Se Deus me desse a oportunidade de não passar pelo que acabei de passar com a praga, eu a negaria. Isso porque, apesar do terror da ausência de ar e da sensação de morte, que culminou em uma UTI, a experiência foi tão marcante e enriquecedora, que negá-la seria uma tremenda estupidez.

Eu aprendi muitas coisas, nestes dias, mas, talvez, a maior lição que recebi foi a de que verdadeiros amigos existem. Não apenas aqueles distantes que lhe desejam bem (estes são essenciais também e sou absolutamente grato por todas mensagens de apoio que recebi. Sem elas, tudo seria mais difícil). Mas estou falando de amigos próximos, que puderam e foram capazes de abrir mão de algo deles para vir em nossa ajuda.

Nos momentos mais agudos, a experiência fez que esses amigos brotassem, de uma maneira que me maravilhou. Não apenas da boca para fora, mas se dispondo a dedicar um pedaço de suas vidas para socorrer-nos. Amigos que abriram suas casas, que se arriscaram por nós, que doaram tempo e esforço e, acima de tudo, que mostraram verdadeira preocupação com nosso estado.

Eu sei que a vida parece cruel e injusta – e muitas vezes ela realmente é. No entanto, quando você tem amigos, descobre que ela também tem muito de beleza, de amor e de fraternidade. Eu descobri tudo isso agora e de uma maneira muito profunda.

Amigos, vocês sabem que falo de vocês! Meu amor por vocês ficou ainda maior. Minha admiração multiplicou-se.

Saibam que, para o que vocês precisarem, estarei pronto para ajudá-los. Sou um perpétuo devedor de todos.