito, sobretudo, as pautas contra o pensamento da Igreja e se esbaldam nas ridículas dissensões do politicamente correto, sempre correndo atrás de seus interesses pessoais, afetivos e materiais. Em suma, estes revolucionários não acreditam em nada do que dizem, nem no que fazem e acusam os outros exatamente disso que praticam.
Eles não tem vida de fé, desconhecem o conteúdo da doutrina, sabem disso e nem se importam. Não se comparam a um católico comum que, mesmo tendo fé e devoção, encontra dificuldades e fraquezas procurando se emendar porque deseja a santidade. Os revolucionários odeiam a santidade, bem além dos limites da incoerência e da hipocrisia, têm o pecado e a imoralidade como princípio, a mentira como guia e a desordem como mola propulsora da vida.
Os revolucionários acreditam convictamente nas suas microlices e vivem única, exclusiva e concretamente para satisfazer três coisas: o estômago, o aparelho excretor e a genitália! Essas são as suas obras, fazem da vida uma existência vã e sem sentido num culto pagão à revolução, o restante são simplesmente gestos espetaculares e palavras ao vento!
Diante dessa realidade inegável que a presença dos revolucionários nos impuseram, devemos nós, fidedigna e corajosamente, resgatar a tradição católica, com seus usos enraizados, costumes venerandos e atos sagrados sem negociá-los ou ponderá-los com as ideias modernistas e progressistas que não se adequam, não se comparam e atacam as tradições da nossa fé!
A Igreja é o Corpo místico de Cristo e, por isso, só poderia ter uma história única e encantadora, pois, a história da Igreja é a história dos santos. Os mesmos, desde os apóstolos, nos transmitiram os ensinamentos e os sacramentos do Senhor com toda a riqueza divina, bíblica, teológica, doutrinal, moral, litúrgica e espiritual: a Tradição católica, escrita e oral! Tudo em prol da redenção, santificação e salvação dos homens a tradição é a transmissão da verdade revelada por Deus em Cristo: a fé católica que tem como depositaria a Santa Igreja!
Toda essa tradição está presente nas Sagradas Escrituras, nos ensinamentos apostólicos e pós-apostólicos e no ensinamento do Magistério da Igreja. Tudo isso não mudou porque é imutável e por mais que alguém pretenda mudar será lançado fora porque está contra a verdade. Por isso, já passou da hora e devemos resgatar a tradição católica com toda a sua riqueza e, essa missão, precisa ser levada de tal maneira a renovar a mentalidade e reestabelecer os costumes na inegociável vivência dos seus valores e princípios contra os ideias, os vícios, os caprichos e as modas modernistas atuais!
É necessário e urgente resgatar e guardar o tesouro da doutrina e da tradição na experiência de uma cultura católica que transforma gradativamente os ambientes, eclesiásticos e sociais, em que Cristo reine com sua lei devolvendo a liberdade dos fiéis (proibida pelos revolucionários) de serem católicos nos ambientes católicos e sociais.
Por tudo isso, temos motivos de sobra para abandonar de vez os revolucionários e progressistas, rezar para que se convertam e, os que não querem se converter, que sejam apartados do seio da Igreja pela intervenção de Nossa Senhora e de São Miguel Arcanjo para que os “apóstolos” e “ministros” de satanás não usem mais nossos espaços e não mais abusem de seus cargos para tentar revolucionar e transtornar a tranquilidade dos nossos fiéis católicos! Não sejamos plateia deles, não demos dinheiro pra eles, que tenham a nossa ausência e a nossa indiferença, que sintam duramente a solidão dos falsários e a frustração dos infiltrados e derrocados.
Vamos com ardor buscar aqueles clérigos que nos oferecem Cristo e a Igreja, a sã doutrina e a reta moral, o amor à liturgia e às coisas santas: a sagrada tradição católica! Estes clérigos novos, piedosos e fiéis à Igreja, mesmo com toda a campanha revolucionária nos seminários e no clero, vêm crescendo em número e chamando a atenção de todos com sua piedade sincera, com suas batinas, suas missas bem celebradas, a dedicação ao confessionário, aos enfermos, com seu zelo e a preocupação pela formação católica dos fiéis, usando os meios eletrônicos e digitais! São estes que devemos buscar e, assim, nos beneficiar do que Cristo e sua Igreja nos oferece para a santificação e salvação de nossas almas.
Estes não são artistas, escritores de auto-ajuda, atores ou show- mans. São estes padres de verdade que estão única e exclusivamente interessados no nosso bem e na nossa salvação. Por isso, nos dizem a verdade, por mais que seja dura, nos exortando e ensinando o caminho para o céu e se contrapondo aos desvios das heresias e das tendências do mundo.
Mas não podemos esquecer que no clero há muitos e muitos sacerdotes que, mesmo com uma formação familiar e seminarística deficitária, não são revolucionários e se atraem pela tradição católica, amam interiormente a piedade, a devoção e a liturgia, mas, se sentem constrangidos, com medo de manifestarem isso e serem incompreendidos, criticados, perseguidos, traídos e prejudicados, pelo clero e pelo povo influenciado pelos revolucionários, como maldosa, leviana e realmente acontece.
Esses sacerdotes precisam do nosso apoio e encorajamento, devemos estar ao lado deles para que se sintam amparados por nós e por nossa fé, para que voltem a usar suas batinas, rezar a missa de acordo com as rubricas do missal, utilizem os púlpitos e os confessionários, que rezem seus breviários, rezem o terço e as novenas com seu povo, sejam devotos, piedosos e que cantem os hinos católicos tradicionais, o gregoriano, que usem o incenso, celebrem as solenidades litúrgicas e que redescubram a teologia católica, a catequese, a sagrada liturgia e a sã doutrina.
Quantas vezes vi sacerdotes com os olhos brilhando ao falar dessas coisas belas da fé e da Santa Igreja e, depois, baixando a cabeça desanimados num silêncio frustrado diziam: “é… tudo isso acabou”! Meus olhos quantas vezes se rendiam às lágrimas por ver aquelas vocações sacerdotais, que um dia a Igreja despertou com sua beleza litúrgica e espiritual e, agora, depois de ordenados se viram privados do que amam e, infelizmente, tantos que desencantados abandonaram o sacerdócio em razão disso!
Abandonemos os revolucionários de uma vez por todas e busquemos os sacerdotes que nos oferecem a verdade católica! Rezemos diariamente e fervorosamente pelas vocações sacerdotais para uma gradual e efetiva renovação e reforma do clero possa proporcionar aos fiéis e suas famílias uma formação católica sólida e que leve as almas ao caminho seguro da santidade.
Ó Maria, Mãe da Igreja, livrai-nos dos revolucionários, santificai-nos e renovai a vossa Igreja e vosso clero!
Pe. Fábio Fernandes
Pároco de Nossa Senhora das Angústias – SP