A Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional desviou-se de seu objetivo original e acabou financiando US$ 1,5 milhão para programas de “diversidade” em empresas na Sérvia e doando US$ 47.000 para “uma ópera trans na Colômbia”, de acordo com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.

É difícil dizer quantos milhões de dólares a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) desperdiçou no exterior. Apenas algumas horas depois que o empresário Elon Musk a classificou como uma “organização criminosa” – e o presidente Donald Trump ordenou o fechamento de seus escritórios -, as descobertas que estão vindo à tona são assustadoras. Tanto que a agenda progressista global tem se beneficiado do financiamento da agência e, portanto, dos bolsos dos contribuintes dos EUA.

Por enquanto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, forneceu dados reveladores. Ela disse que “US$ 1,5 milhão foi para programas de ‘diversidade’ em empresas na Sérvia, outros US$ 700 mil para um musical na Irlanda, US$ 47 mil para uma ópera trans na Colômbia e US$ 32 mil para uma história em quadrinhos trans no Peru”. Não é pouca coisa, considerando que a USAID tinha um orçamento de US$ 44,2 bilhões somente no ano fiscal de 2024, de acordo com o site USAspending.gov (atualmente suspenso).

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Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, assumirá o cargo de diretor interino. Nesse meio tempo, os funcionários se recusaram a fornecer informações ao governo Trump. Nas palavras de Rubio, eles se recusam a responder perguntas como “quem está por trás de certos programas que recebem subsídios ou quem recebe o dinheiro”. O objetivo dessa nova ordem do governo republicano é cortar os gastos federais, uma tarefa que está nas mãos do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), do qual Musk é responsável junto com o empresário Vivek Ramaswamy. É por isso que é necessário analisar outros desperdícios e escândalos na USAID.

Fundos para experimentos de COVID em Wuhan

Anthony Fauci, agora ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos Estados Unidos, teve que comparecer ao Congresso em 2021 por causa dos US$ 600.000 concedidos ao Instituto de Virologia de Wuhan por meio da EcoHealth Alliance, uma organização sem fins lucrativos, para uma pesquisa conhecida como “ganho de função”. Ainda há suspeita de que o coronavírus tenha saído desses laboratórios.

Agora, sob a revisão do governo Trump, sabe-se que a quantia foi muito maior. Na verdade, o NIAID enviou mais de US$ 40 milhões em “apoio” a um cientista do instituto em Wuhan que estava trabalhando em pesquisas sobre o “surgimento do coronavírus em morcegos”. Suspeitamente, Fauci foi perdoado por Joe Biden antes de deixar o cargo.

Falso programa de HIV em Cuba

Em meio ao escândalo, mais uma vez está vindo à tona como, durante o governo de Barack Obama, um projeto supervisionado pela USAID “enviou jovens venezuelanos, costarriquenhos e peruanos a Cuba na esperança de fomentar uma rebelião. Os viajantes trabalhavam disfarçados, muitas vezes se passando por turistas, e percorriam a ilha em busca de pessoas que pudessem transformar em ativistas políticos”, segundo a Associated Press. De acordo com o relatório, os trabalhadores “formaram uma oficina de prevenção do HIV que os memorandos descreviam como ‘a desculpa perfeita’ para os objetivos políticos do programa”.

Embora essa informação não tenha sido mencionada pelo DOGE, ela ressurgiu aos olhos do público como mais um indício de décadas de desperdício por parte da USAID.

O que vai acontecer com a USAID? Elon Musk conversou com o presidente Trump e ele “concordou em fechá-la”. Por sua vez, Marco Rubio disse que muitas das funções da agência continuarão, “mas precisam estar alinhadas com nossa política externa”. Enquanto isso, a turbulência internacional continua.