PHVOX – Análises geopolíticas e Formação
Artigos

Revelação e ampliação da consciência

Toda revelação não apenas apresenta uma realidade antes desconhecida, mas também posiciona as coisas de acordo com sua conexão com aquilo que foi revelado. Quando a existência de um mundo superior e invisível, por exemplo, passa a ser conhecida, isso altera completamente a perspectiva que se tem sobre o próprio mundo visível, agora observado em relação com o mundo superior.

Sem a revelação, os homens se restringiriam às manifestações imediatas e delas só seriam capazes de extrair seus aspectos objetivos e diretos; possuiriam apenas uma visão atomista das coisas e seriam incapazes de perceber a conexão delas com todo o resto; tudo não passaria de estímulo e resposta, tudo não passaria de imediatismo.

Por isso, sem a revelação, os homens seriam incapazes de encontrar algum sentido no mundo. E, quando falta sentido, falta também o objetivo, o fim. E uma vida sem finalidade é uma vida sem direção, desnorteada.

Por isso, quando Deus se propõe a revelar-se a si mesmo e a realidade como um todo, o faz, antes de tudo, para nortear o homem.

Sendo assim, o primeiro objetivo da revelação é situá-lo em seu ambiente, levá-lo a saber que, além do que ele vê, há uma realidade subjacente e além. Tendo-o situado, ela amplia sua consciência, dando-lhe a compreensão da posição na existência de cada uma delas e, por consequência, sua própria posição diante de tudo. Fazendo-o entender quem ele é e qual é a sua relação com todo o resto, a revelação estimula-o a transcender-se, a superar o seu ambiente imediato, sua experiência direta, e a buscar algo superior. Elevando-o para além do mundo visível, ela está, de fato, dando-lhe um uma direção. Faz dele já não mais alguém desnorteado, mas alguém que sabe para onde ir.

Quando existe um fim, todas as coisas que se colocam no caminho passam a ter função e o próprio caminhar reveste-se de sentido. Por isso, diz-se que a revelação dá sentido para a existência humana.

No fundo, o papel da revelação é ampliar a consciência humana e, com isso, fazê-la perceber algo a mais do que os meros sentidos são capazes de fornecer.

Pode lhe interessar

Jovem Pan e Pavinatto em: quando a censura é verdadeira, não serve de palanque moral

Paulo Henrique Araujo
24 de agosto de 2023

Liberdade não é um instinto, é um valor

Allan Ouverney
25 de agosto de 2022

O que se pretende com a educação sexual de crianças e adolescentes?

Heitor De Paola
14 de setembro de 2022
Sair da versão mobile