Qual é a utilidade da Filosofia? Para o senso comum, nenhuma.
Vulgarmente, a Filosofia é vista como divagação estéril ou como mera atividade acadêmica. Das duas formas, ela estaria longe das questões do dia-a-dia das pessoas.
Infelizmente, muitas vezes os filósofos contribuíram com isso, se perdendo em reflexões vazias ou fechando-se hermeticamente em debates que só interessavam aos especialistas.
Não surpreende que a percepção popular tenha dificuldade de enxergar qualquer ligação da Filosofia com a vida cotidiana. Exceto quando, ao ser despida de sua vocação, ela é rebaixada a mero discurso motivacional.

No entanto, a Filosofia possui mais de dois milênios de reflexões que formataram a mentalidade da nossa sociedade. É impossível, que nessa multidão de pensamentos, não haja ideias que tenham aplicação na vida das pessoas. Não é concebível que sejam apenas séculos de palavrórios e elucubrações vazias.
A Filosofia, como dizem, é a busca pela sabedoria, e esta pressupõe saber agir de determinadas maneiras em determinadas situações. Não existe sabedoria meramente abstrata. Ela sempre envolve algo além da mera reflexão, uma atuação prática.

É verdade que a Filosofia é, antes de tudo, um instrumento para a compreensão da realidade. Porém, ao ajudar a compreender a realidade, não há como ela não ser útil na resolução de problemas concretos, na solução dos dilemas da vida e na superação de suas dificuldades. Nesse sentido, não há dúvida que a Filosofia é também prática.
Não que a aplicação prática seja seu objetivo. Este continua sendo a compreensão, o entendimento da realidade. No entanto, não há como compreender a realidade e isso não afetar diretamente a forma como nos relacionamos com ela.

Filosofia é, portanto, mais que reflexão; é um modo de vida; é uma capacitação; é uma maneira de estar no mundo e de encará-lo. Filosofia é mais do que uma matéria de estudo; é, além de tudo, uma maneira de viver.