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Ketanji Brown: A suprema corte na mira dos democratas

Assim que Joe Biden assumiu a presidência disse que iria aumentar o número de cadeiras na Suprema Corte para fazer frente aos juízes conservadores que Donald Trump havia colocado durante seu mandato, porém encontrou uma forte oposição no congresso e até mesmo dentro da Suprema Corte com o juiz Stephen Breyer se declarando contra a ideia. Então o partido democrata partiu para o “Plano B’’, onde eles iriam nomear o máximo de juízes possíveis para cargos federais e Suprema Corte.

Então em janeiro de 2022, o juiz da Suprema Corte Stephen Breyer declarou que iria se aposentar no verão de 2022, abrindo a oportunidade perfeita para Joe Biden e os Democratas colocarem um juiz “mais liberal”. Seguindo a cartilha do partido, Biden disse que a próxima escolha seria uma “mulher negra” e escolheu a juíza do Distrito de Columbia Ketanji Brown.

Mas quem é Ketanji Brown?

 

A vida de Kentaji Brown

Nascida em 14 de setembro de 1970 em Washington DC e criada em Miami, é filha de Jhonny Brown, um procurador do conselho escolar do condado de Miami-Dade, e de Ellery Brown, diretora da escola New World School Arts.

Após o colégio, Ketanji foi estudar teatro na Universidade de Harvard, onde ficou famosa por liderar um protesto contra um estudante que havia colocado uma bandeira dos confederados na janela do dormitório. Ketanji em sua tese de faculdade escreveu sobre “A mão da opressão: Processo de negociação e Coerção de réus criminais”.

Em 1992, Ketanji trabalhou como pesquisadora da revista TIME.

Em 1994 foi para Harvard Law School para estudar direito, onde se formou 1996.

A carreira de Kentaji

Após se formar em Direito, Ketanji trabalhou para a juízes como Patti B Saris, Bruce M Selya e escritórios de advogados particulares. Em 1999, Ketanji trabalhou para o juiz da Suprema Corte Stephen Breyer. Após 1 ano com Stephen Breyer, Brown voltou a trabalhar em escritórios particulares.

Em 2003, Brown foi escolhida como Advogada Especial Assistente para a Comissão de Sentenças dos Estados Unidos. De 2005 à 2007 exerceu a função de Defensora Pública Federal que lidava contra as acusações da Corte de Apelação de Washington DC, segundo o Washington Post, Brown, como defensora “conseguiu vencer casos improváveis contra o governo que diminuiu ou apagou longas penas na prisão”.

Comissão de sentenças

Em 23 de julho de 2009, Obama escolheu Brown para a vice-presidência da Comissão de Sentença dos Estados Unidos. Durante seu mandato na comissão reviu e diminuiu as penas para posse de drogas.

Em setembro 2012, Barack Obama decidiu escolher Brown para a Corte do Distrito de Columbia, ato confirmado pelo senado em fevereiro de 2013, Brown ficou famosa em seu tempo na Corte de Columbia por fazer frente as políticas de Donald Trump, como por exemplo quando ela revogou a ordem de Trump para a “deportação rápida” de imigrantes ilegais.

Em 2019 decidiu a favor a Comissão judiciária da câmara dos deputados, obrigando Don McGhan a prestar depoimento a comissão durante o primeiro processo de impeachment de Donald Trump. Brown disse em sua decisão:

“no que diz respeito aos assessores presidenciais de alto nível, a imunidade absoluta do processo congressual forçado simplesmente não existe” e complementou “Presidentes não são reis”.

Esse caso ganhou bastante atenção na mídia pelas declarações de Brown e especialmente por ela utilizar 120 páginas para escrever sua decisão.

Decisões polêmicas

O senador republicano Josh Hawley descobriu no histórico de Ketanjji Brown que ela desde a faculdade advoga pelos “direitos” dos criminosos sexuais.

Quando estava na Harvard Law School escreveu que condenar criminosos sexuais leva a sociedade ao “ostracismo e estagnação” e complementou que essas políticas públicas são baseada em “medo, ódio e vingança”.

Quando Brown estava na Comissão de Sentenças ela advogou para retirar a condenação mínima para quem portasse pornografia infantil, alegando que “pessoas que tem material de pornografia infantil são pessoas solitárias” e “Isso faz com que eles façam partes da sociedade”.

Quando fazia parte da corte federal de Washington DC, a juíza Brown julgou o caso “United State vs Cooper”, onde o acusado possuía mais de 600 imagens e vídeos de pornografia infantil, segundo o código penal dos Estados Unidos pede neste tipo crime a prisão de 151-180 meses, porém a juíza Jackson condenou Cooper apenas em 60 meses. 

Nomeação para Suprema Corte e a repercussão na mídia

Após o anúncio da aposentadoria Stephen Breyer, Biden anunciou Ketanji Brown para a Suprema Corte, a mídia americana reagiu bem a escolheu de Biden.

O analista de justiça da NBC NEWS Sahil Kapul disse:

Jackson se encaixa bem com o Partido Democrata e a agenda do movimento progressista”.

Já o Washington Post escreveu que a experiência como defensora publica tornou ela querida dentro da base mais liberal do partido democrata.

Joe Biden e o partido das sombras estão com pressa para nomear mais juízes para a Suprema Corte, pois no verão de 2022 a corte pode reverter o caso “Roe vs Wade”, lei que permitiu que o aborto fosse liberado na américa. Caso seja revertida a jurisprudência, o partido democrata pode perder um grande “parceiro” que é a Planned Parenthood, “empresa” onde patrocina e possibilita abortos nos Estados Unidos.

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