O reitor da Universidade Cema adverte sobre os bons tempos para as liberdades educacionais, tanto na Argentina quanto nos Estados Unidos, com o próximo governo.
Edgardo Zablotsky, reitor da Universidad Cema e membro da Academia Nacional de Educação, é uma das pessoas que mais se dedicou a difundir a importância da liberdade no campo educacional argentino. Dada a chegada do libertário Javier Milei à Presidência da Argentina, juntamente com a mudança de administração na Casa Branca, o acadêmico está otimista e aponta através de um artigo que ambos os países estão às portas de uma oportunidade sem paralelo.
Na opinião do reitor da UCEMA, a vitória de Trump permite projetar uma velha bandeira que muitos presidentes americanos recentes não tiveram. Devemos voltar a Ronald Reagan para encontrar um entendimento comum sobre esta questão relevante.
“Hoje, as famílias mais ricas exercem a escolha mandando os filhos para a escola privada. Os pobres não têm este tipo de escolha”, assinalou o secretário da Educação dos EUA em 1985, no quadro de uma forte disputa com a corporação política para desregulamentar o ambiente escolar.
De acordo com a Reuters ,“Trump está disposto a promulgar uma expansão drástica dos programas de escolha de escola em 2025. Isto tornaria mais fácil para centenas de milhares de pais enviarem os seus filhos para escolas privadas”. Desde os primeiros relatórios da imprensa, nota-se que haveria incentivos fiscais para estimular os programas.
“O conceito de liberdade educacional, baseado no direito das famílias de escolherem a melhor educação para seus filhos, tem sido um tema recorrente nas agendas dos líderes republicanos nos Estados Unidos desde a época de Reagan”, destaca Zablotsky.
Depois da primeira administração de Donald Trump, que teve Betsy DeVos à frente da Secretaria de Educação, a ideia de reforma a favor da liberdade educativa “volta a ganhar destaque com a recente vitória de Donald Trump”, afirma o acadêmico argentino.
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Recorde-se que DeVos foi uma pessoa dedicada ao longo da sua vida a projetos de reforma de desregulamentação, ensino doméstico e vales educativos e uma mulher ligada ao Instituto Cato, com uma orientação liberal conservadora. “Na Argentina, onde as desigualdades educacionais são profundas, esta abordagem poderia transformar o sistema escolar e garantir maior igualdade de oportunidades, uma visão partilhada pelo nosso presidente, Javier Milei”, afirma Zablotsky.
No ano passado, a Lei da Escolha Educacional para Crianças foi introduzida na Câmara dos Representantes dos EUA. Propõe um sistema de créditos fiscais federais para aqueles que doam a organizações sem fins lucrativos dedicadas a fornecer bolsas de estudo a estudantes de baixos rendimentos. Com esse dinheiro, as famílias matriculadas poderão ter acesso a escolas particulares e também às despesas de educação domiciliar por meio de tutores personalizados. Além disso, os fundos podem ser usados para materiais de estudo. A nova composição parlamentar e a presidência de Trump são, sem dúvida, uma oportunidade para o projeto.
A vitória republicana representa “um marco na defesa da liberdade educativa, um marco que podemos remontar a tempos tão antigos como Reagan. Entretanto, na Argentina, com a gestão de Milei e o seu apoio à liberdade educativa, estas políticas poderiam inspirar uma profunda transformação na questão também aqui”, concluiu Zablotsky.