Alexandre de Moraes corre o risco de sofrer as mesmas consequências que os violadores dos direitos humanos na Venezuela: ser sancionado junto com sua família pelos Estados Unidos
No fim de semana, foi comemorado o Dia da Independência no Brasil. Na capital do país, ocorreu o tradicional desfile militar com a participação das autoridades. Lá, viu-se Lula da Silva no Rolls Royce presidencial, mas sem o apoio popular que existiu durante o governo do presidente Bolsonaro. As arquibancadas vazias foram uma demonstração de protesto contra sua gestão. Em contraste, na cidade de São Paulo, onde se reuniu a oposição, o apoio popular foi evidenciado pela presença de milhares de pessoas que compareceram ao local e, em um gesto de patriotismo, vestiram as cores nacionais: azul, verde e amarelo.
Nesse contexto popular, Lula manteve durante o último mês duas agendas muito importantes para seu projeto revolucionário: a censura às redes sociais e o apoio incondicional à tirania de Maduro. No que diz respeito a este último, o Itamaraty é o principal agente, juntamente com seu assessor presidencial para assuntos internacionais, Celso Amorim. Mas, no que tange à censura, o principal agente e protagonista é o magistrado do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Sobre essa questão, a oposição centrou seu discurso no dia 7 de setembro: contra a censura e o avanço do autoritarismo no Brasil. A proibição do X em território brasileiro ocorreu porque Elon Musk se recusou a cumprir uma ordem ilegal emitida por Moraes para censurar contas de opositores. Essa ordem exigia que Musk não a tornasse pública sob pena de multas. Musk, defensor da liberdade de expressão, tornou públicas todas essas pressões. Além disso, o jornalista americano Glenn Greenwald fez uma série de denúncias na mídia brasileira confirmando esse tipo de atitude por parte de Moraes e ainda mais: descreve como são tomadas as decisões desse sujeito que o jornalista qualificou como “profundamente autoritário e louco por censura”.
Mas por que tanta censura no Brasil? Consideremos que todas essas ações contra a liberdade de expressão se devem às manifestações populares contra a agenda do poder judiciário de liberar Lula da Silva após sua condenação em um julgamento onde se respeitou o devido processo. Também por causa das manifestações populares de rejeição à reversão das decisões judiciais sobre o caso Lava Jato. E, sobretudo, se deve à crítica popular contra Lula e Alexandre de Moraes que não toleram que a população os rotule como autoritários, ladrões e corruptos.
O pedido de impeachment deveria ser entregue na segunda-feira, 9 de setembro, mas, no momento em que este artigo é escrito, há denúncias de que o presidente do Senado teria cancelado a sessão oficial. A deputada federal, Bia Kicis, disse no fim de semana que o pedido de impeachment já conta com o apoio de 180 deputados e 31 senadores. Mas é relevante trazer à tona a denúncia que o deputado federal Marcel Van Hattem teria feito nas últimas horas, sobre senadores que têm negócios com o STF, que se beneficiam e lucram, portanto, o apoio ao impeachment no Senado poderia encontrar alguns obstáculos.
De qualquer forma, o deputado reflete sobre a necessidade de recorrer à justiça internacional quando no país não há incentivos suficientes para obtê-la. Por isso, uma comissão de congressistas brasileiros foi aos Estados Unidos denunciar essa situação de censura e autoritarismo que avança no Brasil, onde uma das principais vítimas, após o povo brasileiro, é uma empresa americana de envergadura mundial: o X.
Alexandre de Moraes corre o risco de sofrer as mesmas consequências que os violadores dos direitos humanos na Venezuela: ser sancionado junto com sua família pelos Estados Unidos, assim como todos aqueles envolvidos nessas decisões inconstitucionais em solo brasileiro. Nesse sentido, Moraes poderia ser incluído na mesma lista onde estão Nicolás Maduro, Diosdado Cabello, Vladimir Padrino, entre outros.