Um dos grandes desafios dos pais nos dias de hoje é manter uma via de identificação e intimidade com os filhos.
Mas para que estes laços existam, é necessário diálogo.
Dialogo é toda conversação entre duas ou mais pessoas, troca de ideias, opiniões etc., que tem por finalidade a solução de problemas comuns; tem por objetivo comunicar-se.
Sendo assim, para se ter diálogo (não só com os filhos)é necessário FALAR mas também é necessário OUVIR.
Não há diálogo sem intimidade, respeito e amor
Imagine que temos aqui uma tarefa que não é fácil, são duas gerações totalmente diferentes, nós e nossos filhos.
Interesses diferentes, responsabilidades diferentes, experiências diferentes, papeis diferentes, mas mesmo com tantas diferenças é possível sim, manter o diálogo.
Uma autorreflexão é sempre bem-vinda:
– Será que tenho FALADO muito e OUVIDO pouco o(s) meu(s) filho(s)?
– Será que tenho INVESTIDO TEMPO E CONVIVIDO com meu(s) filho(s), seja para brincar, rezar, ajudar na lição ou assistir um filme?
– Será que tenho sido um BOM EXEMPLO DE JUSTIÇA, VIRTUDES E MORAL?
Independente de suas respostas, os pontos acima são a base que nos dará possibilidade de dialogarmos com nossos filhos, pois se eles tiverem nossa presença, atenção, amor e enxergam coerência em nossos atos, teremos sua admiração e respeito.
Desta forma nossos filhos criarão laços conosco e se sentirão parte de algo grandioso criado por Deus, que é a família.
A família tradicional é um projeto de Deus
Veja que a família é um projeto de Deus, e é algo tão maravilhoso, que Deus quis ser parte de uma família, Jesus, Maria e José, a Sagrada Família de Nazaré.
Os três componentes da Sagrada Família de Nazaré conviviam harmoniosamente, eles se amavam e compreendiam cada um a missão do outro.
Sabemos que Jesus era carpinteiro.
Será que pela graça de Deus Nosso Senhor já nasceu com as capacidades para ser um bom carpinteiro?
Não. Quem ensinou a Jesus seu ofício profissional foi São José, um exímio carpinteiro.
Jesus era também um brilhante pregador e conhecedor das escrituras sagradas.
Quem lhe ensinou a tradição judaica e o estudo das escrituras?
Sua mãe, a Virgem Maria.
A formação humana e espiritual de nossos filhos é de nossa responsabilidade.
Não será fácil formar seres humanos dignos, justos e tementes a Deus, ainda mais em meio a uma sociedade corrompida.
A igreja doméstica
Isso é algo muito sério, nós (antes do padre e dos catequistas)devemos ser os mestres da fé de nossos filhos. Nós devemos mostrar a eles desde cedo, que o centro de nossas vidas é Jesus Cristo.
São Josemaria Escrivá em 1972, em meio a um encontro com famílias na cidade espanhola de Jerez de la Frontera, disse:
“Pais, procurem dar-lhes bom exemplo, procurem não esconder que rezam, procurem ser limpos na conduta. Assim seus filhos irão aprendendo e serão a coroa das suas vidas, da sua velhice. Para eles, vocês são como um livro aberto”.
É assim que devemos fazer.
Nossos filhos precisam entender que a vivencia da fé é algo belo e simples, seja nas práticas de oração diária, no estudo da doutrina, tradição e escrituras, na participação da missa e no cotidiano da comunidade.
As facilidades criam pessoas frágeis e egoístas
Hoje nós vivemos em uma sociedade que está cada vez mais materialista, imediatista e relativista.
Atualmente algumas mulheres já não sabem fazer um simples bolo.
A facilidade moderna as ensinou que comprar um bolo já pronto é muito mais interessante, pois desta forma não será necessário misturar os ingredientes, sujar a cozinha, assar a massa e esperar esfriar. De forma imediata eu tenho sem esforço a solução para meu problema.
Atualmente alguns homens já não sabem trocar um interruptor em casa.
A facilidade moderna os ensinou que chamar um “marido de aluguel” é muito mais interessante, pois desta forma não será necessário entender o mínimo de elétrica, não será necessário adquirir e ter em casa uma caixa de ferramentas.
De forma imediata eu tenho sem esforço a solução para meu problema.
Entendam que não estou demonizando os serviços que são prestados atualmente, as facilidades do cotidiano, muitas delas nos auxiliam na frenética dinâmica atual.
O que ponho em xeque aqui, é a falta de capacidade de resolução e proatividade do ser humano moderno.
Veja que sem percebermos, nós estamos criando uma geração que não saberá resolver as mínimas questões do dia a dia e sempre precisará de alguém que faça algo por ela.
E aqui eu te pergunto:
“Nós como pais e mães devemos facilitar a vida de nossos filhos, dando-lhes tudo que querem?”
Com certeza posso te dizer que não.
Devemos afastar nossos filhos das facilidades e mimos, veja que dar tudo o que uma criança quer não é sinal de amor, mas sim de irresponsabilidade.
Nossos filhos precisam desde cedo aprender e conviver com os fracassos e durezas da vida, para que cresçam e se tornem seres humanos resilientes e que não se deixem vencer nas primeiras dificuldades da vida.
