Uribe também pediu às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) que “cumpram seu papel de acordo com a Constituição e ajudem a desalojar a ditadura”.

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe pediu no sábado uma intervenção internacional na Venezuela, endossada pelas Nações Unidas, para remover Nicolás Maduro do poder após sua contestada posse na sexta-feira.

“Pedimos uma intervenção internacional, de preferência endossada pelas Nações Unidas, para remover esses tiranos do poder e convocar imediatamente eleições livres”, disse o ex-presidente durante um evento político em Cúcuta, que tem a principal passagem de fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.

Conheça a nova obra de Paulo Henrique Araújo:Foro de São Paulo e a Pátria Grande, prefaciada pelo Ex-chanceler Ernesto Araújo. Compreenda como a criação, atuação e evolução do Foro de São Paulo tem impulsionado a ideia revolucionária da Pátria Grande, o projeto de um bloco geopolítico que visa a unificação da América Latina.

Maduro foi empossado na sexta-feira como presidente da Venezuela para o período 2025-2031 pela Assembleia Nacional controlada pelos chavistas, apesar da alegação da oposição de que Edmundo Gonzalez foi o vencedor das eleições de julho passado, mostrando a ata de sua vitória que o deixa com 67,05% dos votos contra 30,49% do autodenominado “filho de Chávez”.

“Campeões universais da democracia”

Uribe e os pré-candidatos presidenciais de seu partido, o Centro Democrático, visitaram Cúcuta para demonstrar seu apoio à oposição venezuelana em uma “manifestação pela liberdade” nos dois países.

Lá, o ex-presidente, carregando uma bandeira venezuelana, demonstrou seu apoio aos líderes da oposição María Corina Machado e Edmundo González, que ele descreveu como os “campeões universais da democracia”.

Uribe também conclamou as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) a “cumprir seu papel de acordo com a Constituição e ajudar a desalojar a ditadura”.

Dezenas de pessoas compareceram à manifestação com faixas criticando Maduro e elogiando os líderes da oposição, além de carregarem bandeiras da Venezuela.

“Não há vida sem liberdade, ser escravo não é uma opção. A Venezuela será livre pela mão de María Corina Machado”, disse a senadora uribista María Fernanda Cabal em um discurso no qual ela também disse que a Venezuela é um ‘estado criminoso’ e que a Colômbia está em risco com o atual presidente, Gustavo Petro.

Visita do Chanceler à fronteira

A visita dos membros do Centro Democrático a Cúcuta coincidiu com a visita do ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, e do ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, depois que o regime venezuelano decidiu fechar as passagens de fronteira de sexta-feira a domingo para a posse presidencial.

As altas autoridades se reuniram com comunidades, autoridades locais e regionais e empresários do departamento de Norte de Santander, do qual Cúcuta é a capital.

“Adotamos uma posição prudente e responsável (em relação à Venezuela). Lidamos com essa conjuntura em nosso relacionamento com o país vizinho com muito tato, prudência e cuidado”, acrescentou Murillo.

A Colômbia e a Venezuela compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros com sete departamentos colombianos e quatro estados venezuelanos, onde vivem cerca de 12 milhões de pessoas.

Essa fronteira, onde há um intenso intercâmbio comercial e um grande fluxo de pessoas, foi fechada durante anos por decisão de Maduro, durante o governo de Iván Duque, até que a chegada de Petro ao poder levou à sua reabertura.

A posição do governo de Petro, que garante que não houve eleições livres na Venezuela e ainda não reconheceu Maduro como presidente, é manter relações com o país vizinho justamente por causa dos danos à fronteira.

Com informações da EFE