O mundo está passando por uma era de controle da informação, da pós-verdade e da narrativa. Um misto de Janela de Overton com Ministério da Verdade, lideradas por agências de fact checking

A verdade se tornou secundária e a narrativa tomou formas de meias verdades, abalando não só as fundações democráticas, como promovendo a censura de ideologias contrárias as daqueles que querem monopólio da informação, apelando para fatos alternativos.

Essa guerra está gerando um colapso de confiança na grande mídia e o excesso de especialistas trazidos está saturando a população que busca meios alternativos de informação, quebrando o domínio da narrativa de quem tem interesses escusos por trás da informação recheada de ideologias.

A saída que a mídia achou para controlar as redes sociais se tornou deletéria e impactou, diretamente, a denominação de honestidade esperada pela população que busca se informar com fatos e não com achismos, especialistas e narrativas baratas e compradas pelos donos do poder.

A grande mídia se tornou uma indústria vendida e traiçoeira que ajuda a mapear desafetos ideológicos e chancelam a censura. Tudo por dinheiro e poder. Uma espécie de engenharia social da opinião. Uma máquina de destruir reputações, destruir vidas, cancelar seres humanos, perseguir e mentir.

Contudo se faz necessário o uso da chamada Janela de Overton, onde somente as ideias politicamente aceitáveis no clima atual da opinião pública, um político pode se posicionar sem ser considerado excessivamente extremo para obter ou manter cargos públicos. O controle do pensamento. Ou seja, a manipulação da opinião pública, por meio de empresas especializadas, para detectar um determinado sentimento ou opinião dos cidadãos e mudar a forma que a maioria pensa para ajudar um político a ter êxito.

Mas nada disso seria possível sem o Ministério da Verdade, termo idealizado por George Orwell, no livro “1984”, escrito em 1949. Embora o livro seja uma distopia, parece que Orwell, na verdade, era um visionário.

Dentro os ministérios citados por Wiston, o personagem principal do livro, o que mais se assemelha a escalada da censura, o controle de opinião por meio de intervenção estatal, com a ajuda das conhecidas empresas de fact checking, é o Ministério da Verdade.

O Ministério da Verdade atua nas notícias, entretenimento, educação e cultura, sendo o responsável pela falsificação de documentos, escritos variados e mesmo literatura que pudessem servir de referência ao passado. A ideia das alterações nesses escritos é fazer com que tudo sempre condiga com o que o Partido diz ser verdade. O Ministério da Verdade é encarregado de modificar a história passada de modo a deixá-la de acordo com a vontade daquele que está no poder. Uma das formas de fazer isso é a mudança de significados das palavras, em uma tática de renovação da língua e seus significados que foi batizada de “novilíngua”.

Extremamente parecido com a nossa realidade. O Brasil está caminhando a passos largos para a concretização do livro referencial de Orwell. O Supremo Tribunal Federal controla a notícia, fato este revelado pelo ministro Toffoli, em junho de 2020, quando proferiu que o “Supremo atua como ‘editor’ da sociedade” e que os ministros têm a “obrigação de dirimir conflitos” e mirar “na máquina de desinformação”.

“Todo órgão de imprensa tem censura interna. Em que sentido? O seu acionista ou o seu editor, se ele verifica ali uma matéria que ele acha que não deve ir ao ar porque ela não é correta, ela não está devidamente checada, ele diz: ‘Não vai ao ar’. Aí o jornalista dele diz: ‘Mas eu tenho a liberdade de expressão de colocar isso ao ar?’. Entendeu? Não é à toa que todas as empresas de comunicação têm códigos de ética, códigos de conduta, de compromisso”, disse. “Nós, enquanto Judiciário, enquanto Suprema Corte, somos editores de um país inteiro, de uma nação inteira, de 1 povo inteiro”, disse o orgulhoso ministro.

O que Toffoli quis dizer é que as mídias e jornalistas independentes que não se curvam as narrativas oposicionistas e manipuladas, devem ser caladas através de inquéritos sigilosos, censuras e força policial, para que a população não tenha acesso a verdade e a documentos que não são publicizados pela falta de interesses dos chamados jornalistas profissionais.

Claro que o Supremo conta com a ajuda das chamadas Agências de Fact Checking ou Agência de Verificação de Fatos, que vez ou outra são processadas e perdem o processo por acusarem uma matéria propagar mentiras, quando estava propagando a verdade.

E o que é mentira para essas empresas, compostas por jornalistas doutrinados e interesseiros, sem ética ou escrúpulos? Toda notícia ou pensamento que fuja dos padrões determinados pelas redações dos jornais de grandes circulações e que ousam confrontar as publicações.

Afinal, como um mero cidadão pode ter a capacidade intelectual de contradizer a mídia, mesmo que este tenha provas e documentos do que alega? Liberdade de expressão, no Brasil, se tornou um luxo das elites no Terraço Itália.

Finalizo o artigo com dois grandes pensadores:

“A imprensa é muito séria. Se você pagar, eles até publicam a verdade” – Juca Chaves.

“A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer” – Ruy Barbosa.