Como todo grande projeto, a normalização da “cultura” woke precisava contar com um conjunto de ações de comunicação. O processo de normalizar comportamentos e reações públicas tão distintos em relação ao que as pessoas comuns estão acostumadas não é tarefa fácil.
Para isso, o wokeísmo passou a contar com alguns importantes recursos: o jornalismo, a indústria do entretenimento e os influenciadores digitais. É possível notar que, em qualquer uma dessas três vertentes, hoje predominam discursos padronizados em torno da lógica “progressista”, ou seja, do discurso woke.
A indústria cinematográfica, com uma longa trajetória de serviços prestados a grupos de interesse desde a Segunda Guerra Mundial, tornou-se um dos principais focos dessa operação. Seu grande mérito nas fases iniciais do processo foi operar abaixo do radar da percepção pública, com mensagens customizadas sendo enviadas ao consumidor. No entanto, sempre insistimos: para que qualquer plano seja efetivo, ele precisa se tornar público em algum momento.
O wokeísmo hollywoodiano começou a se tornar cada vez mais evidente, com grandes estúdios alterando o rumo de suas produções. Isso chegou ao ponto em que franquias conhecidas, como Star Wars, Indiana Jones e até Os Caça-Fantasmas, passaram a ser irreconhecíveis para seus fãs mais antigos. Nessa altura, já se falava abertamente sobre a distorção dos roteiros pela visão progressista, ainda que o público começasse a expressar descontentamento.
O site de avaliações de filmes Rotten Tomatoes passou a ilustrar, na prática, esse fenômeno. Lá, filmes são avaliados separadamente pelo público e pela crítica. Nos casos em que o wokeísmo distorce o roteiro, tornou-se comum observar avaliações positivas por parte dos críticos e negativas por parte do público, demonstrando, de forma até estatística, a dissonância entre a torcida progressista da imprensa e o desapontamento dos cinéfilos.
Em nosso livro O Que É a Cultura Woke e Como Combatê-la, mencionamos um caso clássico de como a indústria do entretenimento promove mensagens woke. Citamos a série de animação Velma, uma reinterpretação do desenho Scooby-Doo, em que toda a estrutura original, que divertiu crianças nos anos 1970, foi desmantelada para se encaixar no novo discurso. Na nova série, a personagem secundária Velma assume o protagonismo e é apresentada com características feitas sob medida para o paladar woke: mulher, asiática (não-branca) e lésbica. Enquanto isso, Fred, um dos protagonistas da série original e homem branco cisgênero, é retratado como um personagem de mau caráter.
Em suma, Velma reúne todos os elementos necessários para ilustrar, de maneira cruel, o impacto do wokeísmo na indústria de entretenimento americana. Essa transformação desconstrói papéis tradicionais por meio do “reimaginarismo”, adaptando personagens de forma a torná-los descartáveis junto com seus valores originais.
Assim como Velma e sua série baseada em Scooby-Doo (mas sem o cachorro, que era o centro de tudo), outras obras seguiram o mesmo caminho. Recentemente, os Estúdios Disney se depararam com um limite: a produção de Branca de Neve. O filme, que estava praticamente pronto para ser lançado, recebeu uma repercussão tão negativa em sua pré-estreia que teve sua estreia adiada. Entre outras modificações, os Sete Anões seriam substituídos por “Sete Criaturas Mágicas”, cada uma representando uma minoria “oprimida”, como uma espécie de cabide de empregos progressista.
Além disso, os estúdios começaram a ver seus lançamentos fracassarem consistentemente, enquanto produções sem viés progressista obtinham sucesso. Uma grande luz vermelha se acendeu: percebeu-se que o ponto máximo de expansão do wokeísmo havia sido alcançado.
A lacração, marcada por mensagens superficiais de luta de classes — agora voltadas para questões raciais e de gênero —, cansou o consumidor, que passou a abandonar as salas de cinema. Essa é uma característica do universo woke: agir como um Midas ao contrário. Tudo o que é tocado pelo wokeísmo passa a ser rejeitado, uma vez que o público agora percebe claramente o que está acontecendo. Dizer NÃO a isso tornou-se a contribuição do cidadão comum para enfrentar esse plano perverso: não consumir, não divulgar e, principalmente, não permitir que seus filhos fiquem expostos às mensagens de subversão cultural entregues pela indústria lacradora do entretenimento.