Muitos brasileiros já ouviram falar, mesmo que de passagem, sobre as internacionais socialistas do século XIX e do Século XX, mas o que poucos sabem é que atualmente existe uma internacional funcionando, articulando e propondo ações globais em alvos locais.
Pouco conhecida do público mundial, a internacional progressista vem trabalhando com velocidade distribuindo diretrizes pelo mundo todo, e o Brasil está no seu radar de maneira ostensiva nos últimos meses.
O movimento começou a se intensificar em junho com a publicação do artigo “Levante pela Terra: Manifesto pelo Direito à Vida e ao Território dos Povos Indígenas” onde relatam que “O governo brasileiro está utilizando a pandemia de Covid-19 como cortina de fumaça para intensificar a grilagem de terras, os megaprojetos ecologicamente destrutivos e outras medidas anti-indígenas.”; episódio este que ganhou as manchetes no Brasil por conta da violência do ato comandado por políticos e agentes da esquerda nacional, onde policiais chegaram a ser alvejados com flechas no congresso nacional.
Posteriormente no mês de julho, o centro de comando das ações revolucionárias começou a difundir várias vezes por dia vídeo onde afirmam que a administração do Presidente Bolsonaro está colocando a Amazônia em risco e os indígenas estão desesperados em busca de solidariedade:
Indigenous communities across Brazil are calling for international solidarity in their struggle against the Ferrogrão railroad, President Bolsonaro's flagship mega-project in the Amazon.
Now, the @ProgIntl is mobilizing to stand with them — and need your help to get there. pic.twitter.com/zErwtLhtGe
— Progressive International (@ProgIntl) July 19, 2021
“Comunidades indígenas em todo o Brasil estão pedindo solidariedade internacional em sua luta contra a ferrovia Ferrogrão, o megaprojeto carro-chefe do presidente Bolsonaro na Amazônia.”
No vídeo é apresentado um cenário apocalíptico utilizando as comunidades indígenas como policiais da natureza, desesperados para manterem as florestas vivas contra o malvado homem branco que só pensa em destruir atrás de lucro sem fim, onde utilizam como cartaz o projeto da Ferrogrão.
No mesmo dia 19 de julho, a Internacional Progressista divulga publicamente documento cujo remetente é a APIB, onde declara: “Nós viemos fazer um apelo para que nos ajude a frear essa catástrofe.”
Não é de hoje que muitos brasileiros indígenas são utilizados por uma pequena elite de líderes que recebem benesses de políticos, grupos internacionais e nacional em troca de benefício próprio que vai de ganhos financeiros até influência politico-midiática.
Muitos destes brasileiros indígenas são simplesmente explorados por essa elite e por revolucionários contra seus próprios interesses, carimbados de forma caricata por pessoas que acreditam que a maioria deles não possuem aspirações pessoais que ultrapassem as fronteiras da tribo. Mas este aprofundamento será necessário ser abordado em outro artigo.
Ainda é dito no vídeo que, a Internacional Progressista ouviu o chamado dos indígenas e está preparando uma comitiva para vir ao Brasil lutar contra a ferro-grão, porém precisam de ajuda para financiar a viagem.
Eis que um grande agente político da esquerda compartilha o tweet afirmando que fez a sua contribuição e pede que mais pessoas façam o mesmo:
The Amazon is under attack.
It's time to stand with the Indigenous communities in their call to fight Bolsonaro's extractive agenda, which is why I am proud to support the @ProgIntl delegation to Brazil next month. https://t.co/0FJl8fmG0t
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) July 27, 2021
“A Amazônia está sob ataque.
É hora de apoiar as comunidades indígenas em seu chamado para lutar contra a agenda extrativista de Bolsonaro, e é por isso que tenho orgulho de apoiar o @ProgIntl delegação ao Brasil no próximo mês.” disse Jeremy Corbin.
Corbin é o atual líder do partido trabalhista britânico, derrotado na última eleição no Reino Unido por Boris Johnson. Mas engana-se que apesar da derrota, Jeremy é uma figura qualquer, é um grande líder da esquerda no mundo anglo-saxão e tem uma popularidade enorme junto aos jovens e universitários do Reino Unido e da União Européia.
No mesmo período, um novo artigo promovido pelo centro de comando afirma: “O Presidente Jair Bolsonaro comanda um verdadeiro assalto extrativista que pode provocar a morte da floresta amazônica, o desaparecimento de seus povos e ainda ameaça o futuro da vida em nosso planeta.”
Poucos dias após o apoio de Corbin, o movimento ganha profundidade e destaque. No dia 28 de julho publiquei um alerta sobre o que estava ocorrendo:
🚨Em breve teremos uma ação coordenada internacional para atacar a administração do Presidente @jairbolsonaro envolvendo a Amazônia e indígenas.
A internacional progressista está articulada e o aviso está vindo forte nas últimas semanas.
— Paulo Henrique Araujo 🇧🇷🇵🇹🇻🇦👑 (@pharaujo85) July 28, 2021
Poucos dias depois o montante necessário para a comitiva vir operar o movimento revolucionário no Brasil foi alcançado.
No dia 09 de agosto é noticiado que a APIB (Articulação de Povos Indígenas do Brasil), protocola acusação no tribunal internacional de Haia contra o Presidente Jair Bolsonaro por genocídio. O que chama a atenção no documento é um trecho muito peculiar, onde a entidade afirma que vai pedir também à Corte que enquadre Bolsonaro por ecocídio, nova tipificação de crime contra a humanidade, sobretudo contra o planeta e o meio ambiente, tipificando e equivalendo a personalidade jurídica de seres humanos e árvores.
Vale notar que a entidade tem como coordenadora Sônia Guajajara, ex-candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos na eleição de 2018, onde concorreram pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à presidência da república.
PSOL, STF e a Ferro grão
A ferrogrão é um projeto de trilhos de ferro de 933 quilômetros que irão acompanhar o traçado da BR-163. A ferrovia vai ligar o município de Sinop (MT) ao distrito de Miritituba (PA), localizado nas margens do rio Tapajós, onde os carregamentos serão escoados para os portos do Arco Norte. Com isso, em vez de caminhões, os grãos serão transportados ao local em vagões de trem e em maior quantidade; a construção está prevista para ficar pronta em 10 anos e obra deve custar R$ 12 bilhões.
Atualmente, cerca de 70% do escoamento da safra mato-grossense de soja e milho é feita por portos do sul e sudeste, apesar de estarem localizados a mais de dois mil quilômetros de distância.
Há um ano, o projeto foi encaminhado para análise do Tribunal de Contas da União (TCU), etapa importante para que o edital do leilão possa ser publicado. Porém, em 15 de março de 2021 o projeto foi interrompido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes através de liminar do PSOL.
Moraes suspendeu também a Lei 13.452/2017, de Michel Temer, que alterava os limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará. Para permitir a passagem da ferrovia, o governo alterou os limites do parque por meio de uma medida provisória. Essa mudança, para o ministro, só poderia ser feita por meio de um projeto de lei.
Em sua propaganda eco-revolucionária, a internacional progressista utiliza o argumento de proteção ambiental contra o projeto, todavia a estrada de ferro também deve ajudar a diminuir as emissões de carbono quando assumir o papel desempenhado por caminhões movidos a diesel, que atualmente realizam o transporte de grãos pela já citada BR-163 e para outras regiões do país. Vale ainda ressaltar que, segundo o Poder Executivo, a Ferrogrão também tem potencial de obter o “selo verde” e seguir os parâmetros da Climate Bond Initiative (CBI), organização internacional que certifica iniciativas sustentáveis.
Comitiva Internacional da esquerda, judiciário e agentes políticos
Na agenda da comitiva, organizada pela ABIP de Sônia Guajajara e o PSOL, estão previstas reuniões com lideranças indígenas, ambientais, representantes de partidos de esquerda, representantes do judiciário e do ministério público brasileiro.
A comitiva será integrada por 12 emissários de diferentes países, incluindo congressistas de Grécia, Espanha e Dakota do Norte (EUA), além de assessores parlamentares de deputados do Congresso norte-americano.
A intenção é mostrar que não somente os povos indígenas estão “preocupados” com o projeto, mas também a comunidade internacional está atenta ao suposto desmatamento ilegal e grilagem de terras da administração do presidente Bolsonaro.
O economista americano David Adler, coordenador-geral da Internacional Progressista declarou à folhapress em 19 de julho de 2021:
“Vamos com uma ambição clara: queremos derrotar esse projeto. Se houver atenção e escrutínio internacionais, podemos enterrar a Ferrogrão”
O ponto central no contexto geopolítico
A Internacional Progressista vem há mais de um ano atuando em diversas pautas a redor do mundo; um dos fundadores da “entidade” é ninguém menos que Bernie Sanders, importante líder dentro do partido Democrata americano e corriqueiramente citado por figuras da política nacional, inclusive pelo Ministro do STF Gilmar Mendes em… março de 2021.
A Internacional Progressista não é simplesmente “mais uma ONG de esquerda” que deve ser olhada com soberba intelectual, trata-se de uma entidade extremamente organizada, financiada e com penetração em todos os continentes do planeta (atentos a isto, já estamos em fase de redação do mais novo livro do selo Editorial do PHVox, onde irei aprofundar as entranhas desta organização, material com previsão de lançamento para 2022).
Tenha certeza, não foi por acaso que os agentes envolvidos trabalharam meticulosamente em uma cadeia de eventos que terá como ponto central a chegada da comitiva internacional no Brasil. Está em curso um movimento global organizado por diversos grupos e com apoio de boa parte da mídia, promovendo um novo terror eco-revolucionário; que promete até mesmo lockdown ecológico pelo mundo afora.
Para entender este processo como um todo, recomento caro leitor, que reserve mais alguns minutos e leia o artigo “Vem aí o terrorismo ambiental” de autoria de Ivan Kleber, onde é apresentado o movimento midiático deflagrado no mês de agosto, tendo como plano de fundo as queimadas e o desmatamento para pressionar líderes políticos e criar uma nova emergência planetária.