Após a apresentação feita pela assessora do Carter Center, Jennie K. Lincoln, perante a OEA, a líder da oposição, María Corina Machado, falou através de X. “O mundo sabe o que aconteceu em 28 de julho “Agora você tem a verdade em suas mãos.”

A assessora para a América Latina e o Caribe do Carter Center, Jennie K. Lincoln, apresentou em sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA) a ata original das últimas eleições presidenciais na Venezuela, em 28 de julho, que confirmam a vitória do Edmundo González Urrutia sobre Nicolás Maduro.

Os dados “mostram que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos e Nicolás Maduro obteve 31%”, afirmou nesta sessão permanente para confirmar as reivindicações da oposição, liderada por María Corina Machado, desde 29 de julho passado, quando o O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ao serviço do chavismo concedeu a vitória a Maduro sem apresentar provas ou resultados desagregados por estado ou por assembleias de voto.

Desta forma, o Carter Center também complementa um relatório anterior onde citou irregularidades no processo eleitoral. Dias depois, o grupo – um dos poucos que conseguiu observar as eleições no país com autorização do chavismo – anunciou que não poderia considerar as eleições democráticas. O fato de apresentar a ata original reforça essas reclamações. Após a apresentação de Lincoln, a líder da oposição, María Corina Machado, falou através de X. “O mundo sabe o que aconteceu em 28 de julho; Agora você tem a verdade em suas mãos.”

O MINUTO CHEGOU À OEA! Jennie Lincoln, do @cartercenter , apresenta ATAS originais que representam a prova física da vitória de Edmundo González, durante sua apresentação no Conselho Permanente da OEA. O mundo sabe o que aconteceu no dia 28 de julho; agora está em… pic.twitter.com/t4MpzzGa77 – María Corina Machado (@MariaCorinaYA) 2 de outubro de 2024.

“Estes minutos são a chave”

A assessora para a América Latina e o Caribe do Carter Center explicou que recebeu as atas por “correio internacional” e as ofereceu aos presentes na sede da OEA para que verificassem sua originalidade, incluindo o código QR que o sistema eletrônico da CNE incorpora em cada papel onde se imprime o resultado dos centros eleitorais.

“Estas atas são a chave (…) Foram analisadas pela oposição e por missões internacionais independentes e mostram que são as atas originais de 28 de julho e dão a Edmundo González a vitória com mais de 60% dos votos”, explicou o representante do Carter Center.

Isto se soma à pressão internacional contra o chavismo que inclui o apelo feito pelo Governo dos Estados Unidos perante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) há uma semana. À medida que estas fichas se movem, o chavismo torna-se cada dia mais enraizado, aumentando a repressão contra os cidadãos e aumentando as diferenças com outros governos no mundo que exigem que reconheça a sua derrota, muitos dos quais foram seus aliados no passado.

No entanto, quem paga diretamente o preço da repressão do regime venezuelano são os presos políticos, estimados em 1905, segundo o balanço mais recente do Fórum Penal Venezuelano. Desse total, 1.669 são homens e 236 mulheres, sendo 67 deles adolescentes entre 14 e 17 anos. A maioria das detenções (1.767) ocorreu depois de a CNE ter nomeado Maduro como o vencedor contra Edmundo González. O chavismo os acusa de “violência”, “vandalismo” ou “terrorismo” para justificar as detenções de cidadãos que alegaram fraude eleitoral agora confirmada pelo Carter Center.