C. S. Lewis, famoso escritor irlandês e apologeta cristão, nos apresenta quatro características de um leitor de verdade:
1. Adora reler livros: leitores comuns contentam-se com apenas uma leitura de um livro, mesmo que o tenha achado maravilho. Bons leitores leem os bons livros várias vezes, assim como ouvimos a mesma música ou vemos o mesmo filme mais de uma vez.
O amor pede repetição, relacionamento. Bons livros não são como fósforos acessos que, cumprindo o seu propósito, são lançados fora. O bom leitor sabe que grandes obras precisam ser revisitadas muitas e muitas vezes.
2. Valoriza muito a leitura como uma atividade (e não como último recurso): bons leitores têm a leitura como uma atividade comum, do dia a dia, e não apenas como plano B, C ou D, como ler numa viagem onde não terá internet, por exemplo.
Certa vez me perguntaram em um ônibus, ao me verem lendo, se eu estava estudando para um concurso. Eis o espírito de um leitor ruim ou não leitor, acreditar que a leitura deve ter um fim “prático” ou servir a algum propósito, apenas, como se fosse uma causa secundária.
A leitura ideal é a leitura enquanto atividade primeira, planejada para sê-la, como que um encontro amoroso.
3. Lista a leitura de livros específicos como uma experiência transformadora de vida: leitores de verdade são transformados pela leitura de bons livros, permitem-se vivenciar experiências únicas e marcantes.
Conforme o leitor se aproxima mais e mais do ideal de boa leitura, naturalmente surgem necessidades, como listar livros lidos e que deverão ser lidos para a ampliação de algum assunto. Esse processo é tão natural como fazer anotações ou marcações.
4. Reflete e recorda continuamente o que se leu: se você é flagrado pensando numa leitura, tentando decorar versos que gosta, fazendo anotações, recomendando livros de modo apaixonado… certamente você tem a característica de um verdadeiro leitor.
Sussurrar versos favoritos na escuridão é como cantarolar uma música tão querida. A evocação de experiência, personagens e pensamentos lidos é a concretude de uma boa leitura, transformadora.
Fonte: adaptação de Experimento em crítica literária, de C. S. Lewis (do capítulo um, “Os poucos e os muitos) apud Como cultivar uma vida de leitura.
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