Nossos filhos precisam da virtude da fortaleza.
Infelizmente, parte de nossa geração já foi formada deste modo frágil e egoísta, quantos casos vemos hoje de garotas que se mutilam ou atentam contra a própria vida porque tomaram um fora de um namorado, ou de um jovem treinee, que ao ser chamado a atenção no trabalho, chora copiosamente na frente de todos, pois se sente vítima de assedio moral.
Existe um provérbio oriental que resume muito bem isso que estou falando:
“Homens fortes criam tempos fáceis, tempos fáceis geram homens fracos, homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.”
Autoridade de pai e mãe
Talvez você esteja pensando:
“Poxa, meus familiares mimam tanto meus filhos… Eu fico com dó de cortar esta relação deles”
Gostaria de dizer uma coisa, quando formos chamados para junto de Deus, em nosso juízo particular, Nosso Senhor vai cobrar de nós acerca do que nossos filhos se tornaram, não dos avós, tios ou padrinhos.
E neste momento não vai adiantar dizer que outros os mimavam, davam tudo o que queriam e por isso acabaram se desviando do caminho.
Pais, assumam as rédeas da educação e da formação de seus filhos!
Os seus pais criaram e formaram você, agora você deve criar e formar seus filhos.
Converse com jeito, mas coloque limites, ninguém tem o direito de interferir na dinâmica de sua casa e na educação de seus filhos, sem ser convidado a fazer isso.
Temos visto cada vez mais professores e educadores nas escolas militando em prol de ideologia de gênero, novas formas de família, relações homo afetivas e tantas outros temas.
Você pai e você mãe, devem se posicionar primeiramente junto a seus filhos, ensinem a eles o que é correto, que um homem biológico nunca poderá ser uma mulher, que família é formada por homem e mulher e é desta relação que nasce a vida.
Não deixe que os pedagogos de hoje façam seus filhos se perderem, se necessário for reclamem com os diretores, façam pressão.
Acompanhe de perto seus filhos, vejam as lições e os cadernos, conheçam seus amigos, não os deixem livres em frente de TV e do celular.
Nossas crianças estão se perdendo pois os pais confiaram a formação e a educação dos filhos para a escola, quando na verdade eles mesmos deviam educá-los.
O testemunho de vida de vocês pais é o que mais irá ensinar seus filhos.
Se eles enxergarem amor em vocês, ele amarão, se eles enxergarem egoísmo em vocês, egoístas eles serão.
Mães, suas filhas aprenderão com você o que é ser uma mulher virtuosa, pais, os seus filhos aprenderão com você o que é ser um homem virtuoso.
Busque conviver com pessoas que guardam os mesmos valores e que tenham os mesmos objetivos que você, crie ambientes salutares, afaste-se de futilidades.
Nunca é tarde para tomar decisões corretas, coragem!
Bacana seu artigo Rogério. Recentemente coloquei minha filha de 4 anos no balé, e como foi dificil essa decisão. Já optamos pelo homescholling pelos motivos levantados na matéria, mas nunca é fácil assumir 100% as rédeas da educação dos filhos, em menor ou maior grau sempre precisaremos das pessoas (familiares, tutores, etc) para complementar essa educação. A educação integral hoje passa pelo convívio social, não tem jeito. Não podemos controlar todos os ambientes e situações que nossos filhos ficarão frequentarão. Porém é como você diz: quem decide, acompanha, se responsabiliza, sofre e delega quando necessário somos nós, os pais. Nós é que responderemos a Deus. Uma dito popular que vejo até muitos padres importantes repetindo é que os pais não devem se preocupar tanto com os filhos que após passarem anos sendo educados na fé católica se afastam delas. Dizem: “a semente que vocês pais plantaram, sempre estará lá, um dia eles voltarão para a fé”. Fico triste com essa mentalidade tão impregnada nos meios católicos e sociais que frequento. É como lavar as mãos. E aí os pais já não rezam, não fazem jejum e penitência pela conversão daquele filho “ex-católico” como deveria, já que mais cedo ou mais tarde, “ele cairá em sí e voltará para casa”. Esse abandono espiritual ao meu ver é o maior erro que os pais modernos cometem: devemos sim dar todos os bens culturais e materiais aos nossos filhos, mas muito mais nossas orações, jejuns e penitência pela salvação da alma deles. Um abraço.
Olá Sr. Marco Floriano.
Obrigado pelo comentário.
O Senhor está corretíssimo em seu ´pensamento. Não há como “blindarmos” nossos filhos das influências externas, nosso ´papel e formá-los da melhor maneira possível, fornecendo a eles capacidades para avaliarem condutas e manterem-se fora de realidades que deturpam os valores do evangelho de Cristo.
Nós pais precisamos, mais do que nunca (como disse), oferecermos sacrifícios de louvor pela salvação de nossos filhos, orações, jejuns e penitências, todo esforço será reconhecido, nosso Senhor é o justo juiz.
Somos estrangeiros nesta terra, nosso objetivo é a Jerusalém Celeste!
“…quanto a mim, eu e minha casa serviremos o Senhor.”
Josué 24, 15