“Vemos a ameaça iraniana em todos os seus componentes e o perigo que ela representa”, disse Netanyahu, em meio à crescente tensão no Oriente Médio com as guerras de Israel em Gaza e no Líbano contra a organização islâmica Hamas e o grupo xiita Hezbollah, respectivamente.

Jerusalém, 10 nov (EFE) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no domingo que teve três telefonemas com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, desde sua eleição na terça-feira, e enfatizou a “ameaça iraniana” como uma das principais questões.

“Vemos a ameaça iraniana em todos os seus componentes e o perigo que ela representa”, disse Netanyahu, em meio à crescente tensão no Oriente Médio com as guerras de Israel em Gaza e no Líbano contra a organização islâmica Hamas e o grupo xiita Hezbollah, respectivamente.

O líder israelense garantiu que essas foram conversas “boas e muito importantes”, nas quais também foram discutidas grandes oportunidades para o país “no campo da paz e de sua expansão, mas também em outros campos”, sobre os quais ele não deu mais detalhes.

Após a reeleição do magnata como presidente dos EUA, Netanyahu foi um dos primeiros a ligar para ele e os dois concordaram em “trabalhar juntos pela segurança de Israel” e abordaram a “ameaça iraniana”.

Na mesma declaração em vídeo em que discutiu seu relacionamento com Trump, Netanyahu condenou novamente o episódio de violência em Amsterdã, em que manifestantes pró-palestinos agrediram torcedores do Maccabi Tel Aviv, que anteriormente entoavam slogans antiárabes e queimavam bandeiras palestinas pela cidade.

O retorno de Trump à Casa Branca marca um ponto de interrogação sobre o curso das guerras de Gaza e do Líbano. Por um lado, ele mantém o apoio contínuo a Israel, que se materializou em seu mandato anterior ao transferir a embaixada dos EUA para Jerusalém ou suspender o apoio financeiro à agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA).

Por outro lado, em seu primeiro discurso após vencer as eleições, o líder republicano garantiu que não queria guerras: “Não vou começar uma guerra. Vou impedi-las.

Israel tem conduzido uma intensa campanha de bombardeio contra o grupo terrorista Hezbollah no Líbano desde o final de setembro, incluindo uma invasão terrestre do sul do Líbano em 1º de outubro.

Em 27 de setembro, um dos bombardeios matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrala, em Beirute, provocando uma resposta do Irã com o lançamento de 180 mísseis balísticos em território israelense, matando um palestino na cidade de Jericó, na Cisjordânia.

A República Islâmica então reivindicou o ataque também como retaliação pela explosão que matou o ex-líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, em uma operação que Israel nunca negou ou confirmou.

O exército israelense, por sua vez, respondeu a esses ataques com uma série de ataques aéreos na madrugada de 26 de outubro contra o Irã, nos quais cinco soldados da República Islâmica foram mortos, no que poderia ser outra retaliação iraniana.