O presidente Javier Milei e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni compartilharam uma declaração conjunta na Casa Rosada. Os laços entre os dois países são fortalecidos.

O presidente argentino, Javier Milei, voltou a reunir-se com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, com quem jantou terça-feira na villa Olivos. Depois de uma reunião privada esta quarta-feira na Casa Rosada, os dois dirigentes fizeram uma apresentação conjunta, na qual fizeram referência à agenda que promovem e às semelhanças que os levaram aos cargos que ocupam atualmente.

“Temos algo em comum, uma dimensão política e pessoal. Fomos eleitos por abordarmos com coragem e abertura o problema central das nossas nações. No meu caso, acabar com a inflação e a pobreza; ela, para dar uma resposta contundente ao problema da imigração descontrolada”, destacou Milei.

No início da apresentação, o presidente argentino destacou o vínculo que une a Itália à Argentina e destacou que ambos os povos têm “uma linhagem comum”. Para Milei, argentinos e italianos são “irmãos” e “família” desde o início do século XX.

“Culturalmente somos povos irmãos, porém, há décadas, não temos nada mais do que uma relação de respeito e amizade, que não soube aproveitar esses laços de sangue. Hoje nos encontramos com duas administrações que pensam da mesma forma e temos a oportunidade de estreitar nossos laços”, afirmou o presidente argentino.

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Milei alertou que tanto a Itália como a Argentina pretendem defender a soberania dos seus países perante as organizações internacionais que procuram regular a vida dos cidadãos. Além disso, apelou ao fortalecimento do trabalho conjunto, em colaboração com outros territórios do mundo livre que partilham os valores do seu governo e do italiano. “Hoje o Ocidente está coberto de trevas e exige que nós que defendemos a liberdade, mesmo que sejamos poucos, lancemos luz e mostremos o caminho”, disse o libertário.

Por sua vez, Meloni comentou que, além da visita à Argentina, o encontro com Milei faz parte do primeiro encontro bilateral com um líder latino-americano. A Primeira-Ministra Europeia fez referência à grande comunidade do seu país na Argentina e aos “20 milhões de descendentes” de italianos que fazem parte do povo argentino. “O amor pela liberdade, querido Javier, é um sentimento que nos une”, destacou.

“Temos em mente trabalhar juntos, porque temos muitos pontos em comum”, disse Meloni em sua apresentação. Entre as coincidências, o italiano mencionou a situação na Ucrânia, a crise na Venezuela e as posições comuns em relação ao Médio Oriente.

Mais uma vez, a presidente italiana rejeitou os resultados fraudulentos do regime de Nicolás Maduro, condenou a perseguição aos opositores e o exílio de Edmundo González Urrutia, a quem descreveu como presidente eleito e líder da oposição democrática ao chavismo.

Sobre eventuais laços comerciais, Meloni disse que há “potencial extraordinário” para aprofundar.