A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, reiterou que seu governo está pronto para deportações em massa, o que afetaria especialmente o México, que abriga cerca de metade dos 11 milhões de imigrantes sem documentos nos Estados Unidos.

Cidade do México, 21 jan (EFE) – A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse nesta terça-feira que seu governo devolverá a seus países de origem os imigrantes retidos no México afetados pelas novas restrições migratórias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Buscaríamos mecanismos através da política migratória e da política externa para devolvê-los aos seus países de origem, por exemplo, há um acordo com a Guatemala, com praticamente todos os países da América Central, de fato houve uma reunião na sexta-feira passada para isso, há um acordo com Cuba”, disse ela em sua conferência matinal.

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O presidente prometeu “atenção humanitária” aos migrantes de outras nações, especialmente da América Latina, que estão no México e não podem mais entrar nos Estados Unidos, mas insistiu que o novo governo Trump deveria deportar diretamente os migrantes sem documentos para seus locais de origem e não para o território mexicano.

O presidente não esclareceu se o governo mexicano pagaria por essas repatriações ou se os Estados Unidos o fariam. “Isso é o que vamos discutir com o governo dos EUA”, disse ela.

Em particular, Sheinbaum se referiu ao novo decreto de Trump que reinstitui os Protocolos de Proteção ao Migrante (MPP), também conhecido como “Fique no México”, que força os solicitantes de asilo dos EUA a esperar em território mexicano.

O presidente argumentou que “em vez de receber” esses migrantes “porque o MPP é uma decisão dos EUA”, o México lhes daria “atenção humanitária”.

“Portanto, a questão é que, se essas pessoas estiverem em território mexicano, nós as atenderemos por razões humanitárias, mas buscamos, no âmbito de nossa política migratória, sendo estrangeiros, seu retorno ao país de origem”, argumentou.

Sheinbaum ofereceu o mesmo aos migrantes retidos no México após o cancelamento, por Trump, do aplicativo CBP One da Alfândega e Proteção de Fronteiras para solicitar asilo nos EUA a partir do território mexicano.

“É claro que são retornos voluntários, mas é importante informá-los de que, como temos feito desde que chegamos em outubro (no governo) e é por isso que estamos seguindo essa política humanitária abrangente, se eles chegarem à fronteira, não poderão entrar nos Estados Unidos”, observou ela.

A chefe de Estado reiterou que seu governo está pronto para deportações em massa, o que afetaria particularmente o México, a origem de quase metade dos 11 milhões de imigrantes sem documentos nos Estados Unidos e cujas remessas representam quase 4% do produto interno bruto (PIB) do México.