“Não terás outro deus diante de mim.” (Deuteronômio 5:7)

Desde quando foi expulso dos céus, satanás tem como objetivo perverter a criação prima de Deus, o ser humano; e a pior forma de perversão é fazer com que a criatura rejeite o Criador, passando a ocupar este espaço para ser adorado.

Através dos tempos, o culto aos demônios foi praticado de forma deliberada, sendo o Cristianismo e a evangelização o freio moral e espiritual contra esta prática. Embora não erradicada — pois o mal será vencido apenas no juízo final — a adoração às trevas foi inibida pelo trabalho árduo da Igreja de Cristo.

Contudo, desde os anos 1800, o contato com o mundo do além tornou-se uma prática romantizada pela sociedade. Não era raro que, após o jantar, famílias se reunissem para “adentrar” planos superiores. E algo que era feito às escondidas tornou-se escancarado graças a um nome: Aleister Crowley.

O bruxo mais conhecido e homenageado — ele está na capa do LP dos Beatles, “Sgt Peppers Lonely Heart Club Band” — esteve no Egito em 1904 em lua-de-mel e lá encontrou-se com um demônio de nome Aiwass. Este lhe ditou a mais famosa obra de Crowley, o Livro da Lei — também conhecido como Lei de Thelema. É nesta obra que está registrada a célebre frase: “Faze o que tu queres”.

Crowley, com suas filosofias satânicas, tornou-se deveras influente na indústria do entretenimento: Led Zeppellin, Rolling Stones, Black Sabbath e até Raul Seixas fizeram questão de homenagear o bruxo. Contudo, embora o nome de Crowley não seja mais citado, o “Faze o que tu queres” é seguido à risca em músicas, filmes, livros e tudo o mais que tenha relação com a cultura.

Dois eventos recentes são prova disso: o Grammy 2023 e o carnaval brasileiro.

De uns tempos para cá, aliás, o teatro utilizado para realização do Grammy tem se tornado em altar para adoração satânica; e o último evento realizado não foi diferente. De todas as apresentações realizadas na premiação, a do cantor Sam Smith foi a mais comentada.

A apresentação começou com o cantor e seus dançarinos transgêneros formando um “círculo mágico” no palco. Enquanto um fogo queima ao fundo (simbolizando o inferno), Smith coloca uma cartola com chifres do diabo: oficialmente um tributo a Satanás na televisão internacional.

Enquanto isso, Kim Petras, cantor trans com quem Sam faz um dueto, está dentro de uma gaiola durante toda a apresentação cantando sobre “querer Balenciaga do papai” (lembram da marca e sua alusão à pedofilia em fotos publicitárias?) Ao final da apresentação, Smith é “consumido” por seu círculo de lacaios. A mensagem: vender sua alma termina em autodestruição.

Um detalhe: a música da apresentação chama-se Unholy (Pecaminoso). Poderia até inserir um trecho da letra, contudo penso não ser apropriado, haja vista a mesma ser tão deprimente que não vale a pena.

Agora, no âmbito nacional, temos o carnaval: uma festa que nossos avós sempre disseram ser familiar e divertida, mas que hoje se tornou sinônimo de depravação e adoração à satanás em plena avenida. Basta nos lembrarmos do que ocorreu antes da pandemia: a escola de samba Gaviões da Fiel exibiu uma cena em que o diabo derrota Nosso Senhor, num claro desrespeito ao cristianismo. Já em 2022, a mesma escola profanou a oração do Pai Nosso, ao divulgar a letra de seu samba-enredo: “Em nome do Pai, dos Filhos, dos Espíritos e dos Santos, amém”.

O apóstolo Paulo já havia alertado: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas” (1 Timóteo 4:1) Hoje vivemos a romantização do satanismo de forma nunca antes vista; com o fim dos tempos, as pessoas perderam “o conceito da realidade do demônio”, como dito pelo Padre Chrystian, e não me refiro apenas aos cristãos. A expressão “Faze o que tu queres” penetrou nas mentes de tal forma que não há mais limites para a zombaria e a blasfêmia.

Nestes dias tão tenebrosos, se faz necessário cuidar do mais importante: da alma; devemos selecionar bem o que deixamos entrar em nossa casa pelas vias do entretenimento, devemos prestar atenção em cada vírgula que é entoada neste mundo para não nos deixarmos contaminar. Deixemos o “Faze o que tu queres” e adotemos o “Eis aqui o(a) servo(a) do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lucas 1:38